Um a cada 3 funcionários da ONU foi alvo de assédio sexual
O secretário-geral da ONU, António Guterres, avaliou que a pesquisa traz "algumas estatísticas alarmantes e evidencia que se deve mudar" para melhorar o ambiente de trabalho da organização
Ao menos um terço dos funcionários das Nações Unidas sofreu assédio sexual no interior do organismo nos últimos dois anos, segundo uma primeira pesquisa sobre o tema, publicada nesta terça-feira (15).
O secretário-geral da ONU, António Guterres, avaliou que a pesquisa traz "algumas estatísticas alarmantes e evidencia que se deve mudar" para melhorar o ambiente de trabalho da organização.
Um a cada três entrevistados - 33% - relatou ao menos uma situação de assédio sexual nos últimos dois anos, mas este número sobe para 38,7% para os que informaram sobre algum tipo de assédio sexual durante todo o tempo de atuação nas Nações Unidas.
O tipo mais comum de assédio são as histórias ou brincadeiras sexuais ofensivas, ou comentários ofensivos sobre a aparência, o corpo ou atividades sexuais. Mas os funcionários também foram objeto de gestos ofensivos, toques e tentativas indesejadas de discutir temas sexuais.
A pesquisa revela ainda que 1/3 dos assédios foi praticado por mulheres, e um a cada quatro, por supervisores ou gerentes. A taxa de resposta à pesquisa foi moderadamente baixa, de 17%, com 30.364 funcionários completando um questionário confidencial online.
Guterres declarou que os índices são comparáveis aos de outras organizações, mas que as Nações Unidas - que defendem igualdade, dignidade e direitos humanos - devem estabelecer um padrão mais elevado.