Rubén Magnano critica brasileiros 'parados' da NBA
Dos nove atletas canarinhos que jogam na liga estadunidense, apenas um atua como titular: Raulzinho, do Utah Jazz
Técnico da seleção de basquete do Brasil, o argentino Rubén Magnano foi enfático ao dizer que pretende colocar o time no pódio das Olimpíadas do Rio de Janeiro. O comandante, porém, não deixou de criticar os jogadores brasileiros que estão na liga mais competitiva do mundo, a NBA, mas são reservas e não estão atuando com frequência. O treinador ainda falou da necessidade de aumentar a quantidade de atletas e clubes, reforçar as categorias de base e usou a Argentina como referência.
Rubén Magnano esteve no Recife, no Colégio Salesiano, bairro da Ilha do Leite, para promover uma Clínica de Basquete – realizada em uma parceria entre a Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer de Pernambuco e a Federação Pernambucana de Basquete. O comandante da seleção brasileira deu aulas de treinamento de fundamentos a dezenas de jogadores e treinadores na quadra do UNINASSAU/América.
Expectativa para os Jogos Olímpicos
A missão do basquete masculino é terminar as Olimpíadas no pódio. Rubén Magnano diz que não vê motivo para esconder a meta com receio de que se torne uma ‘pressão’ para os jogadores. “Venho há muito tempo trocando a palavra pressão por desafio. Temos que aproveitar a oportunidade de jogar em casa. Precisamos ter coragem e obrigação de declarar publicamente qual é o nosso objetivo. Temos que lutar por uma medalha, apesar de saber que não é fácil. Mas eu, como treinador, aprendi que nada é impossível”, comentou.
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Críticas a brasileiros da NBA
Atualmente, o Brasil conta com nove jogadores na NBA. Dentre eles, apenas um atua como titular: Raulzinho, do Utah Jazz. Todos os outros são reservas. Porém, os que menos estão atuando são Cristiano Felício, Lucas Nogueira e Bruno Caboclo. Rubén Magnano foi certeiro e criticou o grupo: “O fato de estar na NBA não garante nada. Você tem jogadores lá que estão atuando durante 5 minutos. Eu acho melhor estar em qualquer torneio do mundo jogando do que na NBA sem jogar”.
Fortalecer o basquete no Brasil
O técnico da seleção falou que o basquete brasileiro tem o número de clubes e atletas ampliado (veja no vídeo abaixo). O treinador argentino ainda citou o país de origem como exemplo a ser seguido. “Hoje, a Argentina tem 1.500 clubes que jogam obrigatoriamente de 8 a 18 anos, sem falar da liga nacional. É uma plataforma, uma pirâmide enorme em toda a estrutura, temos que melhorar nessa questão da quantidade. A geografia brasileira é inevitável. Tentamos inserir, com a capacidade de quem comanda e dirige o basquete, o esporte e outras regiões e potencializar. Felizmente há elementos importantes, como por exemplo a Liga Nacional que vai valorizar muito mais com as competições, por exemplo com a Liga de Desenvolvimento, que já tem equipes do Nordeste e Sul do País. Espero que se federalize muito mais ainda”, comentou Magnano.
Futuro na seleção
O treinador tem contrato até o fim da participação brasileira nos Jogos Olímpicos e conta que não houve proposta de renovação. “Não tenho nada em mente. Meu contrato acaba após as Olimpíadas. Não houve nenhum bate-papo com a CBB. Meu foco, hoje, é chegar ao jogo no dia 6 no melhor nível possível. Depois, vamos ver...”, disse. Ainda assim, Rubén Magnano confirmou, por exemplo, presença em outra Clínica do Basquete no Recife, em 2016, o que já sinaliza intenção da permanência do técnico no País.