Juiz espanhol decreta prisão de suspeitos de formar o EI

Detidos incitavam ações terroristas na Espanha

dom, 15/03/2015 - 17:43
Angela Rios Polícia prende em Melilla um dos quatro suspeitos de criar e operar plataformas virtuais de recrutamento para EI, em 24 de fevereiro de 2015 Angela Rios

A Justiça espanhola decretou neste domingo a prisão de sete dos oito detidos na última sexta-feira, em diferentes localidades de Madri e da Catalunha, suspeitos de integrarem uma célula jihadista dedicada à propaganda do grupo Estado Islâmico (EI) - informaram fontes judiciais.

O juiz da Audiência Nacional (a principal instância penal do país) Javier Gómez Bermúdez acusa os réus dos crimes de integração em organização terrorista, enaltecimento do terrorismo, difusão pública de palavras de ordem terroristas e/ou captação, doutrinamento, treinamento e formação terrorista.

O oitavo detido foi posto em liberdade, relataram as mesmas fontes, acrescentando que o juiz Bermúdez considera que o grupo enviado para a prisão formava uma célula local do EI. Essa célula se dedicaria à propaganda, doutrinamento e captação de novos militantes para a organização, incluindo menores de idade.

O indivíduo suspeito de liderar essa unidade elaborava e editava material audiovisual "em apoio ao terrorismo jihadista", disseram as fontes consultadas pela AFP.

Ele teria postado um vídeo na Internet de seu filho de dois anos. Nele, a criança afirma que quer ser "jihadista", quando crescer.

Segundo o Ministério do Interior espanhol, os detidos "incitavam ações terroristas na Espanha, seguindo o mesmo 'modus operandi' dos atentados cometidos em outros países".

O juiz Bermúdez aponta a importância da Internet para essa cooptação e para o que ele chamou de "jihadismo violento".

De acordo com o magistrado, a célula investigada contava com pelo menos dez pessoas, "que constituíram uma complexa rede virtual na Internet, por meio da criação de 52 perfis em diferentes redes sociais".

"Essa circunstância, unida à sua lealdade à organização terrorista, converte-os em pessoas potencialmente muito perigosas para a segurança pública, cuja conduta futura é, de qualquer modo, impossível de prever", afirma Bermúdez.

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