Integrante do grupo Pussy Riot reinicia greve de fome
Uma das duas integrantes detidas do grupo punk russo Pussy Riot, Nadezhda Tolokonnikova, retomou nesta sexta-feira (18) a greve de fome ao retornar ao campo de trabalho que já havia criticado por suas condições. "Nadia reiniciou a greve de fome, depois de ser enviada à colônia IK-14", anunciou o marido da detenta, Piotr Verzilov.
Nadezhda Tolokonnikova fez uma greve de fome em setembro durante oito dias, para protestar pelas condições de detenção no mesmo campo de trabalho, onde ela denunciou que havia sido reduzida a uma situação de quase escravidão. Ao ser hospitalizada em 1º de outubro, a artista encerrou a greve. "Consideramos o retorno à colônia uma grave degradação de sua situação", afirmou Verzilov.
O marido da Tolokonnikova disse que as autoridades penitenciárias haviam prometido aos advogados que ela seria enviada a outro centro de detenção. "É uma decisão política, uma vingança", afirmou. Tolokonnikova acusa o diretor adjunto do campo, Yuri Kuprianov, de tê-la ameaçado de morte depois que divulgou uma carta na qual denunciava as condições de detenção.
Segundo ela, as prisioneiras são sistematicamente humilhadas e obrigadas a trabalhar 16 ou 17 horas por dia, vivendo em condições de higiene precárias. A carta recordou os gulags soviéticos e provocou polêmica na Rússia.