Análise Tática: evolução do Náutico dura apenas 45 minutos
Timbu faz bom primeiro tempo com time compacto, mas se desorganiza na etapa complementar
O trabalho feito por Moacir Júnior no Náutico ainda está no início, ele ainda não tem todas as peças à disposição e, durante os jogos, busca a melhor formação para a equipe. Este último tópico parece ter sido solucionado e apresentado na vitória por 2 a 0 sobre o Piauí, pela Copa do Nordeste.
Assim como no segundo tempo diante do Salgueiro, no empate por 2 a 2, o treinador optou por escalar a equipe no 4-2-3-1. O problema é que, mais uma vez, o time jogou bem apenas um tempo. Mas este, que foram os 45 minutos iniciais de quinta-feira (19), foi um alento aos alvirrubros. Ainda que o segundo tenha sido um tormento, com um adversário frágil pressionando o Timbu.
O destaque do bom primeiro tempo do Náutico é que Moacir Júnior começa a achar a posição de cada jogador. FIllipe Soutto, cotado para ser referência no meio-campo, deixou de ser meia e jogou como volante ao lado de João Ananias. Por isso, Soutto foi muito mais participativo na transição. Por diversas vezes buscou a bola nos zagueiros para iniciar as jogadas de ataque. Resultado: o Timbu não deu tantos chutões como nos últimos jogos e a bola chegou com qualidade ao ataque.
O Náutico passou a jogar com os setores mais próximos, compacto e com possibilidade de triangulações. Um pedido por Moacir Júnior na véspera do jogo.
Outro beneficiado com este tipo de postura foi Patrick Vieira, que fez sua primeira boa apresentação com a camisa alvirrubra. Além do gol, o meia se movimentou bem, trocando de posição com Bruno Alves e dando opções de jogo no setor de criação.
A compactação, além de contribuir com o ataque, deixou a defesa menos exposta. Porém, algumas falhas individuais seguem preocupando no setor. Contra o Piauí, Flávio voltou a mostrar algumas deficiências na marcação. Assim como David, que foi o lado mais explorado pelo adversário.
Na etapa complementar, tudo o que havia sido construído foi desfeito. O Náutico conseguiu voltar desorganizado e tomou alguns sustos. Júlio César, como de praxe, salvou a equipe em pelo menos dois lances. De acordo com o técnico Moacir Júnior, essa oscilação é normal por ter um time jovem e em formação. Mas ainda que faça sentido, o comandante do Timbu precisa buscar maneiras de evitar que isso aconteça. Por sorte e pela fragilidade do Piauí, o tento de empate não saiu.
Apesar da demora em fazer a primeira substituição – 19 minutos –, Moacir Júnior foi certeiro. Tirou Renato e colocou Jefferson Renan. O meia conseguiu dar uma nova dinâmica de jogo à equipe e marcou gol da vitória alvirrubra. Com 2 a 0 no placar, o Timbu soube levar com mais tranquilidade o restante da partida.