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As perspectivas para o mercado de TI na América Latina a partir de 2024 são bastante positivas, já que se prevê um crescimento de 5% do setor, acompanhado do fortalecimento de diversas tecnologias e com impacto no produto interno bruto (PIB) da região, que impulsionando um crescimento positivo. Os dados foram apresentados no IDC FutureScape: Latin America IT Industry Predictions 2024 pela IDC, líder em inteligência de mercado, serviços de consultoria para os setores de Tecnologia da Informação e Telecomunicações.

De acordo com as previsões da IDC, a indústria de TI (sem contar dispositivos) terá um crescimento de cerca de 11%, bastante positivo no ambiente atual. “Crescer 11% em 2024 é sem dúvida um marco importante nas perspectivas que os usuários finais terão em relação a determinadas tecnologias”, afirma Alejandro Floreán, vice-presidente de Consultoria e Estratégia da IDC América Latina.

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Quanto ao crescimento da indústria de TI nos diferentes países da região, a Argentina crescerá 7%; enquanto o México, depois de um aumento de 22% em 2023, crescerá apenas 10% no próximo ano. Por sua vez, o Brasil crescerá 12%; enquanto o Peru e o Chile terão um crescimento de 11% respectivamente. O panorama é bastante promissor em comparação com países que têm uma economia mais estável e madura, como os EUA, que crescerão apenas 9% em 2024. As dez previsões da IDC para o mercado latino-americano de TI e Telecomunicações, a partir de 2024, são:

1. Maior investimento em iniciativas de Inteligência Artificial

2. A IA vai gerar mais possibilidades, embora também algumas dificuldades

3. Aumento do custo da infraestrutura e do acesso à informação

4. Expansão dos portfólios de dados

5. Baixo financiamento em habilidades de TI

6. Novas funções para IA

7. A importância da automação

8. Mais atenção aos mercados mal atendidos por meio da IA

9. Novas experiências e casos de uso

10. Conectividade será essencial

Até 2028, 20% das 5.000 maiores empresas da América Latina integrarão conectividade via satélite na órbita baixa da Terra, criando uma estrutura unificada de serviços digitais que garanta acesso onipresente e resiliente e garanta fluidez de dados. A criação de novas aplicações inteligentes que serão geradas como parte de toda esta explosão, não apenas derivadas da IA ​​generativa, mas também da tendência de 'near shoring' em alguns países latino-americanos, estará gerando novas aplicações inteligentes que talvez exigirão menor latência para poder operar corretamente.

 

A Universidade de Pernambuco (UPE) está entre as melhores instituições da América Latina e Caribe, segundo a QS World University Rankings: Latin America & The Caribbean 2024. Ao todo, a lista conta com 430 instituições, localizadas em países do Caribe, América Central e América do Sul, sendo 97 brasileiras.

No ranking, a UPE ocupa a posição 251º - 300º. “Ter a Universidade de Pernambuco na lista de um dos mais respeitados rankings do mundo, demonstra o compromisso da comunidade acadêmica com suas atividades que buscam fortalecer a ciência e tecnologia no Brasil. O resultado é fruto de um trabalho coletivo, que envolve toda a comunidade acadêmica, servidores, docentes e colaboradores, que merecem todo o reconhecimento pela seriedade desempenhada em suas ações”, destacou a professora Socorro Cavalcanti, reitora da universidade estadual.

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No que se refere aos dados específicos da América do Sul, a Universidade de Pernambuco ocupa a posição 192º entre a lista das instituições de diferentes países.“Os resultados apresentados no ranking nos incentivam a continuar desenvolvendo um trabalho coletivo com a comunidade acadêmica das unidades de educação e educação e saúde, sempre buscando aprimorar as nossas potencialidades. Parabenizamos todos os servidores e estudantes da UPE, que são responsáveis por todos os ganhos da instituição”, enfatizou o professor José Roberto Cavalcanti, Vice-reitor da UPE.

A Universidade de São Paulo (USP) é a melhor instituição de ensino superior da América Latina e Caribe, segundo o QS World University Rankings 2024. Elaborado pela britânica Quacquarelli Symonds (QS), o ranking divulgado nesta quarta-feira, 13, é considerado um dos mais relevantes do mundo.

Desde 2018, a USP estava em 2º ou 3º lugar no levantamento, que no ano passado foi liderado pela PUC do Chile - as duas instituições trocaram de posição.

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Há mais duas estaduais paulistas entre as dez primeiras, com destaque para a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em 3º. O Brasil tem 13 instituições entre as 50 melhores da América Latina e Caribe - 12 delas públicas.

A liderança mostra que a instituição "está no caminho certo" para ser uma universidade de classe mundial, para o reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior. "O ranking analisa grandes contribuições da universidade, como empregabilidade, reconhecimento dos empregadores, desenvolvimento sustentável, não só quantidade de papers (artigos científicos). E a USP tem se preocupado com isso, com seu impacto social", disse ao Estadão.

A Unicamp subiu do 5º para o 3º lugar. Décima colocada este ano, a Universidade Estadual Paulista (Unesp) ganhou uma posição.

O ranking considerou 430 universidades de 25 países da América Latina e Caribe. No Brasil, 97 universidades constam no levantamento, e conforme a QS, 35 delas tiveram melhora no ranking de 2024 em relação à edição anterior.

"O sucesso do Brasil é fundamentado no excelente conhecimento do corpo docente e pelo desempenho excepcional em pesquisa, tanto em termos de volume quanto de colaboração e qualidade", diz a QS. "A qualidade de seu corpo docente é evidenciada pelo número de professores com doutorado, no qual nove das 10 universidades com as maiores pontuações são brasileiras." No critério de produção científica/publicação por docente, as cinco principais são do Brasil.

O ranking colocou 13 universidades do País no top 50. Dessas, a única particular é a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), agora na 17ª colocação.

Critérios do QS World University Rankings 2024

A classificação da QS usa cinco critérios básicos: impacto e produtividade da pesquisa, compromisso docente, empregabilidade, impacto online e internacionalização. As médias são definidas com base na reputação acadêmica da instituição (30% da nota), reputação do empregador (20%), proporção de docentes por aluno (10%), professores com doutorado (10%), rede internacional de pesquisa (10%), citações por artigo (10%), artigos por corpo docente (5%) e impacto na internet (5%).

Considerando só a reputação acadêmica, o Brasil tem três das dez melhores de América Latina e Caribe. O País se destaca também no critério da rede internacional de pesquisa: seis no top 10.

USP ganhou postos em lista global em junho

Em junho, a QS já havia colocado a USP entre as 100 melhores universidades do mundo. A pesquisa, que analisou 17,5 milhões de trabalhos acadêmicos e considerou a opinião de 240 mil professores, alunos, funcionários e donos de escolas, colocou a USP na 85ª posição. Foi a primeira vez em 20 edições daquele levantamento que uma instituição brasileira ficou entre as 100 melhores.

Ao lado do Chile, o Brasil tem registrado bom desempenho nos rankings da QS. Boa parte disso é puxado pelas notas das três paulistas (USP, Unicamp e Unesp). Na comparação com a China, porém, o Brasil está atrás: o gigante asiático tem cinco representantes no top 100.

Desafios e gargalos

Entre os gargalos historicamente citados por especialistas para o avanço do Brasil nos rankings, estão a burocracia das instituições públicas (que têm regras mais engessadas para compra de equipamentos, gastos com pesquisa ou contratação de professores) e a baixa internacionalização (poucos alunos e docentes estrangeiros, além do número restrito de disciplinas em Inglês).

Outro obstáculo frequentemente citado são as irregularidades financeiras, sobretudo nas universidades federais, que não têm autonomia financeira e ficam sujeitas a cortes de verbas do governo. As três estaduais paulistas, por sua vez, são mantidas por uma cota fixa de 9,57% da arrecadação de ICMS de São Paulo, o que melhora a previsibilidade financeira. Já as federais, desde 2015, sofreram com sucessivos períodos de cortes de recursos.

