Após impasse, rivais fecham coalizão na Itália
O novo governo surgiu após o colapso da coalizão anterior, desfeita por Matteo Salvini, líder da Liga, partido de extrema direita
Após dias de impasse, membros do Movimento 5 Estrelas (M5S), partido antissistema da Itália, aprovaram ontem a coalizão com o Partido Democrático (PD), adversários de centro-esquerda, abrindo caminho para um novo governo. Em votação online, 79,3% dos membros do M5S votaram a favor da coalizão, segundo o líder do partido, Luigi Di Maio.
Agora, o premiê Giuseppe Conte pode prosseguir seu trabalho de formação de um novo governo e apresentar ao presidente italiano, Sergio Mattarella, uma lista de ministros.
O novo governo surgiu após o colapso da coalizão anterior, desfeita por Matteo Salvini, líder da Liga, partido de extrema direita. Ele havia sido o mais votado nas eleições de 2018, cujo resultado determinou um Parlamento tripartido entre nacionalistas (Liga), um grupo antissistema (M5S) e esquerdistas (PD). Sem maioria para governar, Salvini preferiu uma coalizão com o M5S.
Em maio, porém, nas eleições para o Parlamento Europeu, seu partido se tornou o mais popular da Itália, obtendo o dobro da votação do parceiro de coalizão. O resultado foi interpretado por Salvini como uma chance de desfazer o governo, convocar novas eleições e sair das urnas ainda mais poderoso.
A aposta parecia certa, mas Salvini não contava com um acordo entre esquerdistas e M5S. Na sexta-feira, a coalizão chegou a ser ameaçada por novas exigências de Di Maio, mas a votação de ontem sacramentou a aliança. A reviravolta foi um alívio para o establishment europeu, após 14 meses de uma dura retórica anti-imigração e do desrespeito às regras financeiras da União Europeia.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.