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O novo chefe da diplomacia francesa, Stéphane Séjourné, e sua contraparte alemã, Annalena Baerbock, reafirmaram neste domingo (14) que seus países apoiarão a Ucrânia em sua guerra contra a Rússia "pelo tempo que for necessário".

"Estamos totalmente de acordo" para dizer que "temos que apoiar os ucranianos pelo tempo que for necessário", declarou Séjourné à imprensa, em sua primeira visita como ministro a Berlim.

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Baerbock reiterou o apoio a Kiev "até que a Rússia se retire" do território ucraniano.

O presidente russo, Vladimir Putin, "não vai parar" essa guerra, "não quer parar", acrescentou.

Tais declarações buscam tranquilizar os temores de Kiev de que seus aliados ocidentais reduzam sua ajuda para combater a invasão russa iniciada em fevereiro de 2022.

A Rússia lançou um novo ataque de drones à Ucrânia na noite de sábado (30) depois de prometer que os ataques na cidade fronteiriça russa de Belgorod no mesmo dia "não ficariam impunes".

A Força Aérea Ucraniana disse neste domingo (31) que abateu 21 dos 49 drones lançados pelas forças russas durante a noite.

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Vinte e oito pessoas ficaram feridas em um ataque na cidade de Kharkiv, no leste, disse o governador regional Oleh Syniehubov no domingo. Um hotel central, prédios de apartamentos, jardim de infância, lojas e prédios administrativos sofreram danos, segundo a procuradoria regional.

Na região de Kiev, que circunda a capital, um ataque de drone russo causou um incêndio em uma instalação de infraestrutura crítica, disseram autoridades locais. Eles não identificaram a instalação além disso.

Os ataques russos ocorreram depois que um bombardeio no centro da cidade fronteiriça russa de Belgorod no sábado matou 24 pessoas, incluindo três crianças.

Outras 108 pessoas ficaram feridas no ataque, disse o governador regional Vyacheslav Gladkov no domingo, tornando-o um dos ataques mais mortais em solo russo desde o início da invasão da Ucrânia por Moscou, há 22 meses.

As autoridades russas acusaram Kiev de realizar o ataque, que ocorreu um dia depois de um bombardeio aéreo russo de 18 horas em toda a Ucrânia ter matado pelo menos 41 civis.

O Ministério da Defesa da Rússia disse ter identificado a munição usada no ataque de Belgorod como foguetes Vampire de fabricação tcheca e mísseis Olkha equipados com ogivas de munição de fragmentação. O órgão não forneceu informações adicionais e a Associated Press não conseguiu verificar as suas afirmações.

"Este crime não ficará impune", afirmou o ministério em comunicado nas redes sociais.

Em uma reunião de emergência no Conselho de Segurança da ONU exigida pela Rússia no sábado à noite, o enviado Vasily Nebenzya acusou Kiev de um "ataque terrorista". Em comentários veiculados pela mídia estatal russa, Nebenzya afirmou que a Ucrânia havia lançado "um ato deliberado de terrorismo dirigido contra civis".

A Rússia pediu neste sábado (30) que o Conselho de Segurança da ONU se reúna, depois que ataques da Ucrânia deixaram pelo menos 14 mortos na cidade de Belgorod, perto da fronteira entre os dois países.

A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Federação Russa, Maria Zakharova, disse que a Grã-Bretanha e os Estados Unidos são culpados de encorajar Kiev a realizar o que ela descreveu como um "ataque terrorista". Ela também culpou os países da União Europeia que forneceram armas à Ucrânia.

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"O silêncio em resposta à barbárie desenfreada dos ucranianos e dos seus e cúmplices das 'democracias civilizadas' será semelhante à cumplicidade nos seus atos sangrentos", afirmou o ministério em um comunicado.

