Em busca de medalhas em Londres
Pernambucana está confiante em bons resultados no próximo ano após conquistar a medalha de prata em Guadalajara
Foi dela a primeira medalha do Brasil nos jogos Pan-Americanos de 2011, em Guadalajara, no México. Altitude e pista enlameada foram alguns dos obstáculos que a pernambucana Yane Marques teve que superar para conquistar o segundo lugar no pentatlo moderno.
Engana-se quem pensa que a jovem de Afogados da Ingazeira ficou decepcionado com o seu desempenho nos jogos deste ano. Mesmo sem conseguir repetir a boa atuação que teve no Pan de 2007, no Rio de Janeiro, Yane destaca que o objetivo foi alcançado no México. “Algumas pessoas chegaram a dizer que eu perdi o ouro. Mas não foi bem assim eu conquistei a prata e a classificação para a Olimpíada de Londres”.
A atleta, que teve um período de preparação duas semanas antes do Pan no estado do Colorado, nos Estados Unidos, explicou que houve algumas diferenças entre os jogos Pan-Americanos no Brasil e no México. “Competir em casa sempre é melhor. Enfrentamos algumas dificuldades lá em Guadalajara. O tempo do aquecimento de todas as atletas foi reduzido. Além disso, as instalações para as provas não foi das melhores, principalmente na esgrima, onde a luz do sol refletia atrapalhando em alguns momentos. É chato porque você se prepara quatro anos para competir da melhor forma e as pessoas não tem este mesmo zelo na hora de organizar”.
A medalha de ouro no Pan de Guadalajara ficou com a norte-americana Margaux Isaksen, que na opinião de Yane foi uma adversária muito forte principalmente na corrida. “Ela é a segunda melhor do mundo na parte da corrida. Ela me passou justamente nesta prova. Tentei esboçar uma reação, mas vi que não tinha como. Chegou um momento na prova que eu sabia que não tinha mais como ganhar o ouro, mas que a prata estava garantida”.
Passado o Pan, Yane está de férias até o dia 19 de novembro. Ao invés de tirar este período para descansar, ela estará embarcando para Paris, na França, para aprimorar a esgrima. É justamente nesta modalidade que atleta percebe que está tendo um melhor desenvolvomento. “Há um tempo a minha melhor prova era a natação. Tenho feito uma prova de esgrima bem competitiva e consigo fazer uma média de 800 a 900 pontos, que para competições internacionais é uma pontuação muito boa”.
A falta de pessoas para treinar a esgrima em Pernambuco era um dos motivos para o baixo rendimento da atleta no início da carreira. Atualmente, ela consegue manter os treinos da modalidade no Colégio Salesiano, no Recife e também treina no Rio de Janeiro, junto com a equipe masculina de esgrima. O esporte também já promoveu momentos inesperados na carreira de Yane. “Participei de três provas no Campeonato Brasileiro de Esgrima do ano passado e conquistei o pódio em todas. Foi muito engraçado porque os organizadores não queriam que a gente pontuasse para o ranking. Segundo eles, se eu entrasse para o ranking poderia tirar alguma outra competidora que estivesse concorrendo a vagas em campeonatos internacionais”.
A atleta pernambucana não irá participar do Campeonato Brasileiro de Pentatlo Moderno que será realizado no final do ano para aprimorar a preparação para os jogos de Londres, em 2012. A temporada para Yane começará com a Copa do Mundo da modalidade que terá a segunda etapa realizada no Rio de Janeiro. Para ela é difícil fazer uma projeção de como será seu desempenho durante as Olimpíadas na Inglaterra.
Mas por conhecer alguns detalhes da prova do próximo ano, como a percurso da prova de equitação, e por alguns resultados obtidos durante esse ano, a atleta está confiante em bons resultados. “Eu acredito que dê para trazer medalhas. Eu já estive na frente da alemã que foi campeã olímpica em algumas competições. Se eu já ganhei dela, por que eu não posso a campeã olímpica”, argumentou Yane com um largo sorriso no rosto.
Entre viagens e competições, a pernambucana tenta manter os estudos em dia. Estudante do oitavo período de Educação Física, na Faculdade Maurício de Nassau, Yane vai aos pouquinhos terminando a graduação. “Já estou trabalhando em meu projeto de conclusão de curso depois de mudar o tema umas três vezes”. E quando perguntada sobre a previsão para a formatura ela responde entre risos. “Não me faça perguntas difíceis”.