Corpo de Garrincha some de cemitério no Rio
Familiares do ex-jogador e a Prefeitura de Magé também desconhecem o local onde o bicampeão mundial está enterrado
Morto há mais de 30 anos, parentes do atacante do Botafogo e da seleção brasileira Manuel Francisco dos Santos, mais conhecido como Mané Garrincha, não sabem onde estão os restos mortais do ex-jogador, bicampeão mundial com a seleção brasileira. Ele morreu em 1983, vítima do alcoolismo, e foi sepultado no Cemitério Municipal de Raiz da Serra, da Prefeitura de Magé, na Baixada Fluminense (RJ).
A descoberta do incerto destino do corpo do craque aconteceu por acaso. De acordo com informações do Jornal Extra, a Prefeitura de Magé queria homenagear Garrincha, que completaria 84 anos em outubro, e foi atrás do local exato do sepultamento do ídolo do Botafogo. Na busca, o prefeito Rafael Tubarão recebeu um relatório da Secretaria de Ação Social com o recadastramento feito no cemitério. O documento diz que o corpo do ex-driblador tinha sido exumado, sem a presença de familiares.
“Pelo que a gente pesquisou, não se tem certeza de que ele está enterrado. Houve uma informação de que o corpo foi exumado e levado para um nicho (gaveta no cemitério), mas não há documento da exumação”, informou ao Extra Priscila Libério, atual administradora do cemitério.
A filha de Garrincha, Rosângela Santos, confirmou o paradeiro desconhecido dos restos mortais do pai e a confusão acerca da exumação.
“Eu não vi. Só me disseram que haviam tirado (corpo) e colocado num nicho na parte superior do cemitério. Não deram nenhum documento disso”, disse ela, que acrescenta: “fui informada pelo cemitério que haviam tirado o corpo do meu pai do local onde havia sido sepultado. Era uma cova que pertencia a uma tia que também já morreu. Disseram que estaria num nicho, mas não se tem certeza de nada. Ninguém da família foi informado da exumação do corpo. É difícil para mim e para minhas irmãs não saber onde está o corpo do nosso pai”.
Segundo João Rogoginsky, de 70 anos, primo de Garrincha, há cerca de dez anos, outra pessoa da família morreu e precisou ser enterrada no jazigo onde originalmente o jogador foi sepultado. "Eu não vi (exumação). Só me disseram que haviam tirado e colocado num nicho na parte superior do cemitério. Não deram nenhum documento disso”, contou em entrevista ao jornal.
O problema ainda é maior porque existem duas sepulturas com o nome de Garrinha e uma delas está com a data errada da morte. O craque morreu no dia 20 de janeiro de 1983, só que a informação no túmulo diz que ele morreu na mesma data, mas em 1985.
Um das sepulturas fica na parte baixa do cemitério, onde ele foi sepultado originalmente, assim como outros parentes. A outra sepultura fica na parte de cima do local, construída em 1985 pela Prefeitura de Magé, que colocou um obelisco para marcar a tumba.
A Prefeitura de Magé espera o aval da família para fazer uma exumação nas sepulturas.”Se a família concordar, faço exumação nas sepulturas. E um DNA para saber se algum corpo é o de Garrincha”, concluiu o prefeito Rafael Tubarão.
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