Brasileira surpreende na esgrima, mas fica sem medalha
A esgrimista Nathalie Moellhausen, nascida na Itália, filha de pai alemão e mãe ítalo-brasileira, ficou perto de conquistar a primeira medalha olímpica do Brasil na modalidade, mas foi derrotada nas quartas de final da espada individual pela francesa Lauren Rembi, neste sábado (6), nos Jogos do Rio.
Nathalie defendeu a Itália por muitos anos, conquistando um ouro e dois bronzes por equipes em Mundiais com seu país, mas resolveu competir pelo Brasil em 2014, com a perspectiva de disputar uma Olimpíada 'em casa'. Em Londres-2012, ela tinha ficado em sétimo lugar por equipes. Com a seleção, os resultados não demoraram a aparecer, com dois bronzes no Pan de Toronto, em 2015.
Mas o momento mais esperado era a competição olímpica, diante de um público que não esperava muito de um esporte sem tradição no Brasil, mas se surpreendeu com o que viu.
No primeiro duelo, Nathalie superou a americana Kelley Hurley, por 15 a 12. Em seguida, quis o destino que as duas próximas adversárias fossem francesas, como a técnica da brasileira, Laura Flessel, lenda viva do esgrima, dona de cinco medalhas olímpicas (dois ouros, uma prata e dois bronzes). "A gente treina juntas em Paris, treino com a equipe do INSEP (centro de alto rendimento do esporte francês), a federação francesa sempre me convida para treinar com elas, então a gente se conhece muito bem", lembrou Nathalie.
Contra Emilie Candassamy, a brasileira venceu por 15 a 12, mas não deu para repetir a dose diante de Lauren Rembi, para a qual perdeu pelo mesmo placar. "Já tinha vencido contra ela uma vez, mas dessa vez foi ela que ganhou. Sempre costumava ganhar das francesas. Acho que hoje foi a primeira vez que perdi. Acontece", reconheceu Nathalie.
Quando perguntada sobre o que achou da sua participação, a esgrimista de 30 anos ficou perplexa. "A resposta que vou dar agora talvez não seja a mesma daqui a uma hora, mas fica aqui (ela faz o sinal de 'entalado na garganta'). Doí, porque eu estava muito perto. Se ainda falta algo, quer encontrar o que é. Para mim, é assim", analisou.
Nathalie se disse feliz pela experiência, mas admitiu que se encontrou numa situação inusitada. "Nunca é fácil. Eu deixei a Itália, Laura deixou a França, as duas para defender o Brasil. Então quando competimos contra italianos ou franceses, sempre tem um sentimento estranho, mas isso é normal. Depois, na hora do combate, o uniforme é branco e a gente esquece tudo", completou.