Em relação ao ataque em Belgorod, o governador da região Vyacheslav Gladkov descreveu neste sábado, nas redes sociais, que a situação atual como a pior que a cidade enfrentou desde que Moscou iniciou a invasão em grande escala na Ucrânia, há quase dois anos. Fonte:

A Rússia disparou nesta sexta-feira (29) mais de 150 mísseis e drones contra várias cidades da Ucrânia, incluindo a capital Kiev, e provocou ao menos 16 mortes, em um dos ataques aéreos mais importantes em "muito tempo".

"O inimigo utilizou 158 meios de ataque aéreo contra a Ucrânia durante a noite passada, tanto mísseis de tipos diferentes como drones", indicou a Força Aérea ucraniana no Telegram, onde afirmou ter interceptado 114 desses mísseis e drones.

O governo ucraniano indicou ao menos 16 mortos e dezenas de feridos.

"Esta manhã, 150 mísseis e drones atacaram pacíficas cidades ucranianas. Sabemos que houve 16 mortos e 97 feridos", incluindo duas crianças de 6 e 8 anos, anunciou o procurador-geral ucraniano, Andrii Kostin.

"Há mortos por mísseis russos lançados contra instalações civis e edifícios civis", denunciou Andrii Yermak, chefe do gabinete presidencial ucraniano.

"Hoje, a Rússia utilizou quase todos os tipos de armas de seu arsenal", disse Zelensky na rede X (ex-Twitter).

As Forças Armadas russas lançaram primeiro um ataque com drones e depois com mísseis, disse Yuri Ignat, porta-voz da Força Aérea.

O ataque ocorreu três dias depois de Moscou ter reconhecido que o navio "Novocherkassk" foi danificado na terça-feira, devido a um bombardeio ucraniano em Feodosia, na península anexada da Crimeia.

Esta semana ficou também marcada pelo anúncio do Exército ucraniano de uma retirada para os subúrbios de Marinka, cidade no leste do país, onde o Exército russo afirma ter conquistado.

Os Estados Unidos anunciaram na quarta-feira o desembolso de 250 milhões de dólares (1,2 bilhão de reais na cotação atual) em ajuda militar à Ucrânia, o mais recente pacote de apoio disponível ao governo sem a aprovação do Congresso.

"Fazemos tudo o que podemos para reforçar o nosso escudo aéreo, mas o mundo deve ver que precisamos de mais ajuda e meios para deter este terror", acrescentou Yermak no Telegram.

A embaixadora dos Estados Unidos em Kiev, Bridget Brink, reforçou o pedido, afirmando nesta sexta que a Ucrânia precisa "dos fundos de ajuda neste momento". Nesse sentido, pressionou para que o Congresso americano valide o pacote anunciado pelo Executivo americano.

"A Ucrânia precisa de fundos de ajuda neste momento para continuar lutando pela liberdade e ante tanto horror em 2024", disse Brink na rede social X, poucas horas depois dos bombardeios russos.

Os atentados de sexta-feira ilustram "a horrível realidade" vivida pelos ucranianos, disse no X a coordenadora humanitária da ONU para a Ucrânia, Denise Brown, que denunciou "uma onda de ataques cheios de ódio".

O governo francês condenou, por sua vez, a "estratégia de terror" da Rússia.

- Maternidade atingida -

Durante as primeiras horas de quinta para sexta-feira, os prefeitos de Lviv (oeste) e Kharkiv (nordeste) relataram bombardeios noturnos contra suas cidades.

Os jornalistas da AFP também ouviram fortes explosões no início da manhã em Kiev. Em um bairro do norte da capital ucraniana, um hangar de 3.000 m2 pegou fogo, e houve "muitos feridos", segundo o chefe da administração militar da capital, Sergei Popko.

Segundo o presidente da Câmara de Kiev, Vitali Klitschko, sete pessoas "estão atualmente internadas em um hospital", e uma estação de metro usada como abrigo antiaéreo foi danificada.

Os bombardeios também afetaram as localidades de Dnipro (leste) e Odessa (sul), segundo as autoridades locais.

O Ministério da Saúde indicou que uma maternidade "foi muito danificada" em Dnipro, