Mesmo com denúncias de abusos, médium mantém atendimentos
Suspeitas de crimes sexuais praticados por João de Deus ganharam repercussão após a TV Globo exibir entrevistas com possíveis vítimas
As denúncias de abuso sexual às centenas de mulheres que buscaram tratamento espiritual na Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia, Goiás, não fizeram com que o médium João de Deus desistisse de atender as pessoas que ainda o procuram em busca de atendimento.
Cinco dias depois de o programa “Conversa com Bial”, da TV Globo, exibir os primeiros depoimentos de mulheres que relataram ter sido vítimas de abusos sexuais praticados pelo médium, os empregados do centro espírita continuam a organizar o local para que João de Deus atenda normalmente nos próximos três dias.
“Ele está triste, mas está bem. E, no momento certo, vai falar [sobre as denúncias]”, afirmou a assessora de imprensa do centro espírita Edna Gomes. Ela disse que o médium chorou com a grande repercussão das denúncias, mas está convencido de que esclarecerá os fatos, e que os depoimentos das mulheres, segundo a assessora, parecem ter várias “incoscistências” que precisam ser investigadas.
Edna também garantiu que João de Deus não atende ninguém de forma individual e em ambiente separado. “O seu João sempre foi um homem muito respeitador. Conhecendo-o, você percebe que há coisas impossíveis [nos relatos]. Ele mesmo diz que nunca foi santo, mas, neste sentido, não há nada [que o desabone]”, acrescentou.
Para Edna e o secretário do centro Francisco Lobo, os promotores do Ministério Público de Goiás podem ter se precipitado ao anunciar as denúncias de crimes sexuais e não descartam a hipótese de que o órgão promova o fechamento do local. “Eu só acho que a Casa não tem nada que ver com isso. A Casa é uma igreja. Você vai fechar uma igreja? Agora, se você quer tirar o padre, o pastor, tudo bem, mas a igreja é a igreja.”