Skank anuncia separação
Em seu site oficial, a banda mineira divulgou ainda que seu ciclo se fecha com turnê comemorativa pelos trinta anos de carreira
Mineiros começaram carreira mesclando dancehall ao pop brasileiro. (Divulgação)
Após trinta anos de carreira e dez discos lançados, a banda mineira Skank anunciou sua separação. Através de um comunicado publicado em seu site oficial na manhã deste domingo (3), o grupo informou que a dissolução foi acordada sem “briga nem nada que pesasse para uma decisão figadal” e motivada pelo “desejo por experimentação” de seus componentes. Para consolo dos fãs, o Skank acrescentou ainda que encerra sua trajetória com uma turnê em comemoração aos seus trinta anos de fundação.
“Chegou a hora de cada um olhar para si. É hora de experimentarmos, ainda que demos com os burros n´água. Quero me testar fora do Skank, me ver em um círculo de músicos fora do que sempre transitamos. Há muito ainda a descobrir”, comentou o guitarrista e vocalista da banda, Samuel Rosa. Dentre os músicos o discurso é de que não é necessário estar em decadência para encerrar o projeto.
“Quando parávamos era por seis meses. E ficávamos esses meses em estúdio para gravar um disco. Quando falei para pessoas próximas, a reação foi: ‘Até que enfim você vai descansar’. E quem disse que eu quero descansar?” (risos) [...] Mas o bom é inimigo do ótimo. Então vamos parar enquanto está bom pra cacete”, defendeu o baterista, Haroldo Ferretti.
Histórico
Banda despertou o interesse da Sony ainda no começo da carreira, em 1993. (Divulgação)
O Skank foi fundado em 1991, em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, com a proposta de fundir o dancehall jamaicano com o pop e a música brasileira. O primeiro álbum, que leva o nome da banda, foi lançado de forma independente, em 1993, e logo despertou o interesse da Sony Music. Foi com a estrutura da gravadora que o grupo lançou, um ano depois, seu segundo álbum, “Calango”, que vendeu mais de 1 milhão de cópias, graças a hits como “Jackie Tequila” e “Te Ver”.
Com o terceiro disco, “O Samba Poconé”, o grupo alçou voos mais altos, com shows na França, Estados Unidos, Chile, Argentina, Suíça, Portugal, Espanha, Itália e Alemanha. O single “Garota Nacional” chegou a liderar a parada de sucesso espanhola (em sua versão original, em português) por três meses. Essa canção foi o único exemplar da música brasileira a integrar a caixa “Soundtrack for a Century”, lançada para comemorar os 100 anos da Sony Music.
Os discos da banda ganharam edições norte-americanas, italianas, japonesas, francesas e em diversos países ao redor do mundo. O Skank também representou o Brasil no disco oficial da Copa do Mundo de Futebol de 1998, “Allez! Ola! Olé!”. Na sonoridade, a banda passou a receber influência da música psicodélica e acústica, que aparece nos álbuns “Siderado” (mais introspectivo e maduro) e “Maquinarama” (mais colorido e lisérgico). O sucesso continuou aquecido por hits radiofônicos como “Resposta”, “Saideira” e “Balada do Amor Inabalável”. O grupo também gravou com artistas como Andreas Kisser (Sepultura), Manu Chao, Uakti ou Jorge Ben Jor e arrancou elogios de Stewart Copeland por sua versão de “Wrapped Around Your Finger”.
Em março de 2009, o Skank anunciou o segundo single do álbum, “Sutilmente”, canção eleita pelos fãs através de votação que a banda promoveu em seu site oficial. Foi por acumular em seu currículo ações como essas que o Skank ganhou, em agosto de 2009, o troféu “Iniciativa de Mercado” na 16ª edição do Prêmio Multishow. Na mesma noite, a banda também levou o prêmio de Melhor Clipe por “Ainda Gosto Dela”. No Vídeo Music Brasil (VMB) 2009, o Skank ganhou o prêmio de Melhor Clipe, com a música “Sutilmente” (Samuel Rosa/Nando Reis). Ainda no mesmo ano, o álbum “Estandarte” foi indicado ao Grammy Latino 2009, na categoria “Melhor Álbum Pop Contemporâneo Brasileiro”.