Ricardo Teixeira segue prestigiado na CBF
A Fifa divulgou, nesta quarta-feira (11), um documento que confirma que João Havelange, ex-presidente da entidade e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), e Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, receberam suborno da ISL, empresa de marketing que faliu em 2001. Um dia depois de tal revelação, nesta quinta (12), o atual presidente da CBF, José Maria Marin, foi questionado sobre o escândalo e, claro, em relação à permanência de Teixeira em um cargo de “assessor especial” na entidade.
O silêncio permaneceu. Marin disse preferir não se manifestar. Porém, após ser sabatinado por jornalistas, o cartola defendeu o ex-mandatário, que segue recebendo cerca de R$ 120 mil por mês da CBF. “Temos mais de 300 contratos em andamento na CBF. Teixeira contribui com uma assessoria pelo nível iternacional do cargo que ocupou durante 24 anos, como membro da Conmebol e da própria Fifa. Nós, então, aproveitamos da melhor maneira possível a experiência que o doutor Ricardo tem no futebol internacional, inclusive captando recurso através de publicidade. O que foi divulgado (sobre a ISL) não tem nada a ver com o vínculo existente entre CBF e o doutor Ricardo. Não vejo a relação”, defendeu.
ENTENDA O CASO - De acordo com o processo, Teixeira recebeu US$ 13 milhões - entre 1992 e 1997 -, enquanto Havelange ganhou US$ 1 milhão (ambos em valores atualizados) em 1997. A “negociação” com a ISL garantia aos mandatários vantagens no processo de venda dos direitos de transmissão da Copa do Mundo.
Em nota oficial divulgada no seu site, a Fifa comemorou a decisão dos nomes dos envolvidos terem se tornado públicos e da confirmação de que a entidade não está diretamente envolvida com o escândalo, nem o seu atual presidente - Joseph Blatter -, mas "apenas dois dirigentes estrangeiros".
João Havelange foi presidente da Fifa por 24 anos antes de ser sucedido por Blatter, em 1998. Apesar do moralismo da entidade, o cartola, de 96 anos, continua com o cargo de presidente de honra da entidade.
Coincidência ou não, Havelange renunciou o posto de membro do Comitê Executivo do Comitê Olímpico Internacional, que ocupou por 48 anos, alegando problemas de saúde. Vale ressaltar que isso aconteceu dias antes da abertura de uma investigação contra ele.
Seguindo esse aspecto das coincidências do destino antes das investigações da Justiça, Ricardo Teixeira renunciou neste ano aos cargos de presidente da CBF, do Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014 e do Comitê Executivo da Fifa. O motivo? “Razões pessoais e problemas de saúde”. Atualmente, vive nos Estados Unidos, em Miami.