A importância de preservar a camada de ozônio
Substâncias que corrompem a proteção do planeta podem durar de 50 a 100 anos
Nesta quarta-feira (16), Dia Internacional para a Prevenção da Camada de Ozônio, a cooperação com a cobertura que protege o planeta e que, ao longo dos anos, vem sendo danificada por substâncias produzidas pelos seres humanos, entra em pauta.
Essa proteção fica situada em cerca de 28km acima do nível do mar e trata-se de uma concentração de moléculas de gás ozônio (O3) na atmosfera, importante para a manutenção de vida na terra, pois garante proteção contra a maior parte da radiação ultravioleta emitida pelo sol. "Especialmente a do tipo B (UV-B), que pode gerar danos à visão, envelhecimento precoce, a supressão do sistema imunológico e desenvolvimento do câncer de pele", explica Igor Rodrigues, professor de astronomia do Centro Educacional Anísio Teixeira.
Um estudo publicado pela Nasa em 2018, na revista Geophysical Reaserch Letters, indicou que, pela primeira vez, os níveis de gás ozônio presentes na atmosfera terrestre estavam diminuindo. As substâncias que corrompem a proteção podem durar de 50 a 100 anos. "Assim, boa parte dos compostos lançados no passado irão persistir por um longo tempo ainda", afirma Rodrigues. "Os cientistas esperam que, se os protocolos forem mantidos, o buraco na camada de ozônio desapareça entre 2060 e 2080", complementa.
As substâncias nocivas ao ozônio são aquelas emitidas por atividades humanas, que contêm átomos de cloro (Cl), flúor (F) ou bromo (Br). "Um único radical livre de cloro é capaz de destruir 100 mil moléculas de ozônio, o que provoca a diminuição da camada de ozônio e aumenta os raios UV", alerta Rodrigues.
Muitos dos compostos, como os Clorofluorcarbonetos (CFCs), são utilizados nas indústrias dos setores de refrigeração, ar condicionado, geladeiras e frigoríficos. "Desde 1987, muitos países têm criado legislações que proíbem a produção ou importação de equipamento que utilizam substâncias que destroem a camada de ozônio. O Brasil tem planos de eliminar totalmente os CFCs até 2040", aponta.
Embora a atmosfera e parte do meio ambiente pareçam estar se beneficiando com a pandemia causada pelo coronavírus (Covid-19), pois em isolamento o homem parece ter poluído menos, o impacto na camada de ozônio ainda é pequeno, já que os CFCs e outras substâncias não são removidas pela chuva ou pela neve de maneira rápida. Esses átomos permanecem na parte baixa da atmosfera por muitos anos. "Porém, qualquer redução da produção de poluentes ou melhora nas camadas da atmosfera, mesmo devido a pandemia, precisa ser comemorado. O planeta agradece", finaliza Rodrigues.