Além disso, gestores universitários brasileiros costumam ponderar que as instituições públicas brasileiras têm papel de inclusão social no sistema superior, o que não ocorre em todos os outros países. O alto número de alunos e a adoção de cotas para alunos negros e de escola pública, por exemplo, demandam mais verba para a assistência estudantil.

SP está no top 100 das melhores cidades para estudar

São Paulo também é considerada a 97ª melhor cidade estudantil do mundo, ocupando assim a 5ª melhor classificação da América Latina segundo o QS Best Student Cities Ranking. A capital, porém, perdeu 13 posições em relação ao ranking do ano passado.

A liderança regional nesse quesito é de Buenos Aires (34ª geral), seguida de Santiago (47ª), Cidade do México (69ª) e Bogotá (90ª).

As gotinhas que entraram para a história da imunização ao eliminarem a poliomielite no Brasil ganharam uma previsão de aposentadoria, e a substituição da vacina oral contra a doença pela aplicação intramuscular significará uma proteção ainda maior para os brasileiros.

No último dia 7 de julho, o Ministério da Saúde anunciou que vai substituir gradualmente a vacina oral poliomielite (VOP) pela versão inativada (VIP) do imunizante a partir de 2024. A decisão foi recomendada pela Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), que considerou as novas evidências científicas que indicam a maior segurança e eficácia da VIP.

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Apesar da novidade, o Ministério da Saúde fez questão de destacar que o Zé Gotinha, símbolo histórico da importância da vacinação no Brasil, vai continuar na missão de sensibilizar as crianças, os pais e responsáveis, participando das ações de imunização e campanhas do governo.

A poliomielite é uma doença grave e mais conhecida como paralisia infantil, por deixar quadros permanentes de paralisia em pernas e braços, forçando parte dos que se recuperam a usar cadeiras de rodas e outros suportes para locomoção. A enfermidade também pode levar à morte por asfixia, com a paralisia dos músculos torácicos responsáveis pela respiração. Durante os períodos mais agudos em que a doença circulou, crianças e adultos com casos graves chegavam a ser internados nos chamados “pulmões de aço”, respiradores mecânicos da época, dos quais, muitas vezes, não podiam mais ser retirados.

A partir dos 2 meses

A vacinação contra a poliomielite no Brasil é realizada atualmente com três doses da VIP, aos 2, 4 e 6 meses de idade, e duas doses de reforço da VOP, aos 15 meses e aos 4 anos de idade.

A partir do primeiro semestre de 2024, o governo federal começará a orientar uma mudança nesse esquema, que deixará de incluir duas doses de reforço da vacina oral, substituindo-as por apenas uma dose de reforço da vacina inativada, aos 15 meses de idade. O esquema completo contra a poliomielite passará, então, a incluir quatro doses, aos 2, 4, 6 e 15 meses de idade.

A facilidade de aplicação e o baixo custo contribuíram para que as gotinhas tivessem sido a ferramenta para o Brasil e outros países vencerem a poliomielite, explica a presidente da Comissão de Certificação da Erradicação da Pólio no Brasil, Luíza Helena Falleiros Arlant. A comissão é uma entidade que existe no Programa Nacional de Imunizações (PNI) junto à Organização Pan-Americana de Saúde (Opas). Em 2023, o programa completa 50 anos.

"Em 1988, havia mais de 350 mil casos de pólio no mundo. Crianças e adultos paralisados. Naquela época, o que era preciso fazer? Pegar uma vacina oral que pudesse vacinar milhões de pessoas em um prazo curto para acabar com aquele surto epidêmico. Eram muitos casos no mundo todo, uma tragédia", contextualiza Luíza Helena.

Ciência evoluiu

O sucesso obtido com a vacina oral fez com que a pólio fosse eliminada da maior parte dos continentes, mas pesquisas mais recentes, realizadas a partir dos anos 2000, mostraram que a VOP era menos eficaz e segura que a vacina intramuscular. Em casos considerados extremamente raros, a vacina oral, que contém o poliovírus enfraquecido, pode levar a quadros de pólio vacinal, com sintomas semelhantes aos provocados pelo vírus selvagem.

"Crianças com desnutrição, com verminoses ou doenças intestinais podem ter interferências na resposta à vacina oral. Já a vacina inativada, não. Ela protege muito mais, sua resposta imunogênica é muito mais segura, eficaz e duradoura. Há uma série de vantagens sobre a vacina oral. Tudo isso não foi descoberto em uma semana, foram estudos publicados que se intensificaram a partir de 2000."

Desde então, países de todo o mundo vêm substituindo gradativamente a vacina oral pela inativada, o que já foi feito por ao menos 14 países na América Latina. A meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que a vacina inativada substitua a oral em todo o mundo até 2030.

A presidente da Comissão de Certificação da Erradicação da Pólio no Brasil acrescenta que a vacina inativada produz menos eventos adversos que a oral, e também traz maior segurança para a pessoa vacinada e para a coletividade.

Para compreender essa diferença, é preciso conhecer melhor o funcionamento dessas duas vacinas. A oral contém o poliovírus atenuado, isto é, ainda "vivo", porém enfraquecido, de modo que não cause mais a doença. Já a vacina inativada recebe esse nome porque o vírus já foi inativado, "morto", e não há mais chances de que possa sofrer mutações ou e se reverter em uma forma virulenta.

Estudos sobre o tema têm se intensificado a partir dos anos 2000, conta Luiza Helena, e constatou-se que o poliovírus atenuado que entra no organismo com a imunização pode sofrer mutações e voltar a uma forma neurovirulenta ao ser excretado no meio ambiente com as fezes. Já se tinha conhecimento dessa possibilidade, pondera a pesquisadora, mas hoje se sabe que ela é mais frequente do que se acreditava.

"Hoje a gente sabe que o vírus mutante eliminado pelo intestino pode acometer quem está do lado, e, se essa pessoa não estiver devidamente vacinada, ela pode ter pólio", afirma ela, que acrescenta que alguns fatores contribuem para elevar esse risco, como as baixas coberturas vacinais contra a poliomielite nos últimos anos e a existência de populações sem saneamento básico, o que pode provocar o contato com esgoto ou água contaminada por fezes que contêm poliovírus selvagens ou mutantes.

Segundo a pesquisadora, é importante ressaltar que, enquanto houver poliomielite no mundo, todas as pessoas estão sob risco de adquirir a doença.

“Os vírus da pólio circulam e podem acometer qualquer pessoa. Se essas pessoas, especialmente crianças, não estiverem devidamente vacinadas com uma vacina eficaz, preferencialmente inativada, não estarão imunes e podem ter a doença. Mesmo que haja um contato com o vírus, vacinados não desenvolvem a doença.”

Baixas coberturas

Segundo o Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI), as doses previstas para a vacina inativada contra a pólio atingiram a meta pela última vez em 2015, quando a cobertura foi de 98,29% das crianças nascidas naquele ano.

Depois de 2016, a cobertura entrou em uma trajetória de piora que chegou a 71% em 2021. Em 2022, a cobertura subiu para 77%, mas continua longe da meta de 95% das crianças protegidas.

O percentual a que se refere a cobertura vacinal mostra qual parte das crianças nascidas naquele ano foi imunizada. Isso significa que não atingir a meta em sucessivos anos vai criando um contingente cada vez maior de não vacinados. Ou seja, se considerarmos os últimos dois anos, 29% das crianças nascidas em 2021 e 23% das nascidas em 2022 estavam desprotegidas. Como mais de 1,5 milhão de bebês nascem por ano no Brasil, somente nesses dois anos foram mais de 780 mil crianças vulneráveis a mais no país.

As coberturas nacionais também escondem desigualdades regionais e locais. Enquanto o Brasil vacinou 77% dos bebês nascidos em 2022, a cidade de Belém vacinou apenas 52%, e o estado do Rio de Janeiro, somente 58%.

Área livre da pólio

O Brasil não detecta casos de poliomielite desde 1989 e, em 1994, recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem, em conjunto com todo o continente americano.

