Marcha celebra negras latino-americanas e caribenhas

Para celebrar mais um dia de luta, a Marcha das Mulheres Negras acontece nesta quinta-feira (25), às 17h30, no Centro de São Paulo

por Alex Dinarte qui, 25/07/2019 - 16:48
Tomaz Silva / Agência Brasil Marcha das Mulheres Negras realiza diversos atos pelo país Tomaz Silva / Agência Brasil

Instituído em 1992 ao longo do 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, realizado na República Dominicana, o 25 de julho é lembrado como o Dia da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Para celebrar a data, nesta quinta-feira (25), às 17h30, na Praça da República, região central de São Paulo, a Marcha das Mulheres Negras. Este ano, o evento terá como tema o título "Sem violência. Sem racismo. Sem discriminação. Sem fome. Com dignidade, educação, trabalho, aposentadoria e saúde".

Presente em números significativos quando temas de vulnerabilidade são abordados em pesquisas, a mulher negra brasileira segue sendo destaque desfavorável nos assuntos como inclusão no mercado de trabalho, disparidade salarial, condições de trabalho e desemprego. Estes estudos também continuam mostrando números altos relacionados à taxa de homicídios. Segundo a análise do Atlas da Violência do ano passado, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), a quantidade de homicídios de mulheres negras ficou em 5,3 a cada 100 mil habitantes. Entre mulheres não negras, esse número é de 3,1 a cada 100 mil habitantes, o que mostra diferença de 71%.

Sobre emprego, dados do Ipea apresentam que mulheres negras correm 50% mais riscos de ficarem desempregadas. De acordo com a pesquisa, enquanto o desemprego entre mulheres negras foi 80% a mais em relação aos dados de 2014/2015, entre homens brancos o aumento foi de 4,6%. Já entre os homens negros, o crescimento foi de 7%.

Mais dados

Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 39,8% de mulheres negras têm que submeter-se a situações precárias de trabalho. Neste levantamento, homens negros são 31,6%; mulheres brancas, 26,9%; e homens brancos, 20,6% do total.

A desigualdade se mantém mesmo quando se é levada em consideração a conclusão do ensino superior. Segundo o estudo "O Desafio da Inclusão", de 2017, efetuado pelo Instituto Locomotiva, a remuneração de uma mulher negra com diploma é de R$ 2,9 mil em média. No mesmo contexto, o salário de uma mulher branca é R$ 3,8 mil.

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