ONU faz advertência após teste de armas norte-coreano

Depois do teste, o governo dos Estados Unidos informou que continuará pressionando as conversas com Pyongyang para eliminar os programas de mísseis balísticos e nucleares da Coreia do Norte

seg, 06/05/2019 - 18:40
MANAN VATSYAYANA EUA se declararam preocupados sobre os direitos humanos na Coreia do Norte, sob domínio de seu líder, Kim Jong Un (foto) MANAN VATSYAYANA

As Nações Unidas criticaram nesta segunda-feira (6) a Coreia do Norte pelo mais recente teste com armas, advertindo que tal ação só aumentará as tensões regionais.

No sábado passado, os militares norte-coreanos testaram um lança-foguetes de longo alcance e armas táticas teledirigidas, um ato de provocação que, contudo, não está no mesmo nível dos lançamentos de mísseis que levaram a sanções internacionais em 2017.

"Estamos a par dos recentes lançamentos" realizados pela Coreia do Norte, disse à imprensa a porta-voz da ONU, Stephane Dujarric.

"Tal ação apenas serve para aumentar as tensões na região", acrescentou.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, pede a todas as partes a "continuar com o diálogo para promover uma paz sustentável e uma desnuclearização completa e verificável na península da Coreia", disse Dujarric.

Depois do teste, o governo dos Estados Unidos informou que continuará pressionando as conversas com Pyongyang para eliminar os programas de mísseis balísticos e nucleares da Coreia do Norte.

O presidente americano, Donald Trump, se reuniu duas vezes com o líder norte-coreano, Kim Jong Un, mas o último encontro no Vietnã não teve avanços por conta das exigências de Pyongyang para ter o fim imediato das sanções.

Os Estados Unidos insistem que as sanções só serão encerradas assim que Coreia do Norte eliminar por completo seus programas armamentistas.

- Direitos humanos em pauta -

O Departamento de Estado americano manifestou nesta segunda preocupação em relação aos direitos humanos na Coreia do Norte, citando entre outros motivos a presença de cerca de 100 mil pessoas em campos de detenção políticos, após Trump voltar a afirmar que confia em Kim Jong Un.

O presidente americano tenta fechar um acordo histórico com a Coreia para encerrar seu programa nuclear, o que tem deixado de lado a discussão em torno dos direitos humanos nos encontros entre os líderes dos dois países.

Mas numa declaração durante a "semana da liberdade na Coreia do Norte", promovida por organizações civis em Washington, o Departamento de Estado elogiou os desertores e outros ativistas que "lançam luz sobre a grave situação dos direitos humanos" no estado totalitário.

"Seguimos seriamente preocupados e profundamente angustiados por estos abusos", disse em um comunicado o porta-voz do departamento de Estado, Morgan Ortagus.

"Continuamos trabalhando com a comunidade internacional para criar consciência, ressaltar os abusos e as violações, melhorar o acesso à informação independente e promover o respeito pelos direitos humanos na Coreia do Norte", disse.

De acordo com Morgan Ortagus, há cerca de 100 mil norte-coreanos em campos de detenção políticos, que incluem parentes dos acusados de dissidentes. Além disso, o porta-voz informou que aqueles que tentaram fugir foram "torturados ou assassinados".

No sábado passado, Trump defendeu Kim, apesar dos novos testes com armas.

"Creio que Kim Jong Un compreende plenamente o grande potencial econômico da Coreia do Norte, e não fará nada para interferir ou acabar com ele", escreveu Trump no Twitter.

"Também sabe que estou com ele e não quer quebrar sua promessa", acrescentou.

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