'Visibilidade Trans': artistas que dão voz à causa

O LeiaJá listou alguns artistas nacionais que lutam diariamente contra o preconceito e, através da arte, resistem

por Lídia Dias ter, 29/01/2019 - 12:34
Divulgação De acordo com a Antra a cada 48 horas, uma pessoa trans é assassinada no Brasil Divulgação

Há 15 anos, um grupo de travestis e transexuais entravam pela primeira vez no Congresso Nacional para reivindicar os direitos da comunidade trans e dar voz à campanha 'Travesti e Respeito: já está na hora dos dois serem vistos juntos', lançada em 2004 pelo Ministério da Saúde. Por esse motivo, nesta terça-feira (29) é celebrado o dia da ‘Visibilidade Trans’.

De acordo com pesquisa realizada pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), a cada 48 horas uma pessoa trans é assassinada no Brasil. O levantamento contabilizou 179 assassinatos de travestis ou transexuais em 2017. Em consulta realizada pela reportagem, nesta terça-feira (29), no site do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, não foram encontrados dispositivos na legislação atual que amparem o público LGBTI.

No entanto, a comunidade trans vem conquistando espaço na sociedade e mostrando que não deve ser hostilizada e que, assim como qualquer outro cidadão, merece respeito. O LeiaJá listou alguns artistas nacionais que lutam diariamente contra a transfobia e, através da arte, resistem. Confira:

No teatro

Renata Carvalho

Atriz desde os anos 1990, Renata Carvalho é uma das atrizes transexuais mais evidentes na atualidade. Ela ganhou grande destaque após a peça “O Evangelho Segundo Jesus, Rainha do Céu”, que protagoniza, ser censurada em várias cidades do país. Em julho de 2018, a atriz concedeu entrevista ao LeiaJá e falou que em meio a intolerância não iria se calar.

               Maria Clara Spinelli

Vencedora de prêmios no teatro e na televisão, Maria Clara Spinelli rompeu barreiras e ganhou papéis na TV aberta em horário nobre. No entanto, assim como outras atrizes trans, a global já lamentou a falta de representatividade no meio artístico e afirmou sofrer preconceito.

 

Na música

Candy Mel

Vocalista da ‘Banda Uó’, Candy Mel é uma das vozes que impõe respeito pela causa no cenário musical atual. Símbolo de luta e resistência, a cantora apresenta o programa Estação Plural, da TV Brasil, e já foi protagonista de uma campanha publicitária da Avon, no Outubro Rosa.

Mc Trans

Ex-moradora de rua, MC Trans se lançou como cover de Anitta e posteriormente explodiu com o hit ‘Lacração’, que tem mais de 3 milhões de visualizações no Youtube. Em entrevista à ‘Universa’, a cantora revelou que, mesmo com o sucesso, a prostituição ainda permeia a sua vida e ainda não tem como viver só de música.

 

Nas passarelas

Lea T

Conhecida internacionalmente, Leandra Medeiros Cerezo, mais conhecida como Lea T, é uma modelo trans que ficou conhecida após um ensaio fotográfico nu para a edição de agosto de 2010 da revista francesa Vogue. A modelo, que é filha do técnico de futebol Toninho Cerezo, revelou em entrevista a Uol que já teve medo de se assumir como mulher trans com medo que seu pai perdesse oportunidades de trabalho.

 

Paulo Vaz 

O modelo transgênero Paulo Vaz, 32 anos, foi capa do Hornet, aplicativo de pegação gay, há um ano e posa para campanhas publicitárias. Paulo, que também é designer, namora o youtuber Pedro HMC, criador do ‘Põe na roda’.

 

 

 

Na literatura

João W. Nery

Psicólogo e escritor, João W. Nery foi o primeiro homem transexual a realizar cirurgia de redesignação sexual no Brasil, em 1977. Em decorrência de um cancer de cérebro, morreu em outubro de 2018, deixando um legado de luta e ativismo pela causa. João escreveu os livros “Viagem Solitária” , “Vidas trans: a coragem de existir” e “Velhice Transviada”, com estreia prevista para este ano.

Jaqueline Gomes de Jesus

Uma das poucas doutoras trans do Brasil, Jaqueline é professora, psicóloga e escritora. Ela também foi a primeira mulher transexual e negra a receber a medalha Chiquinha Gonzaga.

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