Ilícitos são jogados pelo muro de penitenciária na RMR
Imagens registraram em flagrante a ação de troca entre um homem e presos da Barreto Campelo
Diversos malotes foram arremessados para dentro da Penitenciária Professor Barreto Campo (PPBC) em Itamaracá, no Grande Recife, na manhã deste sábado (20). Em vídeo, o momento da troca entre um homem na área de mata externa e os presos é registrado em flagrante. Ao fundo, um profissional de segurança não identificado comenta a ação, mas relata não ter condições de interferir no ocorrido. Segundo as equipes, cenas como as captadas em vídeo são comuns na unidade prisional.
A Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres) informou em nota que os malotes foram apreendidos por policiais penais. Neles, constavam um display de celular, um fone de ouvido, quatro carregadores de celular, uma lata de cerveja e 33 garrafas-miniatura de uísque. Os presos que aparecem nas imagens estão sendo identificados e serão submetidos ao Conselho Disciplinar previsto pela penitenciária.
Em apelo ao Governo do Estado, o Sindicato dos Policiais Penais do Estado de Pernambuco (SINPOLPEN-PE) emitiu junto ao vídeo uma nota que denuncia a falta de policiais penais nas unidades do estado, enfatizando que a PPBC é uma das unidades cuja segurança está mais fragilizada. A categoria denuncia também déficit no quadro de servidores em virtude dos trabalhadores que estão se aposentando, sobrecarga e alega que já não é mais possível fazer rondas efetivas e que o planejamento para melhoria dos presídios deve contar com reposição de pessoal.
“Nesta situação da Penitência Professor Barreto Campelo quem faz a guarda externa é a Polícia Militar, onde se tivesse efetivo suficiente de guarda interna de Polícia Penal poderia ter sido realizado ronda para impedir e recolher a entrada de ilícitos. E piorando a situação não pode ser efetivado disparos de arma de fogo por norma da Polícia Militar conforme ofício abaixo. Não estamos conseguindo evitar a entrada de ilícitos por cima do muro, onde não tem efetivo suficiente para rondas. O Estado precisa dar condição de trabalho”, pontua João Carvalho, presidente sindical.
Na mesma nota, a Seres informou que já existe um concurso público para policiais penais em andamento. No entanto, os profissionais dizem que aprovados em concursos não estão sendo convocados para efetivação. Do concurso público de 2017, 157 policiais entraram para o efetivo, informam. À época, o déficit de policiais penais já chegava a 2.500. Atualmente, 1.598 policiais penais estão em atividade nas unidades locais.
“Na questão de pessoal, atualmente, já existe déficit de Policiais Penais em todas unidades do Estado. A situação está agravando, mesmo com a realização de concurso em 2017, quando foram convocados apenas 157 policiais penais, tinha naquele momento o déficit de mais de 2.000 policiais penais para ocuparem as 23 unidades prisionais e 49 cadeias públicas. Durante este período tiveram as aposentadorias de vários policiais penais e pessoas que saíram do Sistema Penitenciário ficando assim 402 vagas de vacâncias”, completou o sindicato no documento público.