ONGs pedem fim da violência contra comunidade LGBTI

As organizações de nove países latino-americanos apresentaram um informe que recolhe dados de homicídios de pessoas LGBTI entre 2014 e 2019. Segundo o informe, 1.292 pessoas dessa comunidade foram assassinadas

qui, 08/08/2019 - 20:25
Mauro Pimentel (2018) Parada gay no Rio de Janeiro Mauro Pimentel

Organizações latino-americanas defensoras dos direitos da comunidade LGBTI pediram nesta quinta-feira (8) em San Salvador o fim das agressões contra membros dos coletivos, que, entre 2014 e 2019, sofreram a morte violenta de quase 1.300 pessoas na região.

"É importante que os Estados atendam o chamado pois há uma desproteção, não há estratégias para enfrentar a violência que a comunidade LGBTI sofre" (lésbicas, gays, bissexuais, transsexuais, e intersexuais), disse à imprensa Lucía Vacca, da ONG Colombia Diversa.

As organizações defensoras da diversidade sexual de nove países latino-americanos apresentaram um informe que recolhe dados de homicídios de pessoas LGBTI entre 2014 e 2019.

Segundo o informe, 1.292 pessoas dessa comunidade foram assassinadas nesse período nos países participantes do estudo.

Desses, 542 foram registrados na Colômbia, 402 no México, 164 em Honduras, 57 no Peru, 53 em El Salvador, 28 na República Dominicana, 26 na Guatemala, 12 no Paraguai e oito na Bolívia.

Segundo o relatório, as principais vítimas de homicídio são homens gays e mulheres transexuais.

O relatório indica que a maioria das vítimas "costumam ser muito jovens", com idades de entre 18 e 25 anos.

Do total de 1.292 homicídios, 30% ocorreram "por preconceito" ou por ódio, devido à orientação sexual ou identidade de gênero da vítima.

"A situação é preocupante, é necessário que os Estados adotem mecanismos de proteção, que as sociedades sejam mais tolerantes", declarou Bianka Rodríguez, diretora da associação salvadorenha Concavis Trans.

Rodríguez explicou que, devido à falta de estatísticas oficiais "confiáveis", as organizações da comunidade LGBTI criaram um observatório para levar um registro estatístico de vítimas da violência homofóbica nos nove países participantes.

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