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Não há melhor lugar no planeta para gritar "Brasil campeão!" do que o Maracanã. Foi assim que Neymar fez na final masculina do futebol olímpico da Rio-2016, dois anos após a vergonhosa eliminação da Seleção na Copa do Mundo que sediou.

A medalha de ouro olímpica, único título que faltava ao Brasil, finalmente foi para a galeria dos pentacampeões mundiais e com o astro do Paris Saint-Germain como protagonista de uma dramática disputa de pênaltis em que a seleção canarinho venceu a Alemanha por 5-4 (1-1 nos 120 minutos).

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Naquela época jogando pelo Barcelona, Neymar ficou encarregado da última cobrança. A contagem estava 4-4 e havia sido encerrada para a 'Mannschaft' com o erro no quinto chute.

A longa caminhada do camisa 10 do meio do campo até a marca do pênalti foi acompanhada por um silêncio ensurdecedor das 67.000 almas presentes no Maracanã. Talvez o mesmo silêncio que por alguns minutos tomou conta dos 210 milhões de espectadores brasileiros em suas casas.

Neymar beija a bola, a ajeita na marca e dá nove passos para trás para ganhar impulso. Soa o apito e o Brasil todo vai junto com o ídolo para chutar a bola.

"Goool! ... ouro olímpico! ... Brasil campeão!". O céu da 'Cidade Maravilhosa' foi tingido de ouro na noite de 20 de agosto de 2016. E Neymar, consagrado à mesa dos deuses do Olimpo, teve o prazer de vingar sua seleção, que havia sido humilhada pela Alemanha em casa com o doloroso 7 a 1 nas semifinais da Copa do Mundo de 2014, no Mineirão, em Belo Horizonte.

- Uma 'mini' Copa do Mundo -

Quando a Fifa e o Comitê Olímpico Internacional (COI) concordaram em mudar a cara do torneio masculino de futebol dos Jogos para torná-lo mais atraente, a América Latina começou a olhar com maior interesse a possibilidade de lutar pelas medalhas em disputa.

Foi assim que em Los Angeles-1984 as confederações menos desenvolvidas da época puderam participar com seleções compostas por jogadores profissionais, enquanto a restrição era aplicava à Uefa e à Conmebol, que tinham que recorrer a jogadores juvenis.

Para Barcelona-1992 a regra mudou e foi decidido que o torneio seria disputado por jogadores com no máximo 23 anos, exceto por três acima dessa idade em todo o elenco. A imagem do torneio mudou imediatamente e ganhou uma força importante dentro do calendário olímpico.

A Argentina em Atlanta-1996 ficou com a medalha de prata depois de perder na final por 3-2 para a Nigéria. Diego Simeone, José Chamot e Roberto Sensini foram os 'adultos' da 'Albiceleste' Sub-23, que, entre outros, teve Hernán Crespo, artilheiro do torneio com 6 gols; Roberto Ayala, Ariel Ortega e Marcelo Gallardo.

O Brasil, medalhista de bronze, teve o luxo de contar com Ronaldo 'Fenômeno', Roberto Carlos, Bebeto - também artilheiro com 6 gols -, Rivaldo e o goleiro Dida.

O Chile não ficou muito atrás e conquistou o bronze em Sydney-2000 com Iván Zamorano como o 'pai' da 'Rojita' sub-23.

- Ouro latino-americano -

A América Latina vivia de passado com as medalhas de ouro do Uruguai em Paris-1924 e Amsterdã-1928 até que a Argentina conquistou a medalha de ouro em Atenas-2004 com Marcelo Bielsa como técnico e Carlos Tevez, Javier Mascherano, Javier Saviola e Andrés D'Alessandro como atletas sub-23 do elenco.

Roberto Ayala, Gabriel Heinze e Cristian 'Kily' González eram os três mais velhos da Albiceleste com ampla experiência internacional.

A boa colheita continuou para a Argentina em Pequim-2008. Uma nova medalha de ouro chegou para uma seleção que contava com um certo Lionel Messi, acompanhado de seus amigos Sergio Agüero, Ángel Di María e Ezequiel Lavezzi. Mascherano, Juan Román Riquelme e Nicolás Burdisso eram a cota de experiência daquela equipe.

Em Londres-2012 a música ouvido foi o mariachi. O México conquistou o ouro ao vencer por 2 a 1 o favorito Brasil, que tinha um Neymar muito jovem em seu elenco, e com os mais velhos Thiago Silva, Marcelo e Hulk.

Já na equipe 'Tri' os mais experientes eram o goleiro Jesús Corona, o zagueiro Carlos Salcido e o atacante Oribe Peralta. Giovani dos Santos foi o destaque da seleção 'azteca'.

E finalmente o Brasil pôde vibrar com a conquista inédita em casa, na Rio-2016, em uma noite dourada de Neymar no Maracanã.

Mesmo sendo chamado com frequência para a seleção brasileira principal, Gabriel Jesus afirmou nesta quarta-feira (13) que gostaria de disputar os Jogos Olímpicos de Tóquio, que será disputado pela seleção brasileira sub-23, dirigida por André Jardine. Jesus esteve na campanha vitoriosa da Olimpíada do Rio, em 2016.

"Quando estava no Palmeiras e fui convocado para a Olimpíada eu não defendia a principal e fui liberado pelo clube. Claro que quero estar sempre à disposição. Se for por mim, jogo as duas coisas (Olimpíada e Copa América). Mas agora é outro momento. No City, o clube não é obrigado a liberar. Mas se me perguntarem vou fazer de tudo para jogar as Olimpíadas", disse o jogador, em entrevista coletiva em Abu Dabi, onde a equipe comandada pelo técnico Tite se prepara para encarar a Argentina em amistoso nesta sexta-feira, às 14 horas (de Brasília), em Riad, na Arábia Saudita.

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Titular da seleção, Gabriel Jesus ressaltou também que a concorrência no ataque da seleção brasileira sempre vai deixar dúvidas na hora da convocação de Tite. Para os últimos amistosos de 2019 - o jogo seguinte, na próxima terça-feira, será diante da Coreia do Sul -, o treinador convocou para o ataque Roberto Firmino (Liverpool), Richarlison (Everton), Rodrygo (Real Madrid), Willian (Chelsea) e Wesley (Aston Villa), este último chamado de última hora como substituto do lesionado David Neres, do Ajax.

O treinador do Brasil não convocou jogadores que atuam no Brasil em função da reta final do Campeonato Brasileiro. E o comandante também não conta com Neymar, do Paris Saint-Germain, que ainda se recupera de uma lesão grau 2 na coxa esquerda, sofrida justamente em um amistoso da seleção, contra a Nigéria.

"Um ano após a Copa surgiram muitos jogadores, como Rodrygo, Wesley, Vinicius, Arthur, um monte que se destacaram e são convocados. Tem mais dois anos para surgir mais nomes, sempre vai existir a dúvida em quem vai ser convocado. Muitos com possibilidades de aparecer, mas são só 23, fica difícil para o treinador, mas quem ganha é a gente", afirmou Gabriel Jesus.

No confronto com a seleção argentina, o atacante do Manchester City citou os companheiros de time, Sergio Agüero e Otamendi, que também foram seus adversários na última edição da Copa América. O trio da equipe inglesa estava em campo no duelo da semifinal da competição, que terminou em 2 a 0 para o Brasil, e se reencontra na partida desta sexta na Arábia Saudita. Com Tite, o ex-palmeirense já jogou quatro vezes diante da Argentina: venceu três partidas e perdeu uma.

"Sempre bom jogar clássico dessa grandeza. Brasil e Argentina é o maior clássico do futebol. Sempre jogo muito difícil, com craques da bola do outro lado também. Tomara que seja um bom espetáculo e tomara que a gente saia vitorioso. Falei com Otamendi, fiquei zoando ele. Disse que se ele trombasse eu ia devolver (risos). Quando estamos juntos no clube nadamos para o mesmo sentido. Agora defendo meu país, eles o país dele. Que eles façam o melhor dele lá, mas aqui é rivalidade", disse o atacante de 22 anos.

Sem esquecer as origens palmeirenses, Jesus afirma que o time ainda tem chances de ser campeão brasileiro, apesar da distância de 10 pontos para o líder Flamengo. Ele reconhece o futebol "muito bonito" da equipe carioca, mas diz que ainda tem esperança da virada alviverde. Sobre a decisão da Libertadores, contra o River Plate, no próximo dia 23, em Lima, no Peru, ele disse apostar no time rubro-negro. "Sou brasileiro, quero que o Flamengo ganhe. Óbvio que quero que o Flamengo ganhe. Tenho amigos lá. Além de ser brasileiro, tenho amigos lá", afirmou.

Preso desde novembro de 2016 e já condenado a 198 anos e seis meses de prisão, o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (MDB) afirmou nesta quinta-feira à Justiça Federal no Rio que comprou por US$ 2 milhões (cerca de R$ 7,67 milhões, no câmbio atual) os votos de nove integrantes do Comitê Olímpico Internacional (COI) para garantir que o Rio fosse escolhido sede da Olimpíada de 2016. Segundo Cabral, a negociação foi feita com o senegalês Lamine Diack, presidente da Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF) de 1999 a 2015, e um dos votos comprados foi do ex-nadador russo Alexander Popov, dono de quatro medalhas de ouro nas Olimpíadas de 1992 e 1996.

A escolha ocorreu em Copenhague, na Dinamarca, em 2 de outubro de 2009. A votação ocorreu em três turnos. No primeiro, Madri teve 28 votos, o Rio recebeu 26 e Tóquio, 22. Chicago ficou em último, com 18, e foi eliminado. Em teoria, sem os nove votos comprados, o Rio teria 17 e ficaria em último, sendo eliminado. No segundo turno, o Rio teve 46 votos, Madri, 29, e Tóquio, 20 - a capital japonesa foi eliminada. Na última etapa, o Rio teve 66 votos e Madri, 32. Os nove votos só fizeram diferença, portanto, no primeiro turno.

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Cabral é um dos réus em uma ação que tramita na 7ª Vara Federal Criminal, no Rio, e investiga se houve compra de votos para eleger o Rio sede da Olimpíada. A investigação teve origem na Operação Unfair Play, que em outubro de 2017 prendeu o presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e do Comitê Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, e Leonardo Gryner, ex-diretor de marketing do COB e de comunicação e marketing do Comitê Rio-2016.

Além dos dois e de Cabral, é réu na ação o empresário Arthur Soares Filho, conhecido como "Rei Arthur", que manteve contratos milionários com o governo do Rio nas gestões de Cabral. Ele está foragido. A investigação brasileira sobre compra de votos para a Olimpíada foi motivada por um pedido feito no fim de 2016 pelo Ministério Público francês, que, durante investigação sobre doping no atletismo, encontrou indícios de corrupção na candidatura do Rio.

Em depoimentos anteriores, Cabral havia negado a compra de votos, mas em dezembro passado mudou de advogado e em fevereiro passou a admitir outras acusações de que foi alvo. Sua defesa pediu ao juiz Marcelo Bretas o depoimento desta quinta-feira, para Cabral discorrer sobre a compra de votos. Ele contou ao magistrado que em agosto de 2009, dois meses antes da votação, foi procurado por Nuzman, que pediu um "encontro urgente" após um evento esportivo em Roma. "Nuzman vira pra mim e me fala: 'Sérgio, quero te abrir que o presidente da IAAF, Lamine Diack, ele é uma pessoa que se abre para vantagens indevidas. Ele pode garantir cinco ou seis votos. Ele quer, em troca, US$ 1,5 milhão", narrou o ex-governador do Rio.

Cabral disse que então perguntou a Nuzman de onde viriam os votos e qual era a garantia de que eles seriam de fato obtidos. Nuzman teria respondido que viriam de membros africanos do COI e também de representantes do atletismo. O ex-governador teria então autorizado Nuzman a seguir com a negociação.

"Eu chamei o Arthur Soares e falei pra ele da necessidade de conseguir o dinheiro para os votos. Isso foi debitado do crédito que eu tinha com ele. Fui eu que paguei. Eu dei o telefone do Léo (Leonardo Gryner, ex-diretor de operações da Rio 2016) e eles acertaram com esse Papa Diack, filho de Lamine Diack", contou o ex-governador.

Em setembro de 2009, dias antes do jantar que ficou conhecido como a "Farra dos Guardanapos", Gryner e Nuzman teriam avisado Cabral sobre a possibilidade de garantir mais votos: "Em Paris, no hotel, eu fui chamado no canto pelo Léo e pelo Nuzman, que me falaram de um problema. O Nuzman falou que Papa Diack disse que conseguiria mais votos. Ele disse que poderíamos chegar em nove votos no total, mas que precisava de mais US$ 500 mil. Eu disse pra ele que seria feito", contou Cabral. Segundo ele, essa conversa ocorreu em 14 de setembro e o pagamento foi feito 15 dias depois, por intermédio do "Rei Arthur".

Até as 17 horas, a reportagem não havia conseguido contato com as defesas de Nuzman e Gryner.

Extinta oficialmente em 31 de março de 2017, a Autoridade Pública Olímpica (APO) ainda não foi liquidada, quase dois anos depois. O fim definitivo da entidade - um consórcio público formado pela União, pelo Estado do Rio de Janeiro e pelo município do Rio - depende do pagamento de uma dívida que alcança R$ 124,5 mil com fornecedores.

A APO foi criada para assegurar o cumprimento das obrigações assumidas pelos entes governamentais perante o Comitê Olímpico Internacional (COI) e o Comitê Paralímpico Internacional para a realização dos Jogos do Rio-2016. Era a entidade quem divulgava o andamento da Matriz de Responsabilidade e os custos das obras. Quando encerrou as atividades, porém, o fez sem informar os custos totais com a Olimpíada do Rio. E sem pagar todas as suas dívidas.

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O curioso é que, quando da (pretensa) dissolução da APO, dinheiro em caixa não faltava. Ao todo, o consórcio possuía R$ 47,22 milhões em recursos. Desse valor, R$ 46,9 milhões haviam sido investidos pelo governo federal, R$ 238,59 mil pelo Estado e R$ 90,56 mil pela Prefeitura do Rio.

O dinheiro deveria ter sido devolvido "aos entes públicos, na proporção de suas contribuições para o funcionamento do consórcio", segundo constava na resolução publicada no Diário Oficial da União um dia antes da extinção oficial da APO, o que não aconteceu.

O montante está aplicado. "Em cumprimento à legislação em vigor, os valores permaneceram depositados no Banco do Brasil, e aplicados em Letras do Tesouro Nacional", informou ao Estado a Autoridade de Governança do Legado Olímpico (Aglo), autarquia que, na prática, substituiu a APO.

A entidade foi criada ainda na gestão do presidente Michel Temer (MDB), e em tese deverá ser extinta nos próximos meses. "A Aglo será extinta por ato do Poder Executivo federal após tomadas as providências de longo prazo necessárias à destinação do legado olímpico ou no dia 30 de junho de 2019, o que ocorrer primeiro", dizia a Medida Provisória que criou a autarquia. Mas há nos bastidores uma movimentação para que ela se mantenha por mais tempo.

Instalada no Parque Olímpico da Barra, a Aglo é responsável por gerir as Arenas Cariocas 1 e 2, o Velódromo e o Centro de Tênis. A estrutura é mantida com recursos federais e com contrapartidas de entidades que ocupam as instalações eventualmente.

No fim do mês passado, a autarquia nomeou cinco servidores para tentar liquidar de vez a APO. Entre eles há um gestor financeiro e um contador. Segundo a entidade, eles não receberão nenhuma gratificação extra pelo trabalho.

"Cabe ressaltar que os designados para as atividades de encerramento financeiro da APO não terão qualquer remuneração extra para exercer as funções previstas na referida portaria", informou a Aglo.

Apesar de não ter aumento de gastos com o deslocamento de servidores, a autarquia precisará despender recursos financeiros na empreitada. Isso porque, por força de lei, sairá dos cofres da entidade os R$ 124,5 mil necessários para extinguir, finalmente, a APO.

Dois anos depois dos Jogos do Rio, e a dois anos dos de Tóquio, parte das instalações construídas para a Olimpíada de 2016 ainda não tem servido para treinamento e preparação de atletas que buscam vaga para a edição de 2020. Apesar da melhora na ocupação das instalações olímpicas, a promessa de que elas serviriam para ajudar a desenvolver modalidades pouco difundidas no Brasil ainda foi pouco colocada em prática.

O curioso é que no mesmo esporte em que há um dos bons exemplos há também um dos piores. Enquanto o Velódromo do Parque Olímpico da Barra passou a servir para treinos de atletas do ciclismo de pista, a pista de BMX no Complexo Esportivo de Deodoro está fechada.

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Responsável pela administração do espaço, a prefeitura do Rio diz que está "em tratativas com o Comitê Olímpico do Brasil (COB) e a Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC) para o desenvolvimento de um projeto para o equipamento". Não foi estipulado prazo.

Outro exemplo é o da pista de atletismo do Engenhão. De altíssimo padrão, ela não é usada pelos atletas brasileiros. "A Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) não utilizou em nenhuma oportunidade instalações dos Jogos", afirmou a CBAt.

No Parque Olímpico, a ociosidade de instalações vista até pouco tempo atrás diminuiu, mas para isso promessas feitas nos anos que antecederam aos Jogos precisaram ser adaptadas. O projeto das Arenas Cariocas 1 e 2, por exemplo, previa que serviriam para o esporte de alto rendimento. A Arena 2 seria exclusiva, mas tem sido utilizada para outros eventos.

"Ela não recebe apenas treinos de alto rendimento, mas também treinamentos de atletas de base", informa a Autoridade de Governança do Legado Olímpico (Aglo), autarquia federal que tem a gestão do espaço. "A somar, ainda, o desenvolvimento de projetos de inclusão social de algumas modalidades esportivas e, em algumas ocasiões, eventos como os Jogos Eletrônicos Game XP."