A vitória global sobre a doença com a vacinação fez com que o número de casos em todo o mundo fosse reduzido de 350 mil, em 1988, para 29, em 2018, segundo a OMS. O poliovírus selvagem circula hoje de forma endêmica apenas em áreas restritas da Ásia Central, enquanto, em 1988, havia uma crise sanitária internacional com 125 países endêmicos.

Sequelas

Com a eliminação da doença, é cada vez mais raro conhecer alguém que viva com as sequelas da pólio, mas essa já foi uma realidade muito mais frequente no Brasil. O ator e músico Paulinho Dias, de 46 anos, conta que teve a doença menos de duas semanas após seus primeiros passos, com 11 meses de idade.

"A pólio afetou meus membros inferiores. Da cintura para baixo, afetou ambas pernas, porém, a maior sequela foi na perna direita, em que fiz mais de dez cirurgias, entre elas de tendão, de nervo que foi atrofiando e de alongamento ósseo, porque a perna começou a ficar curta, porque não acompanhou o crescimento da outra. Antes dessa cirurgia, quase não encostava o pé no chão."

Paulinho se lembra de relatos da mãe de que inúmeras crianças no entorno também tiveram pólio. A falta de informação na época, em 1977, fazia com que muitas famílias buscassem benzedeiras na ausência de outros recursos, dando ainda mais tempo para agravamento dos casos e disseminação do vírus.

"Eu sempre fui a favor das vacinas, mas confesso que nunca fui panfletário em relação a elas até a pandemia de covid-19, que a gente viveu. E também, em pleno século 21, com o risco de a pólio voltar e o risco de outras doenças preveníveis por vacinas voltarem por conta da desinformação, movimentos antivacinistas, medos bobos. Sempre que eu posso, falo para as pessoas se vacinarem, porque é um ato de amor. Vacinem seus filhos, poupem de sofrimento."

O dia 31 de março é o dia marcado pelo início da Ditadura Militar no Brasil com a deposição do então presidente da República, João Goulart, que teve o governo interrompido para que os militares assumissem o Poder. O País compõe a lista de da América Latina que sofreram e sofrem com governos ditatoriais, e isso, com certeza, é um dos temas que quem está se preparando para realizar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deve ficar atento.

No século 20, uma série de ditaduras, sobretudo militares, desenvolveram-se na América Latina. Diferentes países do Caribe, América Central e América do Sul tiveram experiências ditatoriais marcadas pelo terrorismo de Estado, quando o próprio Estado promove ações de terrorismo contra a sociedade.

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Esses regimes ditadores foram fortemente influenciados pelos Estados Unidos (EUA), que, segundo historiadores, encontraram nesse caminho uma forma de manter o continente americano sob a sua influência e evitar que o socialismo cubano se repetisse em outros locais. Um dos primeiros golpes a serem apoiados pelos norte-americanos foi o que aconteceu no Brasil, em 1964. É o que explica o professor e historiador, Pedro Botelho.

“Na década de 1950, o governo americano apoiou um regime de tendências nazifascistas dentro da Bolívia, que não conseguiu chegar ao poder de maneira extensa, mas sabemos que a operação Brother Sam foi uma operação que visava monitorar as autoridades de esquerda inclusive o presidente João Goulart que foi deposto pelos militares brasileiros que receberam apoio, inclusive, do próprio exército americano”, disse.

Segundo ele, os regimes ditadores vistos no continente latino-americano passa pelo evento da Guerra Fria, conflito político-ideológico que foi travado entre Estados Unidos (EUA) e União Soviética (URSS), entre 1947 e 1991. Botelho ressalta a preocupação americana em impedir a ascensão de governos de esquerda.

“Quando falamos sobre as ditaduras latino-americanas, em contexto geral, também falamos da Guerra Fria. Quando falamos da ditadura de Pinochet, no Chile, da ditadura argentina, da ditadura brasileira, podemos nos conectar ao contexto da Guerra Fria com o mundo dividido em bloco capitalista e bloco socialista, de um lado Estados Unidos e do outro União Soviética. Sambemos que após a Revolução Cubana, em 1959, quando a ilha se torna um regime socialista bem do lado dos Estados Unidos, isso acende um alerta que fez o EUA começar a mexer peças no jogo político da América para impedir esse avanço de governos de esquerda”, explicou.

Diante de tudo isso, o professor dá dicas de como estudar sobre o assunto e estar preparado para responder as questões desse tema que forem apresentadas no Enem.

“O que geralmente cai é, primeiro, o aparelho de repressão, tortura, desaparecimento de pessoas, isso normalmente é pedido que o aluno reconheça através de textos e imagens fazendo uma ligação com a Guerra Fria, e também pode se falar da resistência cultural e política que também foram sistemáticas nesses países, pois onde teve ditatura também teve mecanismos de resistência, então, o aluno precisa ficar ligado nesses aspectos”, apontou.

O percentual de cura das crianças com câncer nos países da América Latina e do Caribe é de 55% e cai para 20% naqueles de menor renda, destacou a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) nesta terça-feira (14).

Uma a cada 360 crianças e adolescentes é diagnosticada com câncer a cada ano, "mas menos da metade dos países da região (46%) conta com uma política nacional de detecção precoce da doença", incluindo os cânceres infantis, aponta a organização em seu comunicado.

"Na América Latina e no Caribe, cerca de 29.000 crianças e adolescentes são diagnosticados com câncer a cada ano", diz o médico Anselm Hennis, diretor do Departamento de Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental da Opas, citado na nota. "Embora a taxa regional geral de sobrevivência do câncer infantil seja de 55%, ela varia significativamente segundo o país."

Nos países de menor renda da região, as taxas podem chegar a 20%, enquanto nos mais ricos chegam a 80%, aponta o escritório para as Américas da Organização Mundial da Saúde (OMS), que atribui essa diferença, "principalmente, a atrasos no diagnóstico, à falta de atendimento especializado, ao acesso e disponibilidade limitados de medicamentos anticancerígenos e à mortalidade evitável devido a infecções".

Com o objetivo de alertar os pais e profissionais de saúde para os primeiros sinais dos cânceres mais comuns em menores, a Opas lançou a campanha "Em Suas Mãos", juntamente com o St. Jude Children's Research Hospital e o Childhood Cancer International.

Alguns dos sintomas comuns, explica, são fadiga, hematomas inexplicáveis, caroços ou inchaço, perda de apetite, dor de cabeça persistente, tontura, vômito e dor nos ossos.

Os cânceres infantis mais comuns apresentam "sintomas precoces detectáveis e são altamente curáveis com terapias comprovadas", afirma Marcela Zubieta, responsável pela rede latino-americana da Childhood Cancer International, citada no comunicado.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta quarta-feira (18) que a integração dos países da América Latina e a produção de energia limpa são elementos centrais para atrair investimentos externos e promover a industrialização e o crescimento da região.

“Entendemos que a integração regional é um imperativo para o nosso desenvolvimento”, defendeu o ministro em um painel sobre liderança na América Latina durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça, com a participação dos presidentes da Colômbia, Gustavo Petro; do Equador, Guillermo Lasso; da Costa Rica, Rodrigo Chaves; e da vice-presidente da República Dominicana, Raquel Peña. 

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Haddad disse que os dois governos anteriores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e da presidenta Dilma Rousseff sempre olharam de maneira generosa para a América Latina. Ele destacou que o processo de integração passa por investimento em infraestrutura, realização de acordos comerciais entre os países e fortalecimento do Mercosul, inclusive com a incorporação de novos membros.

O ministro destacou a possibilidade de integração da América Latina por meio de linhas de transmissão e disse que a região tem grande potencial de atrair investimentos de empresas interessadas em integrar suas cadeias produtivas com a geração de energia limpa, seja solar, hídrica, eólica ou do hidrogênio verde.

“Isso pode ser um fator de atração de indústrias que queiram produzir a partir da energia limpa, para que toda a sua cadeia produtiva esteja em compasso com as determinações ambientais que hoje são incontornáveis”, apontou.  Para Haddad, somente com essa integração, os países do continente poderão fazer frente a grandes blocos econômicos representados pela União Europeia, China e pelos Estados Unidos.

