Igreja Católica alemã revela 3.677 casos de abuso sexual

Mais da metade da vítimas tinha 13 anos ou menos quando sofreram os abusos e a maioria eram garotos

qua, 12/09/2018 - 13:26

Um relatório interno da Igreja Católica alemã foi divulgado nesta quarta-feira (12) pela revista alemã "Der Spiegel" e o jornal "Die Zeit", revelando que 3.677 pessoas sofreram abusos sexuais praticados por membros da Igreja do país entre 1946 e 2014.

Os documentos, segundo os veículos de imprensa, foram obtidos junto à Conferência Alemã dos Bispos e averiguados pelas universidades alemãs de Mannheim, Heidelberg e Giessen.

Os pesquisadores concluíram que mais da metade da vítimas tinha 13 anos ou menos quando sofreram os abusos e a maioria eram garotos. O relatório também aponta que o número de vítimas deve ser ainda maior.

Foram analisadas 38 mil atas de 27 dioceses, que apontaram que 1.670 membros da Igreja estariam envolvidos nos abusos, o que representa uma fração de 4% dos sacerdotes alemães.

Segundo o "Die Zeit", 969 das vítimas eram coroinhas. As investigações também informam que, em muitos casos, os documentos foram destruídos ou manipulados e que após a descoberta dos incidentes, muitos sacerdotes foram transferidos de diocese após a descoberta dos incidentes, sem que as novas congregações soubessem do passado dos supostos abusadores.

A Conferência Alemã dos Bispos escreveu um comunicado em que lamenta que o documentos tenham sido vazados, mas confirma que os eles revelam "a dimensão do abusos sexuais" que aconteceram.

O relatório completo, que faz parte de um esforço da Igreja local de combater casos de conduta sexual inapropriada, serão apresentados ao cardeal alemão Reinhard Marx no próximo dia 25.

O papa Francisco anunciou nesta quarta-feira (12) que organizará uma reunião de bispos no mundo inteiro em para entre os dias 21 e 24 fevereiro de 2019 para discutir esforços para o combate aos abusos.

O Pontífice é acusado pelo arcebispo italiano Carlo Viganò de conivência com casos de pedofilia ocorridos no Estados Unidos desde 2013.

Da Ansa

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