'Obrigado por me darem força', diz caçula de cardiologista
O corpo do cardiologista Denirson Paes da Silva foi encontrado esquartejado e carbonizado - os suspeitos são o seu filho mais velho e a sua esposa
O filho caçula do cardiologista Denirson Paes da Silva, encontrado esquartejado e carbonizado na cacimba da própria casa em Aldeia, Região Metropolitana do Recife, se manifestou sobre o caso nas redes sociais pela primeira vez. Através do Instagram, o estudante de Administração Daniel Paes, de 20 anos, agradeceu pelo apoio que vem recebendo.
"A cada contato, seja um abraço, uma mensagem ou um pensamento positivo/oração, me senti menos perdido. Só tenho a agradecer a todos vocês, meus amigos, por me darem força pra continuar sendo o HOMEM que meu pai me ensinou a ser. Um beijo no coração de vocês", ele escreveu.
Os suspeitos de matar o médico são a mãe de Daniel, Jussara Rodrigues Paes da Silva, 54, e o irmão, Danilo Paes, 23. Jussara e Danilo estão presos preventivamente desde a última quinta-feira (5). A expectativa é que o advogado de defesa entre com o pedido de Habeas Corpus para conseguir a liberação dos dois.
O caso - No dia 20 de junho, a esposa do médico foi até a Delegacia de Camaragibe para registrar o desaparecimento do companheiro ocorrido no dia 31 de maio. Ela alegava que o marido teria viajado e não mais voltado. A polícia começou a suspeitar de familiares porque ela demorou para relatar o desaparecimento já que o médico estava sumido há mais de duas semanas, e não havia movimentação na conta bancária dele.
Quando os restos mortais foram encontrados, no dia 4 de julho, o filho mais velho teria dito que o pai poderia ter se suicidado. O Instituto de Criminalística fez uma perícia que apontou vestígios de sangue em dois banheiros e um corredor da casa. Foi constatado ainda que o local passou por profunda limpeza e que há sinal de arrastamento no corredor que dá acesso à cacimba. Os peritos constataram, ainda, que areia e brita foram jogadas na cacimba. Além de cloro líquido e em pastilha pra evitar a proliferação de bactérias - o que reforça a tese de premeditação.
Jussara e Danilo foram encaminhados para audiência de custódia pelo crime de ocultação de cadáver. Mãe e filho conseguiram a liberdade, mas antes que deixassem o fórum foram presos através de um mandado de prisão temporária por homicídio.
A principal linha de investigação da polícia até o momento é de que o crime tenha sido motivado por um pedido de separação feito pelo médico. Em depoimento, o caçula revelou que o pai queria se afastar da residência e que Danilo não tinha uma boa relação com o cardiologista.