Santa Cruz alega já ter apresentado sua lista de sócios
Diretor jurídico tricolor, Eraldo Michiles, falou sobre a polêmica
Politicamente o Santa Cruz vive um momento tenso. O grupo Intervenção Popular Coral, com apoio de boa parte da torcida, tenta judicialmente um recadastramento dos sócios e cobram o clube para que apresentem a lista. O Santa foi obrigado a cumprir decisão da 12ª vara cível do Recife. Além disso, por meio de assembleia, o grupo tenta votar um novo estatuto.
A reportagem do LeiaJá procurou o diretor jurídico tricolor, Eraldo Michiles, que abordou o tema com exclusividade nesta terça-feira (14) e revelou que a lista de sócios já foi apresentada. Logo no começo da conversa, Eraldo disse que "o clube nunca se negou a apresentar a lista como falaram por aí".
Tudo começou em 2017, quando a lista de sócios votantes apresentou inconsistências como nomes duplicados, CPFs inválidos e diversas outras situações. Foi então que uma ação judicial determinou que o clube fizesse um recadastramento, realizado em 2018 e em 2019.
O processo foi finalizado e, segundo Eraldo, o autor reconhece que o clube atingiu o objetivo jurídico na sentença. "Depois, o autor entrou com cuprimento da sentença querendo que sejam feitas algumas alterações na lista". As mudanças seriam na forma como a lista era apresentada.
Apesar disso, o pedido judicial expedido da última semana, após decisão da 12ª vara cível do Recife, chegou ao Santa Cruz no sábado (11) com prazo de 48h para apresentação da lista e pedido de um novo recadastramento. A diretoria alega ter recebido com surpresa a decisão.
"O clube entrou em fevereiro agora com embargo de declaração e juntamos com a lista (de sócios) divulgada em 31 de janeiro deste ano", disse Eraldo. A lista em ano de eleição precisa ser apresentada no clube até a data em que foi divulgada. "O juiz tinha dado prazo para a parte autora se manifestar, ela não se manifestou e também não se manifestou sobre a lista", completa.
O diretor jurídico tricolor diz que o clube deveria ser intimado e que os autores do processos deveriam se manifestar sobre a lista que havia sido apresentado pelo Santa Cruz, caso entendessem que não cumpria as determinações. Por conta disso a decisão da última terça-feira (7), em que o clube tinha até 48 horas para apresentar a lista, foi recebida com surpresa no Arruda.
Entretanto, o Santa conseguiu em tempo hábil apresentar a lista que foi juntada ao processo nesta segunda-feira (13). Eraldo diz que, ao contrário do que foi dito, o clube nunca se negou a apresentar a lista e chegou a mostrar prints de um dos autores do processo, o advogado Jhonny Guimarães, elogiando a lista apresentada neste ano pelo clube. "Não encontrei irregularidades", teria dito um dos líderes do movimento Intervenção Popular Coral.
Mas a decisão também aborda outro tema, os autores do processo solicitam um recadastramento dos sócios do clube, mas o Santa entende que essa ação já foi feita em 2018. "Quando assumiu, essa gestão fez um recadastramento, tanto que tem um novo plano de sócio", ressalta, detalhando que sócios de gestão passada seguem no quadro.
"O clube não tem como ter conhecimento se uma pessoa faleceu. Essa questão para título de votação é bem importante porque o estatuto do Santa Cruz não permite que a gente exclua o sócio por inadimplemento", salienta. Eraldo declara que até a data da votação, o sócio pode regularizar sua situação e ficar apto a votar.
Eraldo ainda aproveita para dizer que, apesar de hoje apresentar uma base com 15 mil sócios aptos para votar, o número tem uma queda por conta de muitos desses que têm direito a voto de acordo com estatuto ficam impossibilitados de participar das eleições do clube por inadimplência, ou em caso de morte.