A irreverente dança que reflete a emoção do público

Performance do suíço Ioannis Mandafounis causou curiosidade a quem acompanhava o Cena CumpliCidades na Sé, em Olinda

por Renato Torres sab, 29/10/2016 - 21:06

O Festival Cena CumpliCidades está movimentando Recife e Olinda nos últimos dias. O evento conta com várias apresentações de dança, música e artes para o público em geral e está atraindo olhares curiosos pela criatividade nas performances. Uma delas, o One One One, do suíço Ioannis Mandafounis, foi o destaque na tarde deste domingo (29) no Alto da Sé, em Olinda. O número consiste em uma dança que interage com o sentimento do público, colocando artista e espectador, frente a frente.

É difícil imaginar uma dança contemporânea em que a emoção da platéia define os ritmos e movimentos dos artistas. A proposta de Ioannis Mandafounis é justamente essa. Duas cadeiras posicionadas em uma praça pública convidam o público a sentar e 'sentir' a dança. Mesmo sem falar, Ioannis e sua parceira de performance indicam aos corajosos que embarcam na onda a importância de manter o olho no olho.

Os movimentos começam lentos e vão desenvolvendo a medida em que o espectador reage, seja para aumentar a velocidade, ou diminuir. A explicação é dada pelo próprio artista, que conta como é importante manter o contato visual apenas indicando com os dedos. "A gente usa o olhar para entrar na pessoa e fazer com que ela entre em nós. Usamos os olhos como conexão para nos comunicarmos pelas emoções", afirmou Ioannis.

Nem todos encararam a experiência, mas assistindo de fora, com olhares atentos, alguns espectadores tentavam entender o que se passava. "É uma coisa totalmente diferente, pessoas dançando sem música. Vi que se tratava de expressão corporal, não sei se um exercício, é bem curioso", contou o radialista, Francisco Filho. "Não sei se é mímica, estou aqui tentando descobrir do que se trata", comentou a aposentada Maria Helena.

A reação é incerta

Segundo a produção do evento, houve um caso onde a pessoa que sentou caiu no choro. Algo que não pode ser previsto. Ioannis diz que não depende do quão acostumada a pessoa é ao tipo de performance, cada uma irá receber a conexão de um jeito. "O que eu gosto desse projeto é que é aberto ao público, recebemos diferentes tipos de audiência. Aqui você tem oportunidade de sentar, cada situação traz uma reação, não sabemos como cada pessoa irá receber. Não posso dizer como as pessoas reagem como um todo, mas posso dizer como cada um que participou esteve", destacou.

Esta é a segunda vez que o One One One é apresentado em Olinda no Cena CumpliCidades. O festival segue com várias atividades até o dia 6 de novembro.

LeiaJá também

---> Cena CumpliCidades movimenta Alto da Sé 

---> Música, dança e artes no Cena CumpliCidades

COMENTÁRIOS dos leitores