Presidente do Bayern pega 3 anos e 6 meses de prisão

Uli Hoeness, de 62 anos de idade, foi acusado de ter sonegado 3,5 milhões de euros em impostos

qui, 13/03/2014 - 11:30

Uli Hoeness, presidente do Bayern de Munique e uma das pessoas mais influentes do futebol alemão, foi considerado culpado de evasão fiscal e condenado, nesta quinta-feira (13), a uma pena de três anos e seis meses de prisão. O dirigente, de 62 anos de idade, foi acusado de ter sonegado 3,5 milhões de euros em impostos. Porém, quando o seu julgamento começou, na última segunda, o próprio mandatário admitiu que os valores sonegados poderiam alcançar a casa dos 18 milhões de euros.

Para completar, um novo documento apresentado pela promotoria de Munique apontou que ele devia um total de 27,2 milhões de euros em impostos, cifra que nem o dirigente e nem seus advogados contestaram durante o julgamento. A pena aplicada nesta quinta, porém, ainda cabe recurso, sendo que Hanns Feitgen, advogado do dirigente, já anunciou que irá apelar contra a sentença.

Acusado de sonegação, cometida por meio de uma conta secreta aberta em um banco suíço, Hoeness se apresentou à Justiça por iniciativa própria no início de 2013, com o objetivo de regularizar a sua situação e evitar a condenação à prisão. Entretanto, não teve sucesso com sua autodenúncia e amargou uma condenação justamente em um momento no qual o Bayern desfruta de enorme sucesso dentro do campo, depois de ter se sagrado campeão europeu e alemão na temporada passada do futebol europeu, antes de faturar o Mundial de Clubes da Fifa no final do ano passado.

O promotor do caso, Achim von Engel, pediu pela aplicação de uma pena de cinco anos e meio de prisão a Hoeness, alegando que a pena estaria condizente também com o fato de o dirigente não ter apresentado detalhes de seus deslizes fiscais durante o julgamento. Ele corria o risco de pegar até dez anos de prisão, sendo que o sistema judicial alemão não admite que alguém se declare culpado com a intenção de reduzir a sua pena.

Por causa das acusações que pesavam contra ele, Hoeness já chegou a colocar o seu cargo à disposição no Bayern, mas os membros do clube o convenceram a seguir na presidência, da qual ele agora deverá renunciar oficialmente.

O provável pedido de renúncia deverá marcar de forma melancólica o fim do longo vínculo que o dirigente tem com o time de Munique desde os seus tempos de jogador. Pelo clube, ele se sagrou três vezes campeão da Liga dos Campeões, levou três títulos do Campeonato Alemão e um do Mundial Interclubes. Em meio a este período, o ex-atacante ainda foi campeão europeu pela Alemanha Ocidental em 1972 e faturou a Copa do Mundo de 1974, cinco anos antes de se aposentar por causa de problemas crônicos no joelho.

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