Engasgo: crianças requerem atenção redobrada
Especialistas dão dicas para evitar e também de como agir quando acontece
Muito mais comum em crianças, o engasgo é motivo de preocupação entre pais e cuidadores. Além de os pequenos ainda não serem autossuficientes na hora de mastigar e engolir os alimentos, existe também a curiosidade da primeira infância, época em que as crianças tendem a levar à boca tudo o que encontram.
A pediatra e puericultora Kelly Fardin alerta para a posição de bebês e crianças durante o sono. “É recomendado que as crianças, especialmente os bebês, durmam de barriga para cima, pois a posição contribui para que não ocorra o engasgo e, caso venha a acontecer, esteja mais segura para que não haja sufocamento e aspiração de líquidos”, ensina.
A médica explica ainda que algum adulto deve sempre verificar os brinquedos oferecidos a crianças menores de cinco anos, para ter certeza de que são seguros. “É importante o monitoramento de um adulto e que elas tenham acesso somente a brinquedos apropriados para a faixa etária específica, seguros e permitidas dentro dos órgãos reguladores”, indica.
Muitos casos de engasgo acontecem na hora da alimentação, especialmente entre as crianças que ainda mamam e também entre aquelas diagnosticadas com refluxo gastroesofágico.
“O mais importante é saber quais são os potenciais motivos que podem contribuir para um engasgo, portanto, não oferecer alimentos duros e ou ainda não indicados para a faixa etária da criança”, explica a pneumologista Fernanda Bombarda, da Clínica Pequeno Príncipe e da unidade Santana do Hospital São Camilo.
“Para as crianças com patologias de refluxo é importante o acompanhamento médico e, se necessário, a indicação de tratamentos com remédios e medidas posturais além da alimentação adequada para cada faixa etária”, diz a médica.
O que fazer em caso de engasgo?
A Manobra de Heimlich é indicada para todos os casos de engasgo, entre crianças ou adultos. O que muda é a forma como é aplicada e os cuidados após o acidente.
Crianças:
- Vire a criança de bruços, apoiando-a nos braços para garantir a segurança necessária. Coloque os dedos de uma das mãos apoiados entre as bochechas do bebê e desfira cinco tapas na região das costas, entre os ossinhos da costela, para que o corpo estranho seja expelido.
- Se mesmo assim o engasgo persistir, é necessário partir para a segunda etapa da técnica, na qual vira-se o bebê de barriga para cima e, com os dois dedos maiores da mão, aperta-se o diafragma (próximo à altura do estômago) cinco vezes até que o objeto seja expelido ou a criança demonstre reação e possibilite a retirada do que provoca o engasgo, com cuidado para não machucar e ou empurrar novamente para dentro da garganta;
Adultos:
- Posicionar-se por trás da vítima, envolvendo-a com os braços;
- Fechar uma das mãos, com o punho bem fechado e o polegar por cima, e posicioná-la na região superior do abdômen, entre o umbigo e o a caixa torácica;
- Colocar a outra mão sobre o punho fechado, agarrando-o firmemente;
- Puxar com força ambas as mãos para dentro e para cima. Caso essa região seja de difícil acesso, como pode acontecer em obesos ou gestantes nas últimas semanas, uma opção é localizar as mãos sobre o tórax;
- Repetir a manobra por até 5 vezes seguidas, observando se o objeto foi expelido e se a vítima respira.