“Penso que a integração dos nossos mercados para ganho de escalas consideráveis seja um elemento importante para a atração de investimentos externos compatíveis com as nossas necessidades de oferecer empregos de mais alta qualidade para os nossos trabalhadores. Então, não é só investimento em educação que precisa ser feito, mas a atração de um tipo de investimento que a nossa região tem hoje um déficit importante”, disse.

A pobreza extrema afetará 82 milhões de pessoas na América Latina em 2022, apesar da redução da pobreza em geral, em um contexto de desaceleração econômica e de inflação alta – alertou a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), nesta quinta-feira (24).

"Não se conseguiu inverter os impactos da pandemia em termos de pobreza e pobreza extrema, e os países enfrentam uma crise silenciosa na educação, que afeta o futuro das novas gerações", afirmou o secretário-executivo da Cepal, José Manuel Salazar-Xirinachs, ao apresentar o relatório "Panorama Social da América Latina e Caribe 2022".

Segundo a Cepal, em 2021 a taxa de pobreza na América Latina atingiu 32,3% da população total, marcando uma queda de 0,5 ponto percentual (pp) em relação a 2020. Em 2022, o percentual cairá ligeiramente, para 32,1%, o equivalente a 201 milhões de pessoas.

Já a pobreza extrema chegará a 13,1% este ano, o que representa 82 milhões de pessoas. Em 2021, esse número foi de 12,9% da população regional.

A explicação para este aumento da pobreza mais aguda são os "efeitos combinados do crescimento econômico, da dinâmica do mercado de trabalho e da inflação".

Se comparado a 2019, ano anterior à pandemia, haverá mais 12 milhões de pessoas em extrema pobreza e mais 15 milhões em situação de pobreza, segundo a Cepal.

Os níveis projetados de pobreza extrema em 2022 representam "um retrocesso de um quarto de século para a região", acrescentou o órgão regional com sede em Santiago.

Na educação, América Latina e Caribe sofrem as consequências do tempo prolongado em que as escolas ficaram fechadas durante os dois primeiros anos da pandemia: em média, 70 semanas de fechamento dos estabelecimentos de ensino, contra 41 semanas no restante do mundo.

As consequências desse grande apagão educacional já são visíveis, adverte a Cepal. Na América Latina e no Caribe, o percentual de jovens (18 a 24 anos) que não estudam nem trabalham de forma remunerada aumentou de 22,3%, em 2019, para 28,7%, em 2020.

No dia 2 de novembro é celebrado o Dia de Finados no Brasil. Em outros países da América Latina é chamado de “Dia de Los Muertos” e, ao contrário do que o senso comum imagina, é uma data sobre a morte de um ponto de vista festivo e alegre, mesclando tradições da cultura indígena e Igreja Católica.

Na cultura indígena destes países existia a tradição de conservar os crânios dos cadáveres como troféus, os quais eram exibidos durante rituais que simbolizavam a morte e o renascimento. As festividades de outono homenageavam os mortos e os convidavam para o mundo dos vivos, alguns organizavam festas para guiar os mortos para o caminho de Mictlán, o submundo da mitologia mexicana.

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Após a colonização espanhola, a tradição indigena coincidiu com a católica, o Dia de Finados e o Dia de Todos os Santos, em 1 e 2 de novembro, respectivamente. Atualmente, o Dia de Los Muertos é o resultado da combinação das duas culturas.

A celebração começa no dia 28 de outubro, a partir desta data, cada dia é dedicado a um tipo de morte, por exemplo; mortes por acidente ou de crianças que morreram antes de serem batizadas. Já o 1° de novembro é o Dia de Todos os Santos, em honra aqueles que levaram uma vida virtuosa, principalmente crianças. No Dia de Finados, em 2 novembro, é feita uma oração por todas as almas que ainda não receberam acesso ao “Paraíso”. Segundo a tradição, as almas podem voltar do “Além” por algumas horas e visitar seus familiares.

México 

No país, o Dia de Los Muertos é em 31 de outubro e o Dia dos Santos em 1 de novembro. Um dos rituais mais conhecidos do país é o desfile na capital, a Cidade do México. As tradições para honrar e lembrar dos entes queridos vão desde a confecção de altares até a exumação e lavagem de ossos. As lápides são cobertas com flores alaranjadas. Algumas famílias cantam para aqueles que não estão, espalham pétalas de flores, velas e oferendas desde casa até cemitério, para, de acordo com tradição, facilitar o retorno das almas à Terra.

Em outros lugares do país, como o estado de Morelos, as pessoas abrem a porta de suas casas para quem quiser ver o altar. Também oferecem aos visitantes a receita tradicional de  “Pan de Muerto”, um pão doce decorado; e “atole”, uma bebida quente de milho.

ALTAR DE MUERTOS

Entre 1 e 2 de novembro, acontece o ritual dos altares de mortos, com flores e alimentos. Eles podem ter dois, três ou sete níveis. O primeiro representa o céu e a terra, o segundo, o purgatório. No mais completo, a imagem de um santo; as almas do purgatório; pan de muerto; sal para purificar, fotos e as comidas favoritas do falecido; uma cruz feita de sementes ou fruta e uma toalha de mesa branca. Em algumas ocasiões, são colocados objetos pessoais do falecido, mesmo cigarros ou licor. Para as crianças, doces ou algum brinquedo. Além disso, objetos que representem o quatro elementos da natureza são fundamentais:

Água: A fonte da vida. Normalmente é representada com um vaso cheio. Segundo o ritual, ela é necessária para saciar a sede do defunto depois de sua longa viagem;

Terra: Frutos de comer. milho, abóbora, grão de bico e feijões;

Ar: É representado por papel picado, que quando se mexe anuncia a chegada dos mortos. Traz alegria e cor para a oferenda; 

Fogo: É representado pelas velas, que significam fé, esperança e iluminam o caminho das almas;

Flores: A mais comum é a “cempasúchil”, também chamada de calêndula mexicana ou “rojão”. Ela serve para mostrar o caminho até o altar, pela cor igual ao sol e o aroma forte. A flor de terciopelo ou “Celosia cristata” também é usada, sua cor vai desde o vermelho até o roxo. A flor branca é usada quando se trata da morte de uma criança;

Há outros objetos que vão de acordo com a tradição ou religião da família:

Caveiras: Podem ser de açúcar, chocolate, amaranto ou barro. Lembram que a morte é parte da vida e todos são mortais.

Arcos: São feitos com flores de cempasúchil ou frutas para representar a passagem entre o mundo dos mortos e o mundo dos vivos.

PAN DE MUERTO

Uma importante tradição mexicana da celebração do Dia de Los Muertos. O pan de muerto (pão de morto) é colocado no altar como oferenda, além de ser um dos alimentos consumidos durante o mês de outubro. É redondo, a massa é modelada na forma de ossos e um círculo. A textura é semelhante a um pão “chalá” ou trançado. Geralmente é polvilhado com açúcar ou outro tipo de cobertura. A origem do pan de muerto vem da cultura asteca - onde eram utilizados diferentes tipos de pães como oferenda.  

LA CATRINA

O personagem da caveira sorridente. É a figura da “dama da morte” no México e se converteu em um ícone da cultura do país. “La Catrina” apareceu pela primeira vez no mural “Sueño de una tarde dominical en la Alameda Central”,  do pintor mexicano Diego Rivera (1886 - 1957), o esqueleto veste trajes da era vitoriana, além de um chapéu e um cachecol de plumas.

De acordo com cartunista mexicano, José Guadalupe Posada (1852 - 1913), a personagem é uma caricatura dos vendedores de grão de bico, que adotaram um estilo de vida europeu e negavam suas raízes indígenas. 

CALAVERITAS LITERARIAS

É uma tradição mexicana de textos curtos, que retratam a realidade de uma situação, pessoa ou país com estilo irreverente. O objetivo é fazer uma caricatura da morte. A caveira literária é escrita em forma de versos e rimas, com tom de ironia e comédia, descrevendo as atitudes da pessoa na qual ela é dedicada. É comum que familiares e amigos compartilhem entre si. A principal característica é fazer referência de que a morte é inevitável com humor, amor, doçura ou carinho.

