'A democracia precisa ser respeitada', diz Kleber Mendonça
Durante lançamento da pré-estreia do filme Aquarius, o diretor Kleber Mendonça Filho falou da sociedade democrática e da diversidade de olhares
Na noite desta sexta-feira (19), o cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho participou de coletiva de imprensa para lançar o filme Aquarius. Em entrevista ao Portal LeiaJá, o cineasta destacou a essência do seu trabalho e a importância do processo democrático estabelecido na sociedade, abordada na obra. “Consigo observar alguns elementos de outros filmes que já fiz, mas, o principal, que posso exaltar, é o olhar da vida em uma 'sociedade democrática', onde diariamente temos que lidar com conflitos e resolver problemas”, explicou o cineasta.
Segundo o diretor Kleber, a personagem principal, Clara, que é interpretada por Sônia Braga, vive um dilema de dizer não, e para o diretor esse ato é uma forma das pessoas se defenderem e resistirem ao autoritarismo que vai de encontro aos seus direitos democráticos. “Esse dilema, essa história, ela pode acontecer em qualquer cidade e em qualquer lugar e é este dilema que apresento”, contou.
Para Kleber Mendonça Filho, as imagens e o som têm igualmente a mesma importância e que, além disso, no cinema é necessário mostrar. “Trabalho a imagem e o som dando a mesma importância para os dois. Algumas pessoas pensam que o som em um trabalho é simplesmente para o filme não ser mudo, mas não é assim. Quanto aos enquadramentos, procuro trabalhar de forma com contemple e mostre o que é primordial para a essência do personagem”, completou.
Em relação aos comentários feitos pelo jornalista Marcos Petruccelli, Kleber foi direto e conclusivo. “O grande problema é quando a pessoa extrapola a ‘linha’ da democracia, que é criminosa, de inventar mentiras. As pessoas devem entender que tudo pode ser visto de maneiras diferentes”, finalizou. O trabalho, que tem estreia nacional no Brasil apenas no dia 1º de setembro, vai ter sua pré-estreia neste sábado (20) às 19h30, no Cinema São Luiz - área central do Recife.
Com informações de Rodrigo Rigaud