Mangueira se apresenta em grande estilo, mas atrasa
A Mangueira se apresentou em grande forma - com homenagens aos seus baluartes, o verde e rosa predominando nas fantasias, o samba na ponta da língua dos componentes. A bateria Surdo 1, multiplicada por dois, arrebatou o público: foram 500 ritmistas, divididos em dois grupos, que se alternavam.
O presidente da Mangueira, Ivo Meirelles, havia dito que seria um desfile para os componentes "brincarem o carnaval". E foi isso o que aconteceu. Quando a segunda bateria assumiu o samba, os ritmistas do primeiro grupo ergueram os instrumentos, sambaram e se alternaram nas posições.
Aos 48 minutos de desfile, as duas baterias silenciaram. Por dois minutos e meio, os componentes e o público sustentaram o samba sobre Cuiabá, uma das cidades-sede da Copa. Na segunda paradona, que chegou a 3 minutos, o efeito não se repetiu. As arquibancadas não reagiram, principalmente nos setores 10, 12 e 13. Sem ouvir o som, o público desanimou. No recuo, houve certo tumulto para acomodar os integrantes da bateria 2.
Outro ponto alto da escola de samba foi a comissão de frente, que retratava a formação do povo de Cuiabá - índias, portugueses, guiados por um pároco. Num efeito de fumaça, Delegado, mais importante mestre-sala da escola, morto ano passado, surgia por entre os bailarinos. O equipamento que liberava fumaça entrou em curto em frente ao setor 10.
A escola se apresentou de forma irregular. Na segunda metade do desfile, os carros não tinham tanto luxo e as fantasias e alegorias também não.
São Clemente
A São Clemente, primeira escola a se apresentar na noite desta segunda-feira (11), também fez bonito na bateria, com cinco paradinhas, que fizeram os integrantes da agremiação cantarem o samba Horário Nobre, sobre as novelas brasileiras. Mas, o público do sambódromo não entrou no clima de "vale a pena ver de novo", e não acompanhou o coro do samba em muitos momentos, tirando o brilho do desfile da escola.
A São Clemente iniciou o desfile com uma coreografia na comissão de frente em que os personagens marcantes das novelas da TV Globo saíam de uma grande tela de televisão, formada por painéis de LED. Pelas alas, a escola relembrou com bom humor as tramas e personagens inesquecíveis, como Odete Roitman, Perpétua, Gabriela, Sinhozinho Malta, entre outros.
O destaque entre as alegorias ficou por conta da reprodução de Escrava Isaura, com atores representando os escravos acorrentados. Assim como em 2011, a escola usou balões cenográficos em seu desfile. Neste ano, eles representavam a personagem Rita, de Avenida Brasil, e foi incluída no enredo após o sucesso da novela no último ano. A Carminha, outra personagem da novela, teve seu espaço de destaque na comissão de frente.
À frente da bateria, apesar do esforço da rainha Bruna Almeida, quem reinou foi o ator Marcelo Serrado. Ele esteve ao lado do Mestre Marcão comandando os ritmistas que estavam fantasiados de Crô, seu personagem na novela Fina Estampa. "Eu não vinha, mas na última hora não resisti. Quando teria uma oportunidade dessas?" disse o ator.
Apesar do belo desfile, a São Clemente teve pequenos problemas no desfile que devem comprometer sua pontuação. Em diversas alas, as fantasias e adereços estavam com problemas de acabamento e chegaram a cair pela Sapucaí.