Belarus acusa Ucrânia de disparar mísseis
Desde o início da ofensiva contra a Ucrânia em 24 de fevereiro, Belarus serviu como base de retaguarda para as forças russas
O presidente de Belarus, Alexander Lukashenko, afirmou neste sábado (2) que seu Exército interceptou mísseis lançados da Ucrânia, em meio ao auge de versões sobre o envolvimento crescente de seu país, um aliado da Rússia, na guerra na Ucrânia.
"Ele nos provocam. Devo dizer que há cerca de três dias, talvez mais, tentaram bombardear diretamente da Ucrânia alvos militares em Belarus. Graças a Deus, nossos sistemas antiaéreos Pantsir interceptaram todos os mísseis disparados pelas forças ucranianas", disse Lukashenko, citado pela agência estatal bielorrussa Belta.
"Repito, como disse há mais de um ano: não pretendemos lutar na Ucrânia", assinalou o presidente de Belarus. "Iremos combater em apenas um caso: se vocês entrarem em nossa terra, se matarem nossa gente."
Desde o início da ofensiva contra a Ucrânia em 24 de fevereiro, Belarus serviu como base de retaguarda para as forças russas. Nos primeiros dias, as colunas russas que tentaram avançar para Kiev, a capital ucraniana, partiram de Belarus, mas encontraram uma resistência inesperada que os obrigou a se retirar.
O governo de Lukashenko enfrenta duras sanções internacionais e é altamente dependente da Rússia no campo militar e econômico.
Na semana passada, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que seu país entregará mísseis Iskander-M, capazes de transportar ogivas nucleares, à Belarus "nos próximos meses".
Lukashenko afirmou hoje que responderia "instantaneamente" a qualquer ataque inimigo contra o território de Belarus, em mensagem visivelmente destinada à Ucrânia e aos países ocidentais. "Há menos de um mês, ordenei a nossas Forças Armadas que mantenham na mira os centros de decisão de suas capitais", declarou, mencionando os mísseis prometidos por Putin e o sistema lançador de foguetes bielorrusso Polonez.