Apenas pesquisadores podem acessar acervo do MISPE

Museu da Imagem e do Som de Pernambuco está fechado desde 2007

por Álvaro Duarte qui, 17/10/2013 - 15:05

Pernambuco sempre foi celeiro de grandes nomes do audiovisual, música, teatro e literatura.  São inúmeros os exemplos de artistas, pensadores, escritores que fizeram e fazem de Pernambuco uma força cultural. Foi com o intuito de resgatar e documentar a tão rica história cultural do Estado que nasceu, em outubro de 1970, o Museu da Imagem e do Som de Pernambuco (MISPE). Na época foram registrados em áudio entrevistas com personalidades da política, arte e cultura pernambucana das décadas de 70 e 80, como Cícero Dias.

Durante as décadas seguintes, o MISPE se consolidou como o principal espaço voltado à guarda, restauração, manutenção, catalogação, divulgação da música, fotografia e audiovisual no Estado. Tornou-se o guardião de um acervo composto por mais de seis mil peças, entre filmes em película, partitura, discos, literatura, audiovisual, livros, cordéis e jornais. Em 2006, a TV Universitária doou todo o material jornalístico da emissora ao museu. Outra importante doação ao MISPE foi o acervo particular do fotógrafo e cineasta pernambucano Firmo Neto. Atitude semelhante foi tomada pela Rádio Clube, que entregou aos cuidados do museu mais de duas mil horas de gravação desde 1960.

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Durante 12 anos, o Museu da Imagem e do Som de Pernambuco funcionou na Casa da Cultura. Em 1992, passou para o casarão que fica na rua da Aurora. Em 2008, o tempo foi cruel com o MISPE, que por razões estruturais do prédio, voltou a funcionar temporariamente na Casa da Cultura. A reforma no antigo casarão começou em 2011 e se arrasta até os dias de hoje. O diretor do MISPE, Geraldo Pinto, em entrevista recente à imprensa, explicou que a demora em reformar o casarão se deve a problemas estruturais que demandam tempo, como a reforma no telhado e partes elétrica e hidráulica, além de diversas exigências de órgãos como o Corpo de Bombeiros.

O diretor do museu também informou que as mudanças estão em curso e que as obras devem ser terminadas em 2014. André Arararipe – diretor de gestão de equipamentos da Fundarpe, explicou que o projeto é utilizar os quatro andares do prédio, com exposições permanentes e sessões de cinema. Enquanto as obras não são concluídas, o diretor explica que o Mispe continua funcionando na Casa da Cultura do Recife, aberto apenas à pesquisadores, e que os funcionários estão trabalhando normalmente no acervo.

Procurada pelo LeiaJá, a Secult-PE/  Fundarpe não enviou resposta sobre a reforma do MISPE até o fechamento desta matéria.

*Edição: Felipe Mendes

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