Suspender contraceptivo pode causar efeitos no organismo
Fluxo menstrual intenso, cólicas e TPM são algumas das consequências quando se interrompe o uso da pílula anticoncepcional
A pílula anticoncepcional é um dos métodos contraceptivos mais usados pelas mulheres. Para algumas, ela costuma diminuir o fluxo menstrual, a tensão pré-menstrual (TPM), além de ajudar a organizar o período menstrual. Já para outras, a pílula é sinônimo de desconforto, dores de cabeça, aumento das varizes, entre outros efeitos colaterais. Com isso, muitas mulheres acabam interrompendo o uso do contraceptivo, mas é importante ficar atenta sobre algumas mudanças que podem acontecer no corpo.
Segundo Maria Luisa Mendes Nazar, ginecologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, algumas mulheres interrompem o uso do medicamento pelo fato de conviver com um sangramento contínuo, mas com a ajuda de um especialista é possível encontrar uma alternativa que garante mais conforto. Além disso, o anticoncepcional tem um período de três meses para adaptação e é importante esperar este intervalo para tomar a decisão de suspender o uso.
Quando a mulher interrompe o uso do anticoncepcional, é preciso ficar atenta aos sinais do organismo com a volta da produção de hormônios naturais. "Não é possível generalizar, mas com o fim do uso do medicamento pode ser que a mulher sinta mais cólicas e tenha um fluxo menstrual mais intenso. Isso porque a volta da produção de hormônios naturais é também feita de forma mais efetiva", explica a ginecologista.
A especialista ressalta que ao interromper o uso do anticoncepcional, mesmo em mulheres que usam o medicamento há muitos anos, é possível voltar a ter fertilidade. "Muitas mulheres acreditam que o tempo que usufruiu do anticoncepcional interfere na fertilidade e isso não passa de um mito. Quando para de usar o medicamento, entre 10 a 15 dias já é possível engravidar. Portanto, se não é o desejo, é preciso optar por outro contraceptivo", orienta Maria Luisa.
Caso o período menstrual fique desregulado após a suspensão do medicamento, é importante que a paciente procure um ginecologista de sua confiança. "É comum que entre quatro e sete dias ocorra a menstruação, mas caso não siga esse intervalo é recomendado procurar um médico para saber se ainda há tecido suficiente para ser escamado, ou se existe outra causa para a instabilidade", finaliza Maria Luisa.