Funkeiro é agredido por seguranças no palco

Jonathan Costa conta que a agressão começou após ele informar que iria parar de tocar e sugerir que o público pedisse o dinheiro de volta, após problemas com o som e a organização do evento

por Ana Tereza Moraes sab, 14/10/2017 - 10:21
Reprodução/Instagram O funkeiro se apresentava em Friburgo, no Rio de Janeiro Reprodução/Instagram

Na noite de quinta-feira (12), o funkeiro Jonathan Costa foi agredido por seguranças durante um show em Friburgo, no Rio de Janeiro. “Fui agredido em cima do palco, fazendo o meu trabalho!”, escreveu em seu Instagram, na postagem de um vídeo que flagrou a cena. Ele, que é ex-marido de Antonia Fontenelle, descreveu que os homens que partiram para a agressão agiram de maneira extremamente violenta  contra ele.

Ao narrar a situação, ele afirma que o primeiro problema da noite surgiu quando os contratantes do evento pediram para que ele abaixasse o volume das músicas, pois o alvará do evento só valia até as 2h da manhã, algo que Jonathan não havia sido informado previamente. Segundo ele, o som chegou a ficar tão baixo que não alcançava as 3 mil pessoas presentes no show, e por isso ele suspendeu o show. “Avisei ao público que iria parar de tocar, mas ficaria ali com eles até o final do horário da apresentação, em respeito a eles. Eu sugeri que, já que não teve apresentação, que eles poderiam reivindicar o valor pago no ingresso”, conta.

Jonathan relata que foi nesse momento que o os seguranças do evento partiram para cima dele em cima do palco. “Vieram com muita violência para cima de mim e da minha equipe, vieram pra matar. Quase me mataram! O público começou a gritar “Não à agressão”, a jogar gelo nos homens que me agrediam e minha equipe e alguns até subiram no palco para tentar me defender. Foi uma covardia! Só parou porque um policial militar chegou a tempo, me reconheceu e deu a ordem para me soltarem”, escreveu.

Na mesma postagem, ele atribui a agressão ao fato de ser funkeiro. “Não sei o que mais me revolta: ser agredido fazendo o meu trabalho ou ser desvalorizado no único lugar do mundo que deveria ter respeito e orgulho de sua cultura”, concluiu. Confira a postagem:

Até agora, assistindo a esse vídeo, não consigo acreditar no tamanho da discriminação e violência que eu passei ontem à noite em Friburgo. Fui agredido em cima do palco, fazendo o meu trabalho! Um pai de dois filhos, que sai para trabalhar, e não sabe se volta pra casa. Assim que chegamos ao evento de ontem, os contratantes pediram para que eu tocasse num volume um pouco mais baixo, quase som ambiente – só depois eu fiquei sabendo que era porque o alvará do evento só valia até as 2h da manhã. Eram 3.000 pessoas cantando comigo, que foram ali para me ver tocar...E eu tive que parar o som porque não alcançava todo mundo e com o passar da apresentação eles iam abaixando cada vez mais. Não era a apresentação que o público esperava e nem a metade do que é show. Foi quando eu avisei ao público que iria parar de tocar, mas ficaria ali com eles até o final do horário da apresentação, em respeito a eles. Eu sugeri que, já que não teve apresentação, que eles poderiam reivindicar o valor pago no ingresso. Foi quando OS SEGURANÇAS vieram com muita violência para cima de mim e da minha equipe, vieram pra matar. Quase me mataram! O público começou a gritar “Não à agressão”, a jogar gelo nos homens que me agrediam e minha equipe e alguns até subiram no palco para tentar me defender. Foi uma covardia! Só parou porque um policial militar chegou a tempo, me reconheceu e deu a ordem para me soltarem. Se a polícia militar não estivesse na redondeza para efetuar o mandado do alvará de som, poderia ter acontecido coisa pior. Senti a morte chegar... Depois de passar por um momento tão feliz de reconhecimento internacional do nosso funk há uma semana num evento importante em Paris, tenho que passar uma situação dessa aqui no nosso país. Fui discriminado por ser FUNKEIRO. Me agrediram na frente de mais de 3.000 pessoas por eu ser DJ de FUNK. E não sei o que mais me revolta: ser agredido fazendo o meu trabalho ou ser desvalorizado no único lugar do mundo que deveria ter respeito e orgulho de sua cultura. #semviolencia #funkécultura #JonJonOBAILE

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