O personal trainer e empresário Norton Mello, que soma mais de 740 mil seguidores apenas no Instagram, dará o start na fusão milionária de seu aplicativo de treinos online, o ETN (Eu Treino com o Norton) com o da WEBURN, a primeira empresa de atividade física, nutrição, saúde e bem-estar. Essa fusão resultou no maior aplicativo da América Latina voltando para o fitness online com mais de 400 mil assinantes.  

“Comecei a fazer lives gratuitas para todos os meus seguidores treinarem em casa, enquanto as academias estavam fechadas. E o meu trabalho foi tão bem aceito, que de forma orgânica, eu consegui reunir em uma live mais de 30 mil pessoas, treinando ao vivo simultaneamente, o que me fez entrar para o livro dos recordes, como a maior live fitness no Instagram”, explicou o personal.  

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Norton Mello é referência há anos como personal trainer, por ser responsável por transformar o corpo e a saúde de muitos famosos, como o jogador Kaká, as duplas Maiara e Maraísa e Fernando e Sorocaba, influenciadores digitais, entre outras celebridades brasileiras. Em 2020, durante a pandemia, Norton ganhou mais visibilidade ao realizar, diariamente, vídeos de treinos gratuitos em sua rede social. Após esse grande feito, em 2021 Norton lançou um programa privado para assinantes por R$49,90 mensal. Chegou a contar com mais de 11 mil assinantes mensais e cinco milhões em vendas em menos de 12 meses, oferecendo lives inéditas e treinos.  

Um ano depois desse lançamento de sucesso e a fidelidade do público, o empresário decidiu profissionalizar mais o seu negócio, quando lançou seu próprio aplicativo fitness, o ETN. O aplicativo consiste em uma plataforma na qual o assinante paga um valor e tem acesso ilimitado aos treinos, para assistir quando e onde quiser, com convidados nas lives e também gravados. Em menos de um ano, o app conseguiu mais de dez milhões de vendas, batendo o recorde.

 Em alguns meses, a WEBURN, que recentemente foi comprada pela H.I.G - empresa global de investimentos de capital privado e ativos alternativos, entrou em contato com Norton para comprar seu aplicativo. A WEBURN, fundada em 2014, também é um aplicativo de treinos com milhares de assinantes e que no último ano recebeu um grande aporte do fundo americano. Após meses de negociações, eles concluíram a fusão milionária, entre ETN e WEBURN, com a imagem de Norton à frente do negócio.  

Mais de 50 políticos e intelectuais da esquerda em países da América Latina escreveram uma carta aberta ao candidato Ciro Gomes (PDT) pedindo que ele desista da corrida presidencial no Brasil em prol do voto útil em Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Assinada pelo Prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel, o argentino ativista dos direitos humanos que recebeu o prêmio pela criação do Serviço Paz e Justiça na América Latina, pelo ex-presidente do Equador Rafael Correa, pela senadora colombiana Piedad Córdoba, o ex-chanceler do Paraguai Jorge Lara Castro, entre outros, a carta divulgada nesta terça-feira, 20, pede que Ciro não cometa um "erro" ao manter sua candidatura.

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"Dirija-se aos seus seguidores e lhes diga que a urgência da luta contra o fascismo não lhes deixa outra opção além de apoiar a candidatura presidencial de Lula", afirma o documento.

A carta alega que a eleição deste ano no Brasil é uma disputa entre o fascismo e a democracia. "Sabemos que você foi um lutador pelas boas causas do povo brasileiro ao longo de sua vida. É por isso a perplexidade que nos leva a escrever-lhe esta carta e que nos move a enviar-lhe esta mensagem fraterna, porque é incompreensível para nós, na atual situação brasileira, sua insistência em apresentar sua candidatura presidencial para o primeiro turno das eleições presidenciais no Brasil, neste 2 de outubro, que sem o menor exagero pode ser considerado um ponto de virada histórico. Por quê? Porque a escolha fundamental não será entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio "Lula" da Silva, mas entre fascismo e democracia." O grupo divulgou ainda um e-mail para receber novas adesões ao documento.

Campanha pelo voto útil

A campanha do petista tem intensificado nas últimas duas semanas as ações em busca de eleitores de Ciro, Simone Tebet (MDB) e outros concorrentes, além de mirar o voto dos indecisos e combater a abstenção às urnas, no esforço para que Lula saia vitorioso já no primeiro turno, dia 2 de outubro.

Nesta quarta-feira, 21, um vídeo foi divulgado mostrando diversos cantores e atores cantando o "Vira voto" e fazendo com as mãos a sinalização de uma arma - referência usada por Bolsonaro e seus partidários - se transformando no "L" de Lula.

Durante sabatina promovida pelo Estadão, em parceria com a Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP), nesta quarta-feira, 21, Ciro foi irônico ao afirmar que é a favor do voto útil, mas o "voto útil contra a corrupção" e afirmou depois que hoje existe um fascismo de esquerda no Brasil.

Leia a íntegra da carta:

"Caro companheiro Ciro Gomes:

Os abaixo assinados são militantes da esquerda latino-americana, profundamente antiimperialistas e comprometidos com a emancipação de nossos povos e a criação da Grande Pátria. Somos também pessoas que amam e admiram o Brasil e seu povo; à cultura primorosa daquele país: sua música, sua literatura, suas pinturas, sua gastronomia, suas diversas manifestações artísticas e também a longa luta de seu povo para ter acesso a uma vida mais plena, espiritual e materialmente.

Sabemos que você foi um lutador pelas boas causas do povo brasileiro ao longo de sua vida. É por isso a perplexidade que nos leva a escrever-lhe esta carta e que nos move a enviar-lhe esta mensagem fraterna, porque é incompreensível para nós, na atual situação brasileira, sua insistência em apresentar sua candidatura presidencial para o primeiro turno das eleições presidenciais no Brasil, neste 2 de outubro, que sem o menor exagero pode ser considerado um ponto de virada histórico. Por quê? Porque a escolha fundamental não será entre Jair Bolsonaro e Luiz Inácio "Lula" da Silva, mas entre fascismo e democracia. E você, um homem político, inteligente e com larga experiência atrás de você, sabe muito bem que sua candidatura não tem absolutamente nenhuma chance de chegar às urnas, muito menos vencer no primeiro turno. A dura realidade é que, mantendo sua candidatura, caro camarada Ciro, a única coisa que você fará é dispersar forças, enfraquecer a força do bloco antifascista, com todas as suas contradições, facilitar a vitória de Bolsonaro e, eventualmente, abrir caminho para um novo golpe. Apesar de sua boa vontade, infelizmente você não está em condições de fazer nenhum bem, nenhum bem, e está em condições de causar grandes danos ao Brasil e ao seu povo. Você não será capaz de fazer o bem apesar de suas intenções porque suas chances de ganhar são zero. Ao enfraquecer a candidatura unitária de Lula, ao dispersar as forças do bloco que se opõe ao fascismo, o que você fará objetivamente (além de suas intenções, que não duvidamos são boas) será pavimentar o caminho para a perpetuação de Bolsonaro no poder.

Parece-nos que por causa de sua carreira você não deve entrar na história do Brasil por aquela porta indigna, como a de um homem que, tendo lutado pelas boas causas de seu povo e alcançado importantes resultados, em uma instância crítica e decisiva para seu país comete um erro e abre as portas para um processo que semeia morte e destruição em seu país e que, sem dúvida, também o terá como uma de suas vítimas. Não se pode ignorar a natureza perversa do atual presidente do Brasil. Suas palavras e promessas, mesmo aquelas que ele possa ter feito a você, são completamente inúteis. Bolsonaro é um personagem imoral, um fanático alucinado sem princípios morais que deixou mais de 700.000 brasileiros e brasileiras morrerem sem fazer o menor esforço para salvá-los. Ele também é um traidor em série, comparável apenas aos piores personagens de Shakespeare. E ele não hesitará por um momento em traí-lo assim que for conveniente para ele.