Apesar dessa diversidade, confederações esportivas de menor estrutura alegam que não foram beneficiadas pelo legado olímpico. "Não utilizamos nenhuma instalação oficial que foi utilizada nos Jogos", diz a Confederação Brasileira de Levantamento de Peso, afirmando ainda que o mesmo vale para as federações filiadas.

Atletas da esgrima vivem situação semelhante. "As competições de esgrima nos Jogos do Rio-2016 foram realizadas na Arena Carioca 3, local que foi multiúso para outros esportes. Em razão disso, não houve legado olímpico para a esgrima brasileira em termos de equipamentos ou estruturas físicas", considera a confederação.

A levantadora de peso Eliane Nascimento teve de modificar bastante a sua rotina de treinos após a Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016. O motivo foi a redução drástica dos investimentos que estrangulou a maioria das modalidades. Hoje, ela trabalha como personal trainer na maior parte do dia e treina na hora do almoço e nas horas vagas. Uma vez por semana, a atleta dá aulas de treinamento funcional na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Por enquanto, desistiu da seleção brasileira.

Com Wellison Silva, a situação é parecida. Depois de disputar os Jogos do Rio-2016 e ficar em 18.º lugar na categoria 85 kg, com o total de 325 kg (arranco de 145 kg e arremesso de 180 kg), ele não consegue viver apenas do esporte. Ele é atleta do Esporte Clube Pinheiros, mas precisa dar aulas de crossfit para complementar a renda. Ainda tem esperança de conseguir índice para o Pan-Americano da modalidade, que acontece de 12 a 19 de maio, em Santo Domingo, na República Dominicana.

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Sabe, no entanto, que tem um desafio de Hércules pela frente. Mais um além das dezenas de anilhas que levanta todo dia. "É muito complicado se dedicar aos treinos tendo que se virar para ganhar algum dinheiro. Manter o alto rendimento nessas condições é praticamente impossível", comentou o pesista, que já esteve em duas edições de Jogos Olímpicos pelo Brasil.

A escassez de recursos para os esportes olímpicos, tema já batido para as grandes modalidades, está matando de sede os esportes de menor expressão. Literalmente. Os esportes nanicos estão encolhendo ao perder praticantes. É o caso de Eliane Nascimento, por exemplo. Os atletas identificam ainda um círculo vicioso nisso: com pouco tempo para treinar, pois precisam trabalhar para pagar a conta de água, luz e telefone, eles têm dificuldades para conseguir bons resultados. Com isso, têm menos visibilidade e penam para obter patrocinadores. No fim das contas, as verbas ficam cada vez mais diminutas. É um beco sem saída.

"O esporte está acabando aos poucos, pois muitos atletas não têm como se manter", disse Rosane Reis, atleta do Pinheiros e terceiro-sargento da Marinha. Com 193 kg de marca (90 kg de arranco e 103 kg de arremesso), ela conseguiu no Rio de Janeiro um histórico quinto lugar, a melhor colocação da modalidade em uma Olimpíada. "O que salva os atletas é o apoio de alguns clubes e o Bolsa Atleta", completou.

CULPADOS - Na visão dos atletas, existem vários culpados para a crise. O primeiro, mais amplo, é a fase estrutural que espantou os patrocinadores depois da Olimpíada. Não escapou ninguém, da natação ao judô. Mas existem problemas mais localizados. No mês de março, os atletas do levantamento de peso fizeram um protesto reclamando de falta de diálogo com a Confederação Brasileira de Levantamento de Pesos (CBLP). Eles simplesmente desistiram de participar de uma das seletivas para o Pan de Santo Domingo. Segundo o movimento, a entidade cortou os salários - média de R$ 2.500 -, vale-alimentação de R$ 200 e até o plano de saúde dos atletas da seleção brasileira. A única justificativa foi "falta de verba".

A entidade reconhece o tamanho da crise. "Como é de conhecimento público, diversas confederações tiveram redução de orçamento e perda de patrocínios. A Confederação Brasileira de Levantamento de Pesos (CBLP) também foi atingida pela perda de nosso principal e único parceiro. Com isso, tivemos que realizar ajustes em quase todas as áreas", reconheceu o presidente Enrique Monteiro em nota enviada ao Estado. "Uma das áreas que não foram atingidas foi a de participação em eventos internacionais, no qual batemos recorde em termos de atletas participantes nessas competições", atestou.

A levantadora Liliane Lacerda aponta o dedo na direção dos clubes. "Eu vim do atletismo e sei que a confederação não tem essa obrigação financeira com os atletas. Os clubes deveriam oferecer esse tipo de ajuda. No Rio, a situação é mais crítica ainda. Não temos clubes interessados em apoiar nada", criticou.

OUTRO LADO - Enrique Monteiro rebate as críticas sobre o declínio técnico. Ele diz que a crise afastou patrocinadores, mas destaca os resultados de 2017. "Temos conseguido, apesar da redução de orçamento, resultados inéditos, como a vice-campeã mundial sub-20, a campeã pan-americano adulta e resultados inéditos no Campeonato Mundial Adulto", disse.

O dirigente revela ainda um acordo com um fornecedor de material esportivo. "Mesmo nesse cenário de redução de orçamento, assinamos um Termo de Cooperação com a melhor fabricante mundial de material esportivo (Eleiko). Isso proporcionará aos atletas material de última geração, que são os mesmos utilizados em Campeonatos Mundiais. Tenho certeza que os clubes fazem o mesmo".

A União Ciclística Internacional (UCI) anunciou nesta terça-feira a punição aplicada ao brasileiro Kleber da Silva Ramos, ciclista paraibano que foi pego em exame antidoping pouco antes da disputa dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em agosto de 2016.

Suspenso temporariamente desde o exame positivo, em amostra colhida no dia 31 de julho, Ramos foi punido com suspensão de quatro anos. Como consequência, foi desclassificado da Olimpíada, na prova de estrada que disputou e não completou.

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Ramos, que também é chamado pelo apelido "Bozó", foi flagrado no exame com a substância CERA, que é proibida, por ser considerada a terceira geração de eritropoietina (EPO).

O atleta de Campina Grande, na Paraíba, profissionalizou-se em 2010 e, na divisão de ciclistas entre sprinters e escaladores, é considerado um sprinter que "se vira" nas subidas.

Ele nunca venceu nenhuma das principais provas do esporte. Os melhores resultados foram vitórias em etapas de provas como Tour de San Luis (2016), Ruta de Americas (2012) e Vuelta del Uruguay (2009). No montanhoso circuito olímpico do Rio de Janeiro, Kleber Ramos não chegou a completar a prova no tempo mínimo estabelecido.

Novo presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Paulo Wanderley Teixeira era vice de Carlos Arthur Nuzman, que renunciou este mês para se defender de participação em suposto esquema de compra de votos para o Rio de Janeiro sediar os Jogos Olímpicos do ano passado. A passagem de bastão não teve nenhuma pompa, já que se resumiu a uma transmissão automática assim que Nuzman assinou a sua carta de renúncia de dentro da prisão - ele agora está em liberdade.

Com a decisão da Justiça de proibir o ex-cartola de se comunicar com qualquer membro do COB, Paulo Wanderley tem caminho aberto para modificar a estrutura montada por Nuzman ao longo de 22 anos de presidência. Ao assumir a entidade este mês, ele elogiou o antecessor, mas em seus primeiros dias já dá mostras de que algumas coisas vão mudar.

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Ao Estado, o novo presidente disse que "não sabe se o COB gasta muito", mas está trabalhando em corte de custos. O mais vistoso será a mudança da sede da entidade de um prédio exclusivo na Barra da Tijuca para o Parque Aquático Maria Lenk, junto ao Parque Olímpico. A economia será próxima de R$ 4,5 milhões/ano.

O corte de custos deverá atingir todas as áreas, inclusive um dos principais eventos organizados pela entidade: o Prêmio Brasil Olímpico. O COB chegou a cogitar o fim da premiação, que acontece anualmente desde o início do século, mas decidiu mantê-la com alguns ajustes. "Vamos fazer de uma forma mais realista", assegurou Paulo Wanderley, informando ainda que ela acontecerá em março do próximo ano.

O dirigente também revelou que irá fazer mudanças no quadro de pessoal da entidade. "Fatalmente, em função do que está sendo posto, poderá haver, sim, algumas mudanças. Mas não é pra já", sustentou. "Provavelmente no mês que vem já teremos alguma coisa".

Sobre o diretor executivo de Esportes, Agberto Guimarães, Paulo Wanderley elogiou o trabalho, mas fez uma ressalva: "o Agberto é um dos grandes quadros profissionais do comitê olímpico, é um patrimônio do esporte nacional. Mas carta-branca não tem pra ninguém".

O senhor assumiu o COB em meio a uma investigação, com o Nuzman preso e com a Polícia Federal fazendo buscas na sede do comitê. Como encontrou o ambiente?

