Equador: ministro é investigado por tráfico de influência

Juan Carlos Zevallos admitiu que sua mãe, 87, e pessoas próximas receberam a vacina, gerando críticas

sab, 30/01/2021 - 08:35
RODRIGO BUENDIA (21 jan) Zevallos (e) posa com carregamento das primeiras doses da vacina Pfizer/BioNTech, no aeroporto internacional de Quito RODRIGO BUENDIA

O ministro da Saúde do Equador, Juan Carlos Zevallos, é investigado por suspeita de tráfico de influência, depois que familiares dele foram vacinados contra a Covid-19 com as primeiras doses importadas pelo governo, anunciou o ministério público do país nessa sexta-feira (29).

"Com base em denúncias apresentadas, #FiscalíaEc abriu uma investigação contra o ministro Juan Carlos Z., por suposto crime de tráfico de influência no processo de distribuição de vacinas contra a Covid-19", assinalou a instituição em sua conta no Twitter, assinalando que "a investigação é aberta após denúncias apresentadas" por diversos setores depois da divulgação de que parentes do funcionário - entre eles sua mãe - que vivem em um centro geriátrico privado foram vacinados por uma brigada de um hospital público.

Na semana passada, chegou ao Equador o primeiro lote de 8 mil doses da vacina desenvolvida pela aliança Pfizer/BioNTech, para começar a imunizar equipes médicas da linha de frente, bem como idosos que vivem em asilos. Zevallos, 62, admitiu que sua mãe, 87, e pessoas próximas receberam a vacina, gerando críticas. Ele explicou que o imunizante não correspondia àquele designado ao sanatório público ao qual os vacinadores pertenciam.

"Dentro de minhas atividades, visitei o Hospital de los Valles (particular), onde nossa equipe se encontrava aplicando a vacina de acordo com o que estava planejado. Eu o fiz na qualidade de ministro da Saúde, na qualidade de médico e na qualidade de filho. Lamento muitísimo e profundamente que minha presença tenha sido percebida de forma negativa", manifestou Zevallos na última quarta-feira.

O Equador, país de 17,4 milhões de habitantes, soma 246 mil casos de Covid-19 e 14.766 mortos. O governo equatoriano adquiriu 2,1 milhões de doses do imunizante Pfizer/BioNTech, das quais 86 mil chegarão progressivamente até feveiro para a fase inicial da vacinação, que contempla profissionais de saúde e idosos em centros geriátricos.

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