Desmatamento na Amazônia afeta reservatórios de SP
Índices pluviométricos não atingem média, e prognóstico revela tendência de queda no abastecimento
Segundo o presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental (Proam), Carlos Bocuhy, o desmatamento na Amazônia é a principal causa da escassez de água na região sudeste do país. Por conta da menor escala de floresta, o processo de transporte das gotículas de chuva fica debilitado e compromete o abastecimento dos principais reservatórios paulistas.
Os dois grandes reservatórios do estado de São Paulo estão com volume operacional abaixo da média, e números são inferiores quando comparados a 2013, na crise hídrica. O Cantareira trabalha com cerca de 52% da capacidade, em 2013 era 63%. Já o Alto Tietê se encontra com 60% do volume total, número abaixo dos 67% registrados em 2013.
De acordo com os dados do Instituto de Meteorologia (Inmet), todos os meses deste ano registraram índices pluviométricos abaixo do esperado. Em janeiro, foram registrados 210 mm, número que não alcançou a média do mês, 288 mm. Fevereiro apresentou 173 mm e também não atingiu a média de 246 mm. Assim como março, que obteve 135 mm, número abaixo da média mensal de 214 mm. E abril, que registra 49 mm, e também não vai atingir a média histórica, 82 mm.
A expectativa para os próximos meses é de que o clima não sofra alterações. Assim, a escassez de chuva deve permanecer até o fim do ano com índices pluviométricos abaixo da média dos outros anos. De acordo com comunicado oficial da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), apesar do prognóstico negativo, não há risco de desabastecimento na região metropolitana do estado.