Eu já estava dentro do COB, mas naquele dia, especificamente, não. Evidentemente que uma notícia dessas não é do agrado de absolutamente ninguém. Mas o que eu constatei é que aquilo que o COB sabe fazer melhor, que é fomentar o esporte, tratar o esporte como ele tem que ser tratado, estava funcionando. Não parou de funcionar nada. Os projetos que estavam em andamento continuaram à frente, aquilo que estava chegando de demanda continuou a ser atendido. Sua atividade básica e precípua não sofreu nenhum tipo de interrupção ou continuidade. Essa foi minha visão. A gente observa o esporte.

O senhor já conseguiu se inteirar de tudo o que está acontecendo aqui?

Desde que assumi a vice-presidência, eu vinha numa postura de entender o funcionamento. A organização é grande, tem 100 anos, mais de 100 anos. Eu vinha de uma estrutura grande de confederação, uma das maiores do País, a Confederação Brasileira de Judô (CBJ), e tinha uma noção. O que acontece lá acontece aqui também, são os mesmos objetivos, só que aqui o volume é muito maior. Eu vinha fazendo o trabalho de relacionamento com as confederações, e brincando com o pessoal aqui eu dizia 'hoje eu quero ler uma página do manual'. Quando você recebe um equipamento novo, para aprender tem que ler o manual. Eu vinha lendo o manual com o tempo que me era dado, já vinha atuando nesse sentido. Eu não tinha poder decisório, mas (buscava) o conhecimento que era necessário. Estou ainda nesse processo, adiantado, acelerado, mas estou nesse processo ainda.

E dentro desse processo, o que o senhor percebeu que tem que ser seu principal foco de preocupação?

Está dentro daquilo que eu já defini que são as palavrinhas-chaves a se tratar. A transparência, e acho que isso já está sendo feito. A gente tem procurado pessoas, órgãos, instituições, para tratar e demonstrar o que estamos fazendo. As pessoas não sabem o que a gente faz. As próprias instituições esportivas não têm noção do trabalho desta organização aqui, do que ela produz. Todo mundo liga só a imagem à competição, Olimpíada, Jogos Pan-Americanos, mas não, tem trabalho interno, trabalho de preparação de técnico, de atleta. Transparência tem que ser jogada para fora em todos os níveis. Mérito, ou meritocracia, tem que trabalhar com esse objetivo, de valorizar quem busca o conhecimento, quem está atrás do resultado. A gente está com essa visão de premiar a conquista de seus propósitos, e isso foi mostrado na última exposição que nós fizemos (plano de distribuição de recursos da Lei Agnelo-Piva, apresentado na terça-feira). E controle de gastos e otimização de recursos. É nessa linha que estamos andando, já estamos implementando, já está funcionando.

Transparência, mérito e austeridade. Desses três, o que o senhor considera que é o mais difícil?

Eles caminham juntos. Não adianta você ter austeridade se você não está se comunicando, se você não sabe o que se está fazendo. A pessoa tem que saber. O mérito é implícito do esporte. O que o comitê olímpico trata? É de alto-rendimento, resultado. Tem que ter meta, tem que ter resultado. As três são interligadas e interdependentes. O que hoje se procura mais, se exige mais, que é mais visível, é a transparência.

O COB gasta muito?

Não sei isso ainda, tenho que estudar melhor pra dizer isso pra você. Gastar muito é relativo. O que é gastar muito para uma federação, para um governo? Tem resultado? De repente o que ele gasta é muito numericamente, mas os resultados justificam.

Na apresentação sobre os planos para distribuição dos recursos da Lei Agnelo-Piva do próximo ano, uma rubrica previa investimento menor, justamente aquela que trata dos gastos do próprio COB. Como reduzir o custeio?

Na austeridade. Vamos gastar dentro do que é possível. Vou lhe dar um exemplo, uma informação que ainda não demos publicamente, que é o PBO (Prêmio Brasil Olímpico). Um exemplo dessa questão de austeridade, de controle interno, é o PBO. É um evento que ocorre há 16 anos, de premiação do mérito dos atletas, e nós estamos dentro de um dilema. Vamos cortar a hora de o atleta receber os seus louros fora das quadras, dos tatames? É difícil, mas podemos gastar esse orçamento? Não, não podemos. Aí veio o consenso, dentro da questão da austeridade: vamos fazer, mas dentro da nossa realidade atual. Vai ser feito, sim, vai acontecer, mas de uma forma mais realista.

Vai ser ainda este ano?

Não, vai ser em março do ano que vem.

Como aconteceu este ano...

Exato, e acho que é uma coisa bem razoável, porque você termina o ano completo. Você pode estar em dezembro (mês em que tradicionalmente acontecia a premiação) com competições ainda acontecendo. Como tudo acontece, o ano fiscal é de janeiro a dezembro, eu acho razoável nós pensarmos em manter esta data de março. Este está definido que vai ser em março dentro dessas condições.

A mudança da sede do COB para o Maria Lenk já era prevista ou foi ideia do senhor?

Não, foi dentro do plano de austeridade.

Tem ideia de quanto vão economizar?

Em torno de R$ 4,5 milhões por ano. Envolve não só questão de aluguel, mas tem também serviços, a manutenção aqui é muito maior, segurança, enfim, tem algumas rubricas paralelas. O montante é uma economia saudável, necessária sob o ponto de vista de custo. E também tem que estar junto com o esporte, não cabe mais a administração estar aqui, apartada. Lá já está funcionando.

A intenção é mudar quando?

É aquela coisa: você tem a ideia, tem a vontade, mas não é só em função disso. O projeto já está finalizado, faltam ajustes, quem fica aonde, em que posição. Tem uma parte de obras, tem que fazer alguns ajustes, mas não tem nada de construção grande, não vamos botar abaixo e construir nada. Vamos utilizar e otimizar o que a gente já tem. Esse projeto de execução, planejamento, mudanças e obras, está se prevendo, a partir do momento que assinar o contrato, em torno de nove meses. É um parto.

Metade do ano que vem, segundo semestre...

É, segundo semestre do ano que vem. Não pode passar disso.

O senhor pretende manter todos os diretores e gerentes do COB?

Olha... Fatalmente, em função do que está sendo proposto, poderá, sim, haver algumas mudanças. Mas não é pra já.

"Não é pra já" tem um prazo?

Pra já seria este mês, não vai acontecer nada assim. Provavelmente mês que vem já tenha alguma coisa nesse sentido. O que eu observo é que os profissionais atuantes, específicos de cada área, são extremamente competentes e capazes. São compromissados realmente. Tem que ter uma análise muito fria, mas é necessário. O corte, quando vem, não dá pra dizer 'esta área sim, esta não'. Mas eu realmente não pensei em pessoas nem pra trazer, nem pra tirar.

Isso inclui a diretoria ligada diretamente ao esporte?

Pode, pode chegar. Diretoria, gerentes, funcionários, colaboradores. Não é uma visão focal, ela é ampla, de 360 graus.

O senhor deu carta branca ao Agberto Guimarães? Considerando, claro, que ele não seja um dos previstos para mudança...

O Agberto é um dos grandes quadros profissionais do comitê olímpico, é um patrimônio do esporte brasileiro pelo que ele fez pessoalmente pelo esporte e pelo que ele fez na trajetória de administrador esportivo. Carta branca não tem pra ninguém.

O senhor estabeleceu metas para o esporte?

Não, ainda não. Tenho que conversar com eles que estão fazendo o esporte, mas estão implícitas algumas coisas dentro daquelas palavrinhas mágicas que a gente tem falado. Materialmente, ainda não.

Quando o senhor diz que "carta branca não tem pra ninguém", o quê, por exemplo, não está autorizado a se fazer de maneira total?

Talvez o termo "carta branca não tem pra ninguém", ou tem para algumas pessoas, não seja a resposta apropriada, porque ainda falta conhecimento de tudo. Dentro do esporte, primeiro que não são eles que escalam as equipes. São os atletas que conquistam o direito de participar. "Ah, a equipe tal não vai". Não vou falar uma coisa dessas, porque foi o atleta que conquistou e as confederações que nos entregam as equipes delas. Nós damos condições e oportunidades. Talvez a resposta seja muito mais dependente da pergunta de o que é dar ou não carta branca. Só sei dizer o seguinte: não vai passar nada que eu não saiba - não vai passar nada que eu não saiba humanamente.

Como deverá ser a participação do Brasil nos Jogos Pan-Americanos de 2019?

Isso eu tenho que perguntar à assessoria responsável pela área, o planejamento estratégico, esportivo, mas com certeza vou perguntar.

Mas certamente será diferente da última edição, não? Agora tem uma questão de classificação olímpica e de redução de custos.

Cada modalidade tem uma especificidade. Tem entidades nacionais que obedecem à classificação dirigida por suas similares internacionais, que exige participação nesse ou naquele evento. Tem outras que vão direto. Diferente vai ser, com certeza, não tem como ser igual.

Voltando um pouco na questão da gestão, por que a decisão de encurtar o prazo de 90 para 45 dias para a elaboração do estatuto?