Ainda há tempo de reparar seu erro, companheiro Ciro. Dirija-se aos seus apoiadores agora e diga-lhes que a urgência da luta contra o fascismo não lhes deixa outra escolha a não ser apoiar a candidatura presidencial de Lula. Peça-lhes aquele voto, crucial para derrotar no primeiro turno o capitão (assim, com letras minúsculas) e seus esquadrões armados; crucial também para impedir a perpetuação no poder de um homem que exaltava a figura do canalha que torturou Dilma Rousseff. Você, por causa de sua história e de suas ideias, tem que fazer o impossível para impedir que uma figura tão monstruosa fique mais um dia no Palácio do Planalto. Além disso, devido à sua idade, não temos dúvidas de que ele continuará sendo uma figura de destaque na política brasileira. Que não é a vez dele, que as circunstâncias o obrigam a esperar. Não se esqueça que a paciência é um dos traços que definem os grandes líderes políticos.

Nada mais por enquanto. Esperamos que você aprecie o senso de solidariedade nesta mensagem. Receba um abraço fraterno de seus companheiros lutadores de toda a América Latina e Caribe."

 

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou, durante palestra no congresso da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), que a América Latina está desmanchando, com políticas populistas, irresponsáveis do ponto de vista fiscal e cortejando autoritarismo.

"A América Latina está desmanchando com políticas populistas, irresponsáveis do ponto de vista fiscal, cortejando autoritarismo. É o caminho da Venezuela e estavam colocando o Brasil nesse caminho, em direção a um sistema político de baixa qualidade. Estamos vendo, desde o início, a democracia brasileira é resiliente", disse.

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Segundo Guedes, o Brasil é um potência energética, alimentar e geopolítica. "O Brasil é o único país que está nos Brics e vai entrar na OCDE. O Brasil está nos dois, reconhecido como uma potencial alimentar no mundo. Vamos acreditar no nosso País. Já estamos no caminho da prosperidade, basta votar corretamente", disse.

A Robot Cache anunciou, nessa terça-feira (13), que chegou aos servidores de toda a América Latina. No Brasil, o serviço já está disponível desde julho deste ano. A Robot Cache, S.L. é uma empresa de videogames criada para permitir a compra e venda digital de jogos. O lançamento já apresenta muitos títulos de sucesso de desenvolvedores e editores de todo o mundo, com mais jogos sendo adicionados a cada semana. 

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A plataforma oferece aos gamers não apenas a oportunidade de comprar e jogar, mas também listar seus próprios jogos à venda, recebendo um retorno de 25% sobre o lucro operacional. Além de uma biblioteca de jogos cada vez maior, a loja apresenta um design exclusivo e possui uma opção que permite aos jogadores usar o tempo ocioso do PC para obter a moeda digital do Robot Cache (“IRON”), que pode ser usada para comprar novos jogos. 

O Robot Cache Também possui uma plataforma totalmente gamificada com desafios que recompensam os jogadores com ainda mais IRON após a conclusão. 

Os usuários devem encontrar jogos de grande sucesso dos principais desenvolvedores e editores como Bethesda, THQ Nordic e Paradox, entre outros, com Ghostwire: Tokyo, The Elder Scrolls V: Skyrim, DOOM, Metro Light Redux e Wastelands 3 disponíveis no lançamento do serviço. 

Uma das atrações mais aguardadas para o Rock in Rio, surgiram boatos de que Justin Bieber teria cancelado os shows pela América Latina, e se tornou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais, na madrugada deste sábado (3).

De acordo com o site Metrópoles, o cantor teria mantido sua apresentação no Rock in Rio neste domingo (4). Mas nas redes sociais, muitos internautas se manifestaram sobre o assunto. 

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"Se o Justin Bieber vier, ele vai fazer um show TÃO MERDA, sem vontade e sem pique que vai ser uó", criticou um internauta no Twitter. 

“Eu até me surpreendo. Nunca na minha vida fui TÃO POSITIVA sobre nada... não sei se estou fingindo demência ou o quê, mas com todas as que passamos nesse fandom, EU QUERO E EU SOU POSITIVA, DESDE QUE DIZEM QUE O JUSTIN VAI VOLTAR À ARGENTINA, nada mais", lamentou outra fã. 

Até o momento, Junstin não se pronunciou sobre os boatos de cancelamento de suas apresentações na América Latina.

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Com a recuperação da economia global após ser atingida pela Covid-19, o saldo comercial do Brasil com os países vizinhos na América do Sul saltou 64,7% em 2021, para US$ 7,3 bilhões, e deverá ter nova alta este ano.

No primeiro semestre, a balança com os vizinhos sul-americanos teve superávit de US$ 6,2 bilhões, próximo do valor de todo o ano passado, mostra levantamento da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) com base nos dados do governo federal. A expectativa é de alta do superávit este ano.

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No ano passado, o Brasil exportou US$ 33,9 bilhões para os países sul-americanos, e a AEB projeta que as vendas poderão chegar a US$ 41 bilhões em 2022. Se confirmado o valor, representará crescimento de 21% ante 2021. No primeiro semestre, foram US$ 20,3 bilhões.

O presidente executivo da AEB, José Augusto de Castro, vê o crescimento do superávit comercial com os vizinhos como uma oportunidade para a indústria nacional. Essa questão será um dos temas de debate da 41.ª edição do Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), organizado pela entidade e marcado para novembro, em formato virtual.

"O Brasil importa 85% da indústria de transformação. Ao contrário, nas exportações, o principal produto são 'commodities', mas o mercado da América do Sul comporta outros produtos", afirma Castro.

As exportações para a América do Sul são formadas, principalmente, por manufaturados - automóveis, máquinas e equipamentos e alimentos. As importações se concentram nas matérias-primas - trigo da Argentina, cobre do Chile, eletricidade do Paraguai (por causa da usina hidrelétrica binacional de Itaipu) e gás natural da Bolívia.

Recessão global

Conforme Castro, o superávit tende a ser maior do que em 2021 porque é provável que haja alguma estabilidade nas importações, diante da esperada acomodação, ou até redução, nos preços das matérias-primas, como trigo e cobre, por causa da expectativa de recessão global.

Até agora, a conjuntura da economia global em meio aos desequilíbrios provocados pela pandemia e reforçados pela guerra na Ucrânia foi favorável para as trocas comerciais com a América do Sul. Assim como o Brasil, os países vizinhos são, primordialmente, exportadores de matérias-primas, cujos preços saltaram desde meados de 2020, apesar da volatilidade. Com mais divisas por causa dos bons preços de exportação, esses países vizinhos puderam comprar mais manufaturados exportados pelo Brasil.

Ao mesmo tempo, os gargalos logísticos do comércio internacional elevaram os custos de frete em todo mundo. Com isso, a proximidade geográfica ofereceu competitividade à indústria brasileira como fornecedora de manufaturados para os mercados sul-americanos. "Pela proximidade geográfica, pela logística ser mais barata, pelo fato de termos disponibilidade de exportar via rodoviária e, em alguns casos, ferroviária, para alguns países, o Brasil pode estar mais presente na América do Sul", diz Castro.

A conjuntura favorável não pode ser vista como garantida, pondera o presidente da AEB. "Não podemos nos esquecer de que os outros países continuam se movimentando", afirma Castro. "A China já ultrapassou o Brasil como principal fornecedor para a Argentina. No Chile, a mesma coisa. A China está muito mais presente no Chile do que o Brasil, e esse sempre foi um mercado cativo do Brasil", afirma.

Sete das dez melhores universidades da América Latina são brasileiras, segundo ranking da revista britânica Times Higher Education (THE), referência mundial na análise de educação superior. As três faculdades nacionais mais bem colocadas estão em São Paulo. Na lista divulgada nesta quinta-feira, 17, entre 197 instituições, 72 (36,5%) são do Brasil.

