Operação busca 12 da cúpula do PCC no Brasil e no exterior
A ofensiva mira tanto em lideranças que estão presas quanto outras que estão soltas - algumas que inclusive se mudaram para o exterior
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público de São Paulo deflagrou na manhã desta segunda-feira (14) a Operação Sharks para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão contra lideranças da facção Primeiro Comando da Capital, o PCC. A ofensiva mira tanto em lideranças que estão presas quanto outras que estão soltas - algumas que inclusive se mudaram para o exterior, comandando atividades logísticas da facção a partir de outros Países.
Agentes cumprem 12 mandados de prisão e realizam 40 buscas em endereços da capital, da região metropolitana, da Baixada Santista e de cidades do interior.
A operação conta com o apoio da Polícia Militar e do 1º Batalhão de Polícia Militar de Choque (ROTA). Participam da ação promotores de justiça, agentes do Ministério Público e mais de 250 policiais militares e 65 viaturas.
Segundo o MP-SP, as investigações tiveram início no primeiro semestre de 2019, a partir do cruzamento de dados, mirando em integrantes dos principais escalões do PCC.
Os promotores apontam que a cúpula da facção comanda um sistema que movimenta mais de R$ 100 milhões anualmente - montante proveniente do tráfico de drogas e da arrecadação de valores de seus integrantes -, com rigoroso controle em planilhas. Para ocultar os valores, os faccionados compravam veículos e usavam imóveis com fundos falsos ("casas-cofre") para ocultar dinheiro vivo antes de realizar transferências, muitas vezes por doleiros.
"As investigações revelaram a cadeia logística do tráfico de drogas da facção, bem como a sucessão entre suas principais lideranças a frente da fonte de maior renda da organização criminosa, indicando, ao final, a participação de 21 pessoas, algumas presas durante as investigações", informou o MP-SP em nota.
De acordo com os promotores, as lideranças que são alvo da operação tem em comum "elevado poder decisório" na fação, a proximidade com a cúpula presa e ainda a "ostentação de vidas de luxo, com múltiplos imóveis, carros de luxo, isso quando não residem fora do país e com seus gastos pagos pela própria facção".
Alvos
A Promotoria indicou que entre os investigados tem destaque o principal líder de rua atualmente do PCC. Segundo os investigadores, tal alvo da operação está à frente da "sintonia final da rua" responsável por comandar os integrantes soltos da organização criminosa, mantendo contato direto com a cúpula presa da facção. A Promotoria classificou os investigados pelas iniciais de seus primeiros nomes.
"É suspeito de ser responsável pelos planos de fuga das lideranças da facção reclusas em presídios federais desde 2019, quando o MP-SP obteve ordem para suas transferências. Também é suspeito de liderar os planos de assassinar agentes e autoridades públicas em represália às transferências e às ações contra a cúpula da facção", registrou o Ministério Público de São Paulo.