Talvez porque eu queira, de uma forma bastante pragmática, resolver a situação. Foi feita uma proposta de 90 dias, mas vamos fazer em 45 porque eu já milito há muito tempo nessa área e sei que é possível fazer. Vai ter que se fazer um esforço concentrado, e está sendo feito, as pessoas estão se reunindo, discutindo. A gente precisa não só pensar em fazer, em mudar. Tem que mudar, e o quanto antes melhor. Temos que dar respostas o mais rápido possível.

Um novo estatuto ainda este ano também é uma forma de sinalizar ao Comitê Olímpico Internacional (COI) de que está havendo uma mudança na questão da governança e, assim, agilizar o fim da suspensão imposta ao COB?

Essa atualização - na verdade eu não sei nem o termo adequado, se é um novo estatuto, uma atualização, uma reforma -, passa, sim, por uma necessidade de demonstrar ao COI que nós estamos caminhando no sentido da transparência, das boas práticas de governança, tudo que está se exigindo mais do esporte hoje.

A suspensão cai ainda este ano?

Pela minha vontade ela cairia amanhã, mas não vai depender de mim, depende do executivo do COI. O que eu posso dizer é que estamos em contato e estamos bastante avançados.

Na opinião do senhor, qualquer pessoa deveria ter o direito de concorrer à presidência do COB?

Isso é motivo de propostas no reformado, revitalizado estatuto. Me fizeram uma pergunta recentemente sobre qual minha opinião a respeito, e eu disse o seguinte: a composição da comissão (de reforma do estatuto) foi indicação, aprovação e eleição. Há pessoas assessorando. Eu não queria dar opinião, porque qualquer opinião que eu der poderia direcionar uma linha de ação, e eu não quero interferir nesse estudo. Eu confio nas pessoas que foram eleitas pra isso.

Mas o senhor já disse, por exemplo, que considera que as condições impostas hoje para se inscrever uma chapa devam ser menos duras...

Sim, nisso eu concordo. Menos tempo, menos pessoas indicando a chapa - eram dez confederações e seis meses de antecedência. Eu já demonstrei na prática, é só pesquisar o estatuto lá na confederação (CBJ). O atletismo tem um estatuto supermoderno. Não é padrão, e se foi vai ter que mudar.

Vamos ter uma eleição para vice?

Sim, tem que ter. De acordo com o atual estatuto, a "x" tempo do término do mandato não seria necessário, mas é início de mandato e é necessário fazer uma eleição.

O senhor comandou a CBJ por 16 anos e conhece seus pares de outras confederações. Eles são abertos a mudanças?

Posso dizer que, na atualidade, há uma sensibilidade para mudanças. Eu já vinha conversando com eles há algum tempo sobre a necessidade de se ajustar à modernidade administrativa. Posso dizer que há uma simpatia da maioria deles nesse sentido, mas não posso afirmar que este ou aquele ou quantos são favoráveis a mudanças. No geral, o ambiente é propício.

O que fará o senhor ter o sentimento de dever cumprido ao final do mandato?

O mesmo sentimento que eu não consegui na Confederação Brasileira de Judô: tornar autossustentável. Consegui fazê-la mais equilibrada, não dependente na sua totalidade de recursos públicos, não dependente exclusivamente de um patrocinador. Foram avanços substanciais, mas é muito difícil conseguir, por toda a conjuntura do País. Não me sinto frustrado. Vão acontecer melhorias.

O ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, foi libertado às 16h26 desta sexta-feira da Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, na zona norte do Rio de Janeiro, onde estava preso desde o último dia 5.

A liberdade foi obtida pela 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ), na tarde da quinta-feira. A decisão determinou a substituição da prisão preventiva de Nuzman por medidas cautelares.

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De acordo com o alvará de soltura, expedido pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, Nuzman está proibido de ir às sedes ou filiais do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e do Comitê Rio-2016 e deve suspender qualquer atividade ligada aos dois órgãos.

Também está obrigado a se apresentar todo mês na Justiça Federal e justificar suas atividades. Além disso, Nuzman não poderá manter contato com os demais corréus no processo criminal do qual responde nem viajar, entregando assim o seu passaporte.

Nada de relógios, canetas, vinhos ou bolsas. Muito menos máquinas fotográficas, smartphones, televisões, computadores ou tablets. Ouro, metais preciosos e pedras, nem pensar. Diante de uma de suas piores crises da história, o Comitê Olímpico Internacional (COI) está exigindo que todos seus membros assinem um compromisso de ética, estabelecendo claras regras sobre o que um delegado pode ou não receber de cidades candidatas a sediar eventos internacionais. Nenhum valor em dinheiro, obviamente, é aceitável.

Mergulhado na crise aberta pela suspeita de compra de votos pelo Rio para receber a Olimpíada de 2016, o COI agora quer garantias de que seus membros saibam quais são os limites. Um dos temores dentro da entidade é de que, com as denúncias contra Carlos Arthur Nuzman, sejam revelados nomes de dirigentes que ainda fazem parte da entidade e que estariam envolvidos na compra de votos.

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Como parte de uma reforma que já começou em 2014 e na esperança de dar um sinal a patrocinadores e mesmo à opinião pública, "princípios éticos" foram estabelecidos. Até o dia 5 de novembro, todos precisarão obrigatoriamente responder a um questionário e assiná-lo.

Ao Estado, um dos delegados do COI mostrou uma cópia do documento que havia recebido. Com quase 30 páginas, o documento cita explicitamente "o risco de qualquer percepção de corrupção pela sociedade civil" no processo de seleção de sedes. "Membros do COI não podem aceitar qualquer tipo de presente, qualquer que seja o valor, de uma cidade-sede, seu comitê olímpico nacional ou qualquer pessoa ou entidade agindo em nome da candidatura", disse.

A iniciativa foi a mesma que a Fifa adotou após seus cartolas serem presos, estipulando até a exigência de que relógios dados pela CBF fossem devolvidos.

Outro foco do COI é a venda de ingressos, usados como moeda de troca. As regras estipulam que os dirigentes podem comprar entradas para os eventos. Mas jamais revendê-las. Em 2016, um dos membros da cúpula da entidade, Patrick Hickey, foi preso no Rio por suposto envolvimento na venda iegal das entradas. Ele nega as acusações.

Existem também agora até regras para voos em jatos privados. Uma viagem de um membro do COI em um avião de uma terceira pessoa precisa ser autorizada antes pela entidade em Lausanne.

Fica ainda proibido aceitar convites a recepções ou eventos esportivos, além de promessas de vantagens. Mesmo quando um presente chega de uma outra entidade olímpica, ele poderá ser obrigado a ser entregue ao Museu Olímpico em Lausanne.

O COI, porém, preparou uma lista de itens que poderiam ser aceitos como presentes. Isso inclui camisetas, gravatas ou pins com o logo da cidade-candidata. Também ficam autorizados chocolate, produtos locais e vinhos "baratos". Nenhuma "remuneração secreta, comissão, vantagem e serviços" deve ser aceita.

O novo contrato exige ainda que os membros denunciem essas práticas, além de alertar sobre eventuais conflitos de interesse. Isso incluiria outros membros da família.

TESTE - Há até mesmo, no documento, uma espécie de simulado de situações em que um membro do COI precisaria reagir. Em uma delas, apresenta-se uma situação em que o delegado ou sua família fazem parte do conselho de uma empresa que concorre a contratos relacionados aos Jogos Olímpicos. "O que você faz?".

Na opção A, o delegado ignora, já que considera que não é ele quem toma a decisão. "Incorreto", diz o COI. "O potencial de que seja visto como conflito de interesse existe", alertou. A resposta correta, portanto, é a de que o delegado deve informar isso ao COI.

A Justiça Federal no Rio de Janeiro aceitou no início da noite desta quinta-feira a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra Carlos Arthur Nuzman (presidente licenciado do Rio-2016 e ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil), Sérgio Cabral (ex-governador do Rio de Janeiro), Leonardo Gryner (ex-diretor do COB e do Rio-2016), Arthur César de Menezes Soares Filho (empresário conhecido como "rei Arthur"), Lamine Diack e Papa Massata Diack (dirigente esportivo africano e seu filho, respectivamente).

Com isso, os seis acusados se tornam réus no processo resultante das investigações que apuraram suposto esquema de compra de votos para o Rio sediar os Jogos Olímpicos do ano passado e posterior superfaturamento de obras necessárias para o evento.

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A denúncia foi recebida pelo juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Nuzman, que está preso desde o dia 5 e teve um habeas corpus concedido nesta quinta-feira pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, vai responder pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Cabral será processado por corrupção passiva, enquanto Gryner vai responder por corrupção passiva e organização criminosa. Papa e Lamine Diack serão processados por corrupção passiva, e Soares Filho vai responder por corrupção ativa.

Na denúncia apresentada na quarta-feira e aceita nesta quinta, o MPF pede reparação aos cofres públicos no valor de R$ 1 bilhão por danos morais, além de ressarcimento de R$ 6,34 milhões por danos materiais.

