Universal é acusada de forçar pastores a fazer vasectomia

Uma decisão judicial determinou que a Igreja Universal do Reino de Deus, comandada por Edir Macedo, pague R$ 115 mil a um dos ex-reverendos

por Victor Gouveia ter, 11/06/2019 - 11:41
Divulgação A igreja aponta que as acusações vêm de 'pessoas cheias de rancor' Divulgação

Ex-pastores da Igreja Universal do Reino de Deus garantem que foram forçados a passar por 'esterilização' para participar da instituição e que cirurgias de vasectomia foram realizadas em mutirões. Uma ação na Justiça do Trabalho foi movida.

Segundo os denunciantes, as práticas garantiam permanência e ascensão nos quadros da igreja, já que os sacerdotes teriam mais disponibilidade para mudar de cidade. Em entrevista à Folha de São Paulo, o ex-pastor Clarindo Oliveira, de 44 anos, relatou que foi esterilizado aos 18 anos em uma clínica paulista. Segundo ele, todos os custos foram pagos pela igreja liderada por Edir Macedo.

Uma decisão do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo (TRT-2), no dia 7 de maio, determinou que a Universal arque com a indenização de R$ 115 mil por danos morais e materiais a Clarindo. A desembargadora Silvana Ariano afirmou que há a confirmação da "prática de imposição de vasectomia" pela igreja. Para ela, o ato "se constitui em grave violação ao direito do trabalhador ao livre controle sobre seu corpo e em indevida intromissão do empregador na vida do trabalhador".

Em comunicado, a Universal caracterizou as denúncias como "ações movidas por duas pessoas cheias de rancor, que, talvez, tenham sido estimuladas por gananciosos, a embarcar em aventuras jurídicas que não terminarão bem para eles".

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