Embora o País desponte entre as mais bem qualificadas, a Pontifícia Universidade Católica do Chile ganhou a liderança. Para classificá-las, a revista leva em conta cinco aspectos: ensino, pesquisa, citações, impacto internacional e receita da indústria (transferência de conhecimento).

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A Universidade de São Paulo (USP) se manteve na segunda posição do ranking e como a melhor entre as brasileiras. A Universidade de Campinas (Unicamp) também continuou na terceira colocação.

A Federal de Santa Catarina (UFSC) entrou para o Top 10, subiu 5 posições e emplacou no 6º lugar. Já a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) saiu da 9ª para a 4ª colocação.

Outros países que também se destacaram foram Chile (30), Colômbia (29) e México (26).

Confira as 30 melhores

1º- Pontifícia Universidade Católica do Chile (Chile);

2º- Universidade de São Paulo (Brasil);

3º- Universidade de Campinas (Brasil);

4º- Universidade Federal de São Paulo (Brasil);

5º- Instituto de Tecnologia de Monterrey (México);

6º- Universidade Federal de Santa Catarina (Brasil);

7º- Universidade do Chile (Chile);

8º- Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Brasil);

9º- Universidade Federal de Minas Gerais (Brasil);

10º- Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (Brasil);

11º- Universidade Federal do Rio de Janeiro (Brasil);

12º- Universidade Estadual Paulista (Brasil);

13º- Universidade dos Andes (Colômbia);

14º- Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (Brasil);

15º- Universidade de Brasília (Brasil);

16º- Universidade Nacional Autônoma do México (México);

17º- Universidade Federal de São Carlos (Brasil);

18º- Universidade Nacional da Colômbia (Colômbia);

19º- Universidade Federal de Viçosa (Brasil);

20º- Universidade Federal do Paraná (Brasil);

21º- Universidade das Índias Ocidentais (Jamaica);

22º- Universidade Federal do ABC (UFABC) (Brasil);

23º- Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Brasil);

24º- Universidade Federal de Lavras (Brasil);

25º- Pontifícia Universidade Javeriana (Colômbia);

26º- Universidade de Conceição (Chile);

27º- Universidade Federal de Santa Maria (Brasil);

28º- Universidade Austral do Chile (Chile) (=28);

29º- Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Brasil) (=28);

30º- Universidade Autônoma Metropolitana (México).

Atento às recentes vitórias de partidos de esquerda na América Latina, o presidente Jair Bolsonaro (PL) está preocupado com os impactos da “Onda Rosa” no Brasil. Diante do retrospecto desfavorável para a agenda ultraconservadora na região, sua campanha à reeleição se enfraquece no confronto ideológico estimulado por ele próprio.

Do México à Argentina, as principais economias da América Latina voltaram a eleger candidatos de esquerda após o baixo desempenho de gestões da direita. A frustração foi proporcional à expectativa em torno de figuras que se diziam afastadas da 'velha política' e prometeram reverter a taxa de desemprego puxada pela crise no financiamento de imóveis nos Estados Unidos, ainda no governo Obama, mas que reverbera até hoje.

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"O resultado foi um aumento de desemprego, de carestia e dificuldade. Não houve uma superação da crise em si, e isso foi um dos motivos do surgimento de uma nova onda progressista na América Latina e no mundo", avaliou o historiador e especialista em Ciência Política Thiago Modenesi.

Esquerda de volta através do voto

A escalada da ultradireita no ciclo eleitoral anterior se expandiu nas redes sociais, mas passou a ser freada nas urnas da América Latina.

Dessa forma ocorreu com o Macri, na Argentina, que foi derrotado pela chapa de Alberto Fernandez e Cristina Kirchner; no Chile, com a vitória de Gabriel Boric após escândalos de Piñera; na Bolívia e no Peru, que sofriam uma crise institucional e elegeram Luis Arce e Pedro Castillo; mais ao norte, com a primeira mulher presidente em Honduras, Xiomara Castro; com a escolha dos mexicanos por André Obrador, e recentemente, com a Colômbia, que elegeu seu primeiro presidente de centro-esquerda, Gustavo Petro.

Foto: Juan BARRETO / AFP

O mapa da região chegou a ser compartilhado por Eduardo Bolsonaro como uma tentativa de induzir o entendimento de uma ameaça ao conservadorismo nas Américas, como sugerido desde a derrota de Donald Trump e eleição de Joe Biden nos Estados Unidos.

A nova "Onda Rosa"

Reestruturada em uma conjuntura mundialmente polarizada, após a experiência com nomes como Evo Morales, Hugo Chávez e o próprio ex-presidente Lula, a esquerda aderiu a um tom mais moderado e flexível às pautas tradicionais.

“A gente tá vivendo uma segunda onda progressista, que a gente chama de 'Onda Rosa'. É claro que ela ajuda e cria as condições para uma possível vitória de centro-esquerda também no Brasil”, projetou Modenesi.

Com um discurso de reconstrução em cima dos escombros deixados pela direita, os candidatos priorizaram a retomada de direitos trabalhistas para se tornarem presidentes. Para o historiador, este seria outro pilar da insatisfação do eleitorado na América Latina.

Encontro de Alberto Fernandéz e Gabriel Boric, presidentes da Argetina e Chile, respectivamente. Foto: Reprodução/Facebook/GabrielBoric

"Também há a perda de direitos que foi vendida internacionalmente como uma medida necessária para a retomada da economia e a ideia de uma pauta democrática com a preservação dos países [...] essas forças de direita tinham o discurso de que eram nacionalistas e defendiam a pátria, mas o resultado foi o desmonte, em particular aqui no Brasil, que está bastante desgastado internacionalmente”, acrescentou.

Estratégia da união

Posicionada mais ao centro, em uma estratégia considerada positiva por Modenesi, a esquerda ao redor do Brasil passou por eleições apertadas e precisou se abrir para alianças com siglas de espectros habitualmente opostos, como a chapa Lula-Alckmin. Ser menos radical e ter a capacidade de conversar com outros setores foi fundamental para o retorno. 

“Quando forças de ultradireita se instalam no poder, não é um processo simples para retirá-las. A gente viu isso com Trump nos Estados Unidos, porque essas forças passam a utilizar de todos os expedientes e a dizer que o processo pode ser fraudado, que as eleições não valem, e isso exige uma frente 'amplíssima', que acaba tendo uma pauta maior e mais ampla que a esquerda”, complementou.

A doação de sangue na América Latina e no Caribe caiu 20% no primeiro ano da pandemia de Covid-19, informou nesta terça-feira a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Na América Latina e no Caribe, 8,2 milhões de unidades de sangue foram coletadas em 2020, beneficiando mais de 1 milhão de pessoas que precisavam de transfusão, destacou a Opas, segundo a qual isso representa 20% a menos do que em 2017, segundo os dados mais recentes comunicados pelos países.

Em muitas nações, a demanda de sangue supera a oferta, de modo que, para evitar escassez, a Opas recomenda que 100% das doações de sangue e componentes sanguíneos sejam provenientes de doadores voluntários e regulares, o que evitaria ter que recorrer a parentes ou amigos dos pacientes.

"A necessidade de sangue é universal, mas o acesso ao mesmo, não", observou o vice-diretor interino da Opas, Marcos Espinal, durante sua participação virtual no ato mundial realizado no México, país anfitrião das celebrações pelo Dia Mundial do Doador de Sangue.

A região está longe de atingir esses 100%. Em 2020, 48% do sangue coletado foi de doadores voluntários, 2% a mais do que em 2017. Em 10 países, mais de 80% do sangue foi de doadores altruístas regulares, mas, em outros nove, não se chegou a 10%, segundo a organização.

A Opas é tanto o escritório regional para as Américas da Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto o órgão especializado em saúde do Sistema Interamericano.

Defendida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último sábado, e já proposta pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, a criação de uma moeda única na América Latina é vista com ceticismo por especialistas. Ainda que a adoção de uma política monetária unificada em diferentes países possa resultar em uma maior eficiência, aumentando o potencial de crescimento dos mercado envolvidos, colocar uma medida dessas seria muito difícil dadas as discrepâncias econômicas entre países como Brasil e Argentina.