DEFESA - Nélio Machado, um dos advogados de Carlos Arthur Nuzman, disse na quarta-feira que a denúncia apresentada pelo MPF é "fruto de mera criação mental" e que o dirigente "paga pelo sucesso e não pelo fracasso". Na peça, os procuradores equiparam Nuzman e Leonardo Gryner a funcionários públicos, uma vez que tanto o COB quanto o Rio-2016 receberam e eram gestores de verbas públicas.

Segundo o MPF, "por delegação", ambos exerciam uma atividade típica de Estado: o desporto. "Para fugir do vazio acusatório, criaram uma situação esdrúxula de funcionário público que não é funcionário público. A situação do Carlos Arthur Nuzman, e até mesmo dos senegaleses, está apontada como corrupção passiva. Isso não passa no exame de qualquer tipo de análise jurídica séria que se possa fazer sobre essa imputação", criticou Machado.

Já o advogado de Sérgio Cabral, Rodrigo Roca, disse na quarta-feira que a denúncia é "um acinte, um desmerecimento, não só ao ex-governador Sérgio Cabral, como à vitória consagradora do Rio, ao País e aos membros do COI". "O Rio foi eleito com uma diferença de 40 votos com relação à segunda candidata, Madri. Pela versão do MPF, seriam todos corruptos. Não tenho dúvidas de que em pouco tempo conseguiremos desmontar essa invencionice e mostrar que os verdadeiros criminosos continuam gozando das benesses legais que conseguiram com suas histórias fantasiosas", afirmou.

O Estado ainda não conseguiu contato com as defesas de Gryner e Soares Filho.

Dois dos principais cartolas do esporte brasileiro - Ricardo Teixeira e Carlos Arthur Nuzman - tinham algo em comum: usavam o mesmo doleiro para fazer seus pagamentos secretos na Suíça e em outras contas sigilosas.

Em sua denúncia contra Nuzman, o Ministério Público Federal revela que o operador Willy Kraus foi usado para realizar pagamentos para Lamine Diack, o homem que teria vendido os votos africanos para o Rio-2016, em troca de US$ 2 milhões.

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A informação foi colhida inicialmente pelo Ministério Público Francês que identificou o depósito "realizado por Willy Kraus à empresa Pamodzi, em um total de US$ 250 mil". A Pamodzi era a empresa do filho de Lamine, Papa Diack, e que tinha a incumbência de pressionar Nuzman e sua secretária para que os pagamentos fossem realizados.

Pelo levantamento dos investigadores, diversos pagamentos foram encontrados entre Kraus e Diack. "Dois desses depósitos coincidem exatamente com os valores e períodos apontados na mensagem encaminhada em 6 de janeiro de 2010 por Papa Diack a Maria Celestre Pedroso (secretária de Nuzman)", disse o MPF. Nessas mensagens, ele deixava claro que o pagamento precisava ser feito e que outros "amigos" que tinham fechado um "compromisso em Copenhague" estavam aguardando.

A mensagem seria uma evidência de que os pagamentos ocorreram em troca de votos africanos para a escolha do Rio, realizada em outubro de 2009, em Copenhague.

No dia 22 de dezembro de 2009, Kraus usaria uma conta secreta no Banco Cantonal de Aarau, na Suíça, para transferir o dinheiro a uma conta no Senegal, de Diack. Outros dois depósitos foram realizados em 2010.

Em dezembro de 2015, o Estado revelou com exclusividade que Kraus era o doleiro também sob investigação pelo FBI por ser a pessoa que fazia pagamentos a Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, nas investigações sobre a compra de votos para a Copa de 2022, no Catar.

A reportagem mostrou como o FBI havia identificado contas controladas por Teixeira em pelo menos três bancos na Suíça: UBS, Banca del Gottardo e BSI, comprado pelo banco brasileiro BTG Pactual.

Em apenas duas destas contas, um total de US$ 800 mil foram transferidos de contas nos Estados Unidos para a Suíça, envolvendo a Somerton, empresa controlada pelo também brasileiro José Margulies. Ele é suspeito de agir como testa de ferro para o empresário J. Hawilla e realizar os pagamentos de propinas para dirigentes do futebol mundial. A empresa de fachada de Hawilla, portanto, também teria abastecido as contas suíças de Teixeira.

A suspeita do FBI é de que Teixeira usaria um nome de fachada para não ter sua identidade revelada. Mas aparecia como beneficiário das contas. O "laranja" seria Willy Kraus, dono da Kraus Corretora de Câmbio, no centro do Rio de Janeiro.

Numa das transações suspeitas, o FBI registrou como a empresa Blue Marina, com contas nos EUA, pediu para transferir seus ativos para a Suíça. No dia 25 de setembro de 2008, a conta em território americano foi fechado e o dinheiro enviado a uma conta de Kraus, na Banca del Gottardo. O valor transferido era de US$ 478,2 mil.

Outro nome registrado pelos americanos era a da sociedade Summerton, usada também pelo dirigente. Para o FBI, Teixeira mantinha o "efetivo controle" sobre essas contas. Os investigadores apontam que acreditam que Kraus "permitia que Teixeira usasse suas contas como forma de esconder sua verdadeira fonte".

Os documentos oficiais do FBI obtidos pelo Estado revelam que Teixeira teria passado mais de uma década recebendo propinas em contas em Zurique, a mesma cidade da sede da Fifa e para onde o dirigente viajava com frequência para reuniões da entidade, para eventos do mundo do futebol e mesmo para defender a candidatura do Brasil para receber a Copa de 2014. Mas era na mesma cidade, segundo o delator, que também ficava sua conta secreta.

Segundo o FBI, Teixeira teria recebido mais de 20 milhões de francos suíços (cerca de US$ 20 milhões) entre 1992 e 2000. Os depósitos, porém, continuaram mesmo depois.

O presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG), Eric Maleson, disse aos procuradores do Ministério Público Francês que o Rio de Janeiro "praticamente não possuía condições de sediar a Olimpíada". A declaração foi reproduzia na denúncia apresentada pelo Ministério Público do Rio, nesta quarta-feira, contra o ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman.

Maleson afirma que a constatação foi feita a partir de um ranking divulgado, em março de 2008, pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), com a avaliação de cada cidade concorrente para sediar a Olimpíada de 2016, levando em consideração diversos aspectos, como infraestrutura e apoio dos governos. Nesta lista, Tóquio ficou em primeiro lugar, com 8.3, Madrid ficou com 8.1, Chicago com 7.0, Doha com 6.9 e Rio de Janeiro com 6.4, na quinta colocação.

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Em seu depoimento, Maleson afirma que "diante desse resultado, ficou evidente para a comunidade internacional que a disputa final seria entre Tóquio e Madri, as duas primeiras colocadas e que o Rio de Janeiro, em razão dessa nota, praticamente não possuía condições de sediar a Olimpíada, em razão do curto espaço de tempo que teria para reverter sua colocação, já que as eleições finais seriam realizadas em outubro de 2009", diz o trecho, reproduzido pelo MPF do Rio.

O testemunho de Maleson também indica ter havido ajustes e efetivo pagamento a membros africanos do COI para escolha do Rio de Janeiro como sede para os Jogos Olímpicos de 2016. Ele declarou que "era muito comum, em conversas de bastidores travadas no âmbito do CO-Rio (Comitê Organizador do Rio-2016), serem tratados assuntos relacionados à compra de votos dos dirigentes africanos que participariam da futura eleição".

Nuzman foi denunciado pelo MPF do Rio, nesta quarta-feira, pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Já o seu braço direito e diretor de marketing do COB, Leonardo Gryner, foi denunciado por corrupção passiva e organização criminosa.

O ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), foi denunciado por corrupção passiva e, o empresário Arthur Soares, conhecido como "Rei Arthur", por corrupção ativa. Papa Massata Diack e Lamine Diack, membros do COI (Comitê Olímpico Internacional), também foram denunciados por participação no esquema. Ela foi encaminhada nesta manhã ao juiz da 7º Vara Federal Criminal, Marcelo Bretas, responsável por julgar os processos relacionados à Lava Jato no Rio.

A denúncia do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro (MPF) contra o presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Carlos Arthur Nuzman, nesta quarta-feira, pediu a reparação por danos morais no valor de R$ 1 bilhão e materiais no valor de R$ 6,34 milhões. O MPF denunciou Nuzman pelos crimes de corrupção passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O seu braço direito e diretor de marketing do COB, Leonardo Gryner, foi denunciado por corrupção passiva e organização criminosa.

Já o ex-governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), foi denunciado por corrupção passiva e o empresário Arthur Soares, conhecido como "Rei Arthur", por corrupção ativa. Papa Massata Diack e Lamine Diack, membros do COI (Comitê Olímpico Internacional), foram denunciados por corrupção passiva.

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De acordo com a denúncia, Cabral, Nuzman e Leonardo Gryner solicitaram diretamente a Arthur Soares e aceitaram promessa de vantagem indevida aos senegaleses Papa Diack e Lamine Diack, no valor de US$ 2 milhões (cerca de R$ 6,3 milhões) para garantir votos para o Rio de Janeiro na eleição da cidade-sede para os Jogos Olímpicos de 2016, o que, segundo o MPF, configura corrupção passiva.

