Marin reforça 'cobrança forte' sobre Mano na seleção
O presidente da CBF, José Maria Marin, reforçou nesta quinta-feira a sua postura de cobrança em relação ao técnico Mano Menezes na seleção brasileira. Embora garanta que o treinador tem todo o respaldo para dar continuidade ao seu trabalho no cargo, o dirigente deixou claro que os resultados expressivos terão de aparecer a partir da Olimpíada deste ano, em Londres, onde o Brasil irá buscar uma inédita medalha de ouro olímpica.
Em outra ocasião, Marin já havia dito que o "futuro a Deus pertence" ao ser questionado se Mano seguiria na seleção até a Copa do Mundo de 2014, mas não manifestou cobrança de forma efusiva como fez nesta quinta pela manhã, em entrevista para a Rádio Bandeirantes, na qual mandou uma série de "recados" ao comandante.
"O Mano tem todos os requisitos para se apresentar como realmente deve ser um técnico da seleção. Ele tem passado brilhante, com títulos, e tem uma personalidade muito forte. Ele merece todo o nosso respeito, toda a nossa confiança", disse Marin, para pouco depois completar: "Em qualquer equipe do Brasil, o que segura os técnicos (no cargo) são os resultados".
Marin ainda foi enfático ao dizer que irá cobrar de forma "dura" estes resultados já a partir da próxima Olimpíada. E aproveitou para avisar que acabou a fase de testes na seleção brasileira. Para ele, em qualquer ocasião o Brasil deve entrar em campo com o que tem de melhor à disposição.
"Não vou intervir de maneira nenhuma na convocação de jogadores, não vou intervir de maneira nenhuma muito menos na escalação de qualquer seleção, eu delego com muita responsabilidade para poder cobrar de maneira eficiente e muito dura. Temos de levar para a Olimpíada a melhor seleção. O que existir de melhor, principalmente do Brasil", afirmou o presidente, deixando claro, nas entrelinhas, que uma eventual demissão de Mano não está descartada ao longo de sua trajetória até a Copa de 2014.
"A única coisa que eu posso garantir a vocês é o que eu já garanti ao Mano. Se algum dia eu tiver que tomar alguma atitude, ele será o primeiro a tomar conhecimento, jamais será pela imprensa. Espero que isso (uma possível demissão) não aconteça, espero que eles nos conduza a grandes vitórias, não só em 2014, mas a começar na Olimpíada, porque, na minha opinião, toda vez que uma seleção brasileira entrar em campo, seja masculina ou feminina, é prioridade. Uma seleção quando entra em campo não pode servir de laboratório. Temos de apresentar o que há de melhor, essa é a minha preocupação", ressaltou o presidente da CBF.
Mas, em meio a este clima de cobrança e pressão dentro da seleção, Marin afirmou estar confiante na possibilidade de o Brasil voltar a conquistar títulos importantes, sendo o maior deles no Mundial de 2014. "Eu tenho dito que cada brasileiro é um técnico e está procurando a sua seleção, e essa cobrança (de ganhar a Copa no Brasil) virá fatalmente. Vamos ver se devolvemos ao brasileiro aquela alegria que deveríamos ter tido em 1950. Aquela grande tristeza vamos transformar em alegria", projetou o dirigente, referindo-se à perda do título na decisão da Copa daquele ano, após derrota por 2 a 1 para o Uruguai, em pleno Maracanã lotado.