Da sucata à arte, artesão cria peça que custa R$ 20 mil
Foi com o resto de ferro velho da oficina de carro e de moto, que Luiz Carlos começou a produzir peças decorativas
Recriar e aproveitar as oportunidades. Foi a partir dessas percepções que o artesão Luiz Carlos, da cidade de Brejo da Madre de Deus, tomou a iniciativa de transformar as peças do trabalho, que não serviam mais, em arte. De forma simples, ele pegou o resto de ferro velho da oficina e começou a produzir peças de decoração, que hoje são comercializadas ao valor de R$ 20 e até R$ 20 mil.
Tudo começou de forma muito discreta e aos poucos ganhou força e dedicação. O artesão Luiz Carlos, de 31 anos, viu a oportunidade de negócio, há oito anos, quando atuava como mecânico em sua cidade e no tempo livre ajudava o pai. “Pensei que podia criar algo diferente! Foi aí que tive a ideia de reaproveitar o ferro velho que tinha acesso e acabei materializando em obra de arte”, lembrou Luiz.
Com a iniciativa, a criação do artista o levou além da cidade onde vive em Brejo da Madre de Deus - Agreste do Estado de Pernambuco. O artesão, atualmente está participando da Feira Nacional de Negócios e Artesanato (Fenearte) e está chamando atenção do público pelos produtos. A peça que se destaca mais é o leão todo construído com sucata e lixo eletrônico na parte interna e que pesa 300 quilos.
A estudante Maria Helena Aguiar ficou impressionada com a obra e parabenizou a produção. “É muito bom ver sucata que é considerada lixo vira essa linda obra de arte. O artesão está de parabéns por apresentar um trabalho tão delicado e ao mesmo tempo grandioso”, ressaltou. A peça está sendo vendida por R$ 20 mil e demorou 45 dias para ser finalizada.
Mesmo com o sucesso, segundo o Luiz, existe um grande questionamento quanto à escolha de sua atuação. “Até hoje fico em dúvida se devo continuar na oficina ou se me dedico apenas à sucata. Gosto muito das peças porque cada uma tem uma história, um pensamento, uma ideia e acabo me apegando e ‘vivendo’ todas elas”, contou o artista que ressaltou o seu sonho de viver apenas da arte.
Além das esculturas de ferro, o artista possui um leque de produtos que pode ser comprado por diversos valores. “Tenho várias peças! O meu ‘carro-chefe’ é a formiga, mas os clientes vão encontrar criações de R$ 20 a R$ 20 mil. Tem para todos os bolsos”, brincou o artesão.
A Fenearte funciona durante a semana das 14 às 22h e aos sábados e domingos das 10h às 22h. Os ingressos custam R$ 12 (inteira) e R$ 6 (meia) de sexta a domingo e R$ 10 e R$ 5 de segunda a quinta-feira.