A denúncia equipara Nuzman e Gryner a funcionários públicos, uma vez que tanto o COB quanto o Comitê Organizador dos Jogos receberam e eram gestores de verbas públicas e exerciam, por delegação, uma atividade típica de Estado: o desporto. O MPF também citou a Lei Pelé (Lei nº 9.615/98), que determina que compete ao COB representar o país em eventos olímpicos, pan-americanos e outros de igual natureza.

"A despeito de tratar-se de uma 'pessoa jurídica de direito privado', o Comitê Olímpico do Brasil, por meio de seus dirigentes, representa a República Federativa do Brasil em eventos esportivos internacionais, recebe verba pública (que representa a maior parte de seu orçamento) e, ainda, exerce uma atividade típica da Administração Pública Federal ao fomentar e organizar as atividades desportivas olímpicas no Brasil", explicam na denúncia os procuradores da República integrantes da Força Tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro. "Onde existe verba pública, existe dever de probidade e existe a responsabilidade daqueles que a gerem, podendo, portanto, ser responsabilizados quando atuarem em contrariedade ao que determina a lei", completam.

Segundo os procuradores, Nuzman e Gryner também teriam infringido dever funcional ao conceder desconto, mesmo diante de descumprimento de contrato, do hotel LSH Barra Empreendimentos Imobiliários SA (LSH Barra Hotel). O ex-presidente do COB ainda é acusado de dissimular a propriedade e a origem de 16 quilos de ouro, no valor de R$ 1.495.437,63, mantidos em cofre na Suíça.

O MPF revelou que, em agosto de 2009, pouco mais de um ano após o Comitê Olímpico Internacional anunciar as quatro cidades que concorreriam para sediar os jogos de 2016 e há cerca de dois meses para o anúncio final, Nuzman, Gryner e Cabral se encontraram com Lamine Diack durante o Mundial de Atletismo de Berlim, oportunidade em que o senegalês indicou seu filho para tratar de pagamentos por "patrocinadores".

"No final de agosto, Gryner foi apresentado por Cabral a Arthur Soares, aproximando-os para acertar o pagamento aos Diack. Em setembro de 2009, aconteceu em Paris o episódio que ficou conhecido como "Farra dos Guardanapos", que contou com a participação de vários integrantes da organização criminosa chefiada por Cabral, inclusive Nuzman", explicou o MPF.

Dez dias depois, teria sido feita a primeira tentativa de depósito dos valores acordados entre Cabral, Soares, Nuzman, Gryner e Diack, por meio de transferência bancária feita a partir da conta Matlock, de Arthur Soares. A transferência foi rejeitada pelo banco por não haver razão econômica para o pagamento. No final de setembro, foi feita nova tentativa de transferência do pagamento a partir da conta Matlock, desta vez bem sucedida.

Em 2 de outubro, o Rio foi anunciado como cidade-sede da Olimpíada de 2016 e, em dezembro de 2009, e fevereiro de 2010, Para Diack encaminhou uma série de mensagens para Nuzman e Gryner cobrando o restante dos pagamentos devidos aos seus amigos, o que indica que houve distribuição de vantagens indevidas a outros africanos.

Foram registradas transferências bancárias de outros patrocinadores para Pamodzi Consulting no fim de 2009 e início de 2010. Já em dezembro de 2016, Nuzman e Gryner concedem ao LSH Barra Hotel, da qual Arthur Soares é sócio, o perdão da multa contratual e desconto de 30% sobre o valor que o hotel deveria devolver por ter descumprido acordo firmado como o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos de 2016.

A defesa do presidente afastado do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Carlos Arthur Nuzman, entrou com um pedido de habeas corpus, na madrugada desta terça-feira, no Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2). Na alegação, o escritório Nélio Machado Advogados chama a prisão preventiva do dirigente de "medida abusiva, desnecessária e ilegal". Também argumenta que a interpretação do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, que decretou a prisão preventiva de Nuzman, nesta segunda-feira, é "equívoca" a falar do "atleta consagrado" e "denodado dirigente esportivo".

Nuzman está preso desde o último dia 5, no Rio, sob suspeita de corrupção durante o processo de votação que elegeu o Rio de Janeiro a sede da Olimpíada de 2016, da qual o dirigente brasileiro também foi o presidente do Comitê Organizador Local.

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A defesa do presidente afastado do COB, porém, alegou por meio do pedido de habeas corpus, assinado pelos advogados Nélio Machado, João Francisco Neto e Guido Ferolla, também o seguinte: "Se vê, pela ótica do juiz de primeiro grau, que todo o esteio de sua argumentação se louva na equívoca interpretação de que Carlos Arthur Nuzman, o atleta consagrado, o denodado dirigente esportivo, dedicado ao desporto em muitas décadas de sua existência, contando 75 anos de idade, pudesse desprezar por completo seus ideais, seu sonho, sua razão de viver, seu maior mote existencial, para, obtendo êxito, mercê da realização dos Jogos Olímpicos em 2016, viesse a auferir vantagens, benesses ou propinas".

Além disso, os advogados chamam "a hipótese formulada pelo Ministério Público", com participação de Nuzman, "na empreitada criminosa", "de criação mental de seus algozes, que não contam com qualquer elemento de prova capaz de respaldar a tese arquitetada".

Eles também alegaram que a colaboração da França ao grupo da Lava Jato no Rio, na Operação Unfair Play, "vicejou a imaginação fértil de investigadores". "Só depois da investigação em curso na França, por delito que não tem previsão normativa no direito penal brasileiro, e a partir da implementação de acordo de colaboração é que vicejou a imaginação fértil de investigadores, levando à conjectura de que existisse, há muito, uma "organização criminosa", diz a peça.

Por fim, os advogados argumentam que "não se tem prova consistente de comprometimento" de Nuzman na acusação da Operação Unfair Play, que denunciou a compra do voto do presidente da Associação das Federações Internacionais de Atletismo, Lamine Diack, por US$ 2 milhões, para a escolha da sede olímpica de 2016.

O juiz Marcelo Bretas, da 7.ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, acatou pedido do Ministério Público Federal (MPF) e converteu nesta segunda-feira a prisão temporária de Carlos Arthur Nuzman em prisão preventiva, quando não há prazo para terminar. Bretas também determinou a prorrogação da prisão temporária de Leonardo Gryner, apontado como braço direito de Nuzman.

No pedido, o MPF destacou que "a ocultação do dinheiro ilícito produzido pela corrupção sistêmica" perduram até hoje. Na deflagração da Operação Unfair Play, os procuradores apontaram para a ocultação de bens de Carlos Arthur Nuzman, incluindo 16 barras de ouro depositadas em um cofre na Suíça.

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Os procuradores também alertaram que Carlos Arthur Nuzman continuava a atuar em benefício próprio, usando os instrumentos do Comitê Rio-2016, do qual também é presidente, bem como a sua influência sobre as pessoas que lá trabalham. Eles citaram um e-mail do cartola datado de 25 de setembro deste ano - portanto, após deflagração da operação -, em que ele determinava "urgência" no pagamento do escritório Nelio Machado Advogados, que atua em sua defesa.

O pagamento solicitado era de R$ 5,5 milhões, mas o Estado apurou que a liberação do montante não foi autorizada por não passar pelas regras de governança do comitê. O Rio-2016 tem dívidas na casa dos R$ 100 milhões.

O MPF também pediu a prorrogação da prisão provisória de Leonardo Gryner, que também está preso desde a quinta-feira passada. Ele é apontado pelos investigadores como "braço direito" de Carlos Arthur Nuzman e divide a cela com o dirigente na cadeia de Benfica, na zona norte do Rio, onde estão confinados os investigados na Operação Lava Jato.

A polícia de Genebra abriu nesta segunda-feira (9) o cofre alugado por Carlos Arthur Nuzman na cidade suíça e confirmou a existência de "vários quilos de ouro" escondidos pelo brasileiro, ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), preso na semana passada sob suspeita de corrupção durante o processo de votação que elegeu o Rio de Janeiro a sede da Olimpíada de 2016. As barras foram apreendidas pelas autoridades locais.

A reportagem do Estado revelou na manhã desta segunda-feira que uma operação estava sendo realizada na Suíça pelos procuradores locais. Sem dar detalhes do que encontraram, as autoridades confirmam que policiais foram até o local designado, abriram o cofre e emitiram uma ordem para que nada que esteja dentro do cofre possa ser retirado.

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O Estado havia revelado ainda na quinta-feira que o ouro estava no Port Francs de Genebra, um armazém usado para guardar obras de arte, peças raras e verdadeiras fortunas. Implicado em escândalos no passado, o local garantiu nesta segunda-feira que foram eles quem informaram às autoridades sobre a existência de um cofre em nome de Nuzman, assim que a referência ao brasileiro foi feita na imprensa.

"No momento que descobrimos na sexta-feira que essa pessoa (Nuzman) alugava um cofre em nossa empresa, imediatamente informamos ao Ministério Público de Genebra", disse Alain Decrausaz, diretor-geral do armazém ao jornal Tribune de Geneve.