Por outro lado, analistas admitem que o sistema financeiro está mudando, criptomoedas ganharam força com as sanções implementadas contra a Rússia após a invasão da Ucrânia e os mercados passaram a buscar alternativas para não depender do dólar.

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Para o economista José Júlio Senna, do Instituto Brasileiro de Economia (FGV/Ibre), o primeiro desafio para criar uma moeda única, seja no Mercosul, seja na América do Sul, seria a determinação política. Na zona do euro, o projeto de unificação monetária tem suas raízes no pós-II Guerra Mundial, quando os países europeus buscaram uma reaproximação, e ganhou força com a reunificação alemã. "Sem motivação política forte, essa ideia não anda. Onde está a determinação aqui? Quem vai empurrar isso politicamente?", questiona.

DESAFIOS

Além da determinação política, os países enfrentariam o desafio de convergir suas economias: inflação e dívida precisam estar em patamares próximos para a adoção de uma moeda comum. Isso porque existiria também um único Banco Central com ferramentas reais para controlar a inflação. Hoje, enquanto o Brasil registra inflação de 11,3% nos últimos 12 meses, na Argentina, é de 55,1%

"A ideia de uma integração econômica mais profunda é atraente, o problema é que não fizemos ainda o dever de casa. Nem nacionalmente e nem regionalmente", diz o embaixador Marcos Azambuja, conselheiro emérito do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri).

A economista-chefe da Tendências Consultoria, Alessandra Ribeiro, destaca que os países têm arcabouços econômicos diferentes que dificultam uma convergência. A Argentina, por exemplo, não tem um BC independente, explica. "Antes de uma moeda única, os países precisam ter fluidez de mercadorias e mão de obra. Aí poderíamos começar a discussão de união monetária."

Ex-secretário de comércio exterior e sócio da BMJ Consultoria Associados, Welber Barral afirma que o processo de unificação de moedas seria complexo, assim como foi na zona do euro. Ele pondera que a ideia "não é ruim", pois permitiria uma certa independência do dólar, algo que a China também vem tentando e que ganhou relevância com a guerra na Ucrânia. "O mundo das moedas está mudando. O que vai ser não sabemos. Vamos ter de pensar em modelos de moedas escriturais, de criptomoedas, de compensação entre Bancos Centrais, antes de pensar que você vai ter conta corrente ou pagamento numa moeda comum."

De acordo com o pesquisador da Universidade Harvard Hussein Kalout, as criptomoedas podem ser "o futuro" das transações financeiras e de comércio entre os países, mas será muito difícil fugir do padrão dólar. "Especialmente tendo em consideração que boa parte das reservas brasileiras estão em dólar."

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

As mulheres representam quase a metade, 46%, do total de pesquisadores nos países da América Latina e do Caribe. Com isso, a região conquistou, na última década, a paridade de gênero na ciência. Mesmo nesse cenário, meninas e mulheres ainda enfrentam uma série de desigualdades no que diz respeito ao acesso a temas científicos, além de sofrerem preconceito e violência de gênero nesses países.

As informações são de relatório que será lançado nesta segunda-feira (14) pelo British Council, em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

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Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a América Latina, o Caribe e a Ásia Central são as únicas regiões no mundo que atingiram a paridade na proporção de investigadores do sexo feminino para o masculino, considerando todas as áreas de pesquisa. Para chegar à paridade, é preciso que entre 45% e 55% dos investigadores sejam mulheres. De acordo com os últimos dados da Unesco, em 2020, a porcentagem média global de mulheres investigadoras era de 33%.

Quando considerados apenas os estudos em STEM, sigla em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática, a desigualdade aumenta. O estudo mostra que a porcentagem de mulheres investigadoras que trabalham em engenharia e tecnologia na região é muito mais baixa do que a dos homens. Em alguns países, como Bolívia e Peru, esta porcentagem é inferior a 20%.

O dado é preocupante, uma vez que as previsões indicam que metade dos empregos atualmente existentes desaparecerá até 2050 e que 75% dos empregos do futuro exigirão competências STEM e STI - sigla em inglês para ciências, tecnologia e inovação. “Mais de 60% das crianças que entram hoje na escola primária podem acabar trabalhando em empregos que ainda não existem, e muitos dessas novas ocupações serão baseados em STEM. É essencial que meninas e mulheres tenham igual acesso aos novos empregos do futuro”, diz o estudo.

“Queremos que mais meninas e jovens se envolvam na ciência e pretendemos quebrar os preconceitos que cercam a participação das mulheres no STEM”, diz o especialista regional de Programa, Políticas de Ciência, Tecnologia e Inovação da Unesco, Guillermo Anlló. Segundo Anlló, o relatório revela a situação na região, o que “estabelece um ponto de partida para tomar decisões que apoiem e facilitem carreiras em STEM para mulheres”.

A participação de mulheres nas atividades científicas é diferente de país para país na região da América Latina e Caribe. Um dos dados destacados no estudo é a proporção de artigos científicos que têm participação de pelo menos uma autora feminina. Em El Salvador, elas assinam apenas 43% dos artigos. No Brasil, a porcentagem chega a 72%. Depois do Brasil, os principais países com mais mulheres autoras de trabalhos científicos são Argentina (67%) e Guatemala (66%). Os que têm participação feminina abaixo de 51% são Nicarágua, Chile, Bolívia, Equador, Costa Rica, República Dominicana e Honduras.

As diferenças entre homens e mulheres começam cedo. É duas vezes mais provável que os meninos considerem carreiras como engenharia do que as meninas, Em países como Colômbia, República Dominicana e México, a diferença é ainda maior. Uma carreira relacionada com tecnologias da informação e comunicação é considerada por apenas 1% das meninas, em comparação com 8% dos meninos.

De acordo com a publicação, estereótipos de gênero e barreiras culturais estão entre os fatores que explicam a segregação das mulheres, que dificulta a integração delas em estudos de temas Stem ao longo da carreira acadêmica. A falta de incentivo ao envolvimento de mulheres em temas científicos, desde a educação básica, como se a ciência fosse reduto masculino, é fruto desses estereótipos e causa menor adesão das jovens às carreiras em ciência e tecnologia.

"É importante ter uma compreensão muito clara do desafio que estamos enfrentando, para que possamos trabalhar em políticas e programas que apoiem a transformação dessa agenda", diz a ministra  para África, América Latina e Caribe do Reino Unido, Vicky Ford. "Ter acesso a dados e pesquisas que possam traçar um cenário preciso é essencial para orientar os próximos passos e movimentos de programas que envolvam políticas públicas e cooperação internacional para enfrentar a desigualdade de gênero em ciência e tecnologia", acrescenta a ministra britânica.

Neste domingo (13), representantes do Reino Unido visitaram o Brasil e enfatizaram o programa Mulheres na Ciência, que está em curso no país desde 2018. A iniciativa tem como objetivo promover a diversidade de gênero na pesquisa científica, aproximando pesquisadoras, instituições de ensino, empresas e organizações da sociedade civil.

"Queremos que seja uma oportunidade única e transformadora, capaz de fazer com que as mulheres saibam que são valorizadas e estimadas, além de ajudá-las a avançar nas carreiras com as quais sempre sonharam. Então, esperamos também que possam inspirar outras mulheres a seguirem o mesmo caminho. Empoderar as mulheres em todos os setores, incluindo ciência, negócios e academia, é vital para construir uma sociedade mais desenvolvida, livre e igualitária", diz Vicky Ford.

Estão abertas as inscrições para programa de bolsas de mestrado no Reino Unido voltado para mulheres com graduação em disciplinas das áreas Stem. As brasileiras selecionadas poderão contar com apoio econômico para estudar em uma das cinco universidades britânicas que estão recebendo candidaturas do Brasil, México e Peru.

A assistência incluirá matrículas, custos de viagem, vistos e taxas de cobertura de saúde, com apoio especial para mães. Mais informações sobre as bolsas para mulheres podem ser obtidas no site do British Council.

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