A declaração se contradiz ao que o Estado presenciou ainda na quinta-feira passada. Sem saber que falavam com a reportagem, os representantes da companhia deram uma outra versão. Funcionários de alto escalão alertaram por telefone que, enquanto a polícia não entrasse em contato, qualquer pessoa com uma procuração de Nuzman poderia retirar as barras de ouro. No Brasil, o MP indicou que as barras somariam um total de 16 quilos. Mas não excluem a possibilidade de que o cofre possa conter até mais recursos.

Naquele mesmo dia, o Estado foi até o local. Sem saber uma vez mais que estavam falando no mesmo recinto onde estava a reportagem, funcionários mostravam nervosismo ao se referir ao fato de que tinham revelado informações sobre Nuzman ao jornalista do Estado. "Não fizemos nosso trabalho", dizia um dos responsáveis aos seus funcionários.

Além do desembarque da polícia ao armazém, o Ministério Público da Suíça indicou também que aceitou o pedido de cooperação para investigar e bloquear as contas de Nuzman. Todas as transações do brasileiro estão sendo coletadas e os extratos bancários serão repassados aos investigadores brasileiros. O objetivo é o de identificar todos os depósitos e transferências, na esperança de traçar a "rota do dinheiro".

Se os dados seguirão ao Brasil, as barras de ouro e o dinheiro em suas contas apenas podem ser repatriados quando Nuzman for condenado em último grau.

Em um breve comunicado, Berna indicou nesta segunda-feira que "pode confirmar que o pedido de cooperação do Brasil está sendo atualmente executado". O MP não da detalhes das ações ou operações realizadas. De acordo com pessoas envolvidas no caso, no Brasil, a ação envolveria o congelamento de todos os ativos do dirigente e um mapeamento de todas suas transações nos bancos locais.

Pela cooperação com a Suíça, os bancos são obrigados a repassar todos os extratos bancários que, então, poderão alimentar a investigação no Brasil e na França. A ação também exige o bloqueio dos bens do dirigente.

No dia 28 de setembro, os procuradores brasileiros encaminharam um pedido aos suíços para que as contas fossem bloqueadas, assim como o ouro mantido por Nuzman em Genebra. No dia 5 de outubro, dia da prisão do dirigente, o Departamento de Justiça deu o primeiro sinal verde para a cooperação e encaminhou a documentação para a "execução" por parte do Ministério Público de Berna. Dentro do sistema de cooperação, a aprovação inicial é considerada como um passo decisivo.

Agora, os procuradores suíços deram prosseguimento. ao caso.

ROTA - O trabalho dos investigadores agora é o de traçar a "rota" da fortuna do brasileiro. Documentos e envelopes encontrados durante a operação policial na casa de Nuzman, em setembro, revelaram que o brasileiro não apenas mantinha dinheiro vivo em sua residência em diversas moedas, mas também guardava informação sobre contas na Suíça.

No dia 27 de junho de 2014, Nuzman escreveria para Laetitia Theophage, funcionária da Federação Internacional de Atletismo, um e-mail no qual colocava seus dados de uma conta na Suíça. Tratava-se de um depósito que deveria ser realizado no banco Societe General Private Banking, instituição financeira dedicava a administrar grandes fortunas.

Laetitia, o Estado apurou, era a assistente pessoal do então presidente da Associação das Federações Internacionais de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês), o próprio Lamine Diack, investigado por corrupção e hoje detido. Com a conta bancária número 1720399, ele indicava para onde a IAAF deveria fazer um depósito. O local do banco também é revelador: Lausanne, cidade sede do COI e para onde Nuzman viajou com grande frequência entre 2009 e 2016, durante a preparação do Rio de Janeiro.

Em seu pedido de Habeas Corpus, Nuzman indicou que a conta servia para receber pagamentos de trabalhos realizados para a IAAF e suas despesas. O brasileiro chegou a ser membro do Conselho de Ética da entidade.

Agora, um dos trabalhos dos investigadores será o de apurar se a conta em nome de Nuzman serviu para algum outro objetivo. Para isso, o Ministério Público Federal espera a cooperação da Suíça. O Estado apurou que um fluxo ainda importante de dinheiro passou pelos EUA e pelo Caribe, o que exigiu a cooperação da Justiça americana e da Grã-Bretanha.

O Comitê Olímpico do Brasil (COB) anunciou nesta sexta-feira (6) que convocou para a próxima quarta uma Assembleia Geral Extraordinária para discutir a decisão do Comitê Olímpico Internacional (COI) de suspender provisoriamente a entidade brasileira. A reunião que vai acontecer às 14h30 na sede da entidade também tem como pauta analisar a atual situação da entidade.

O Ministério do Esporte também convocou o presidente interino do COB, Paulo Wanderley, para esclarecer a retaliação aplicada nesta sexta-feira. A pedido do ministro Leonardo Picciani, o secretário nacional de Esporte de Alto Rendimento, Rogério Sampaio, vai se encontrar para esclarecer a situação e "fornecer informações detalhadas".

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Na declaração, o poder público afirma que "continuará trabalhando para garantir o apoio aos atletas brasileiros e ao esporte de alto rendimento". A entidade optou por permitir que os atletas brasileiros continuem a representar o país nos torneios, prevenindo que as punições aos dirigentes não afetem diretamente estes esportistas.

Dezenas de atletas olímpicos brasileiros se articularam para escrever uma carta sobre a situação do esporte nacional e a prisão temporária de Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e do Comitê Organizador Rio-2016. Para evitar possíveis retaliações de dirigentes, os esportistas preferiram não dar suas opiniões individualmente e sim divulgar uma declaração conjunta.

A Comissão de Atletas se mobilizou desde as primeiras horas da manhã, por telefone e redes sociais, a fim de colocar o ponto de vista de quem é afetado diretamente pela situação do esporte olímpico no País. São 19 membros que representam os outros atletas brasileiros nesta comissão que foi criada em 2009.

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No documento, os atletas manifestam apoio total às investigações e pedem que não se faça confusão entre o COB e seu dirigente, reforçando que a atuação de Nuzman não pode manchar a entidade. Por fim, os esportistas esperam que os escândalos no movimento olímpico brasileiro não apague o brilho dos Jogos Olímpicos realizados no Rio.

"A Comissão de Atletas do Comitê Olímpico do Brasil vem através desse documento expressar total apoio às operações que buscam transparência na gestão das entidades esportivas brasileiras. Não devemos fechar os olhos para o ilícito e é nosso dever como qualquer cidadão brasileiro, proteger e preservar o bom funcionamento do nosso País", diz um trecho da carta.

Peça-chave na denúncia e uma das principais testemunhas na investigação sobre o caso da compra de votos pelo Rio para ser escolhido como sede dos Jogos Olímpicos de 2016, que envolve diretamente Carlos Arthur Nuzman, o brasileiro Eric Walther Maleson defende que o Comitê Olímpico Internacional (COI) faça uma intervenção "imediata" no Comitê Olímpico do Brasil (COB) para resguardar o esporte do País.

Maleson, que hoje vive nos Estados Unidos, procurou de forma espontânea procuradores franceses para dar detalhes do que ele diz ter sido a maneira pela qual Nuzman e a candidatura do Rio compraram votos para ganhar a eleição para sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

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Na condição de presidente da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo, Eric Walther Maleson, diz ter sido alvo de uma campanha de Nuzman. Seu caso está na Justiça brasileira.

Confira a entrevista com o denunciante:

O senhor fez diferentes apelos ao COI ao longo dos últimos anos sobre Nuzman. Qual deve ser a posição da entidade internacional neste momento?

O que o COI precisa fazer imediatamente é afastar Nuzman e toda a diretoria do COB do esporte. Existem já provas criminais. São acusações que tem consequências sérias. O COI não pode mais esperar. Na realidade, ele teria de ter feito isso já antes, quando a operação começou no mês passado. Mas eles optaram por não fazer nada.

Mas com que base o COI poderia agir?

A entidade precisa proteger a imagem do movimento olímpico no Brasil e no mundo, além dos patrocinadores. Considerando que não apenas Nuzman, mas todas as peças chaves da direção foram presas, não há outro caminho.

Uma prisão de Nuzman não seria suficiente para que o COB passe por mudanças?

Querer que o COB policie a si mesmo é acreditar em Papai Noel. Tem de haver uma intervenção para que as coisas possam mudar.

A realização de uma eleição no COB seria um caminho?

Não basta. O colégio eleitoral, da forma que é composto hoje, está fechado com Nuzman. É preciso uma intervenção para mudar os estatutos e abrir as eleições a um número maior de pessoas. Democratizar a escolha. Se isso ocorrer, haverá uma chance menor de fraude.

O senhor acredita que o comportamento de Nuzman na direção do COB afetou de forma negativa o esporte nacional?

Ele e seus aliados são os grandes responsáveis pela situação do esporte brasileiro. Ele transformou o COB em uma empresa privada para fazer seu marketing. Transformou a entidade em um balcão de negócios. Seu foco foi fazer eventos, com dinheiro público, e não disseminar o esporte. É dele a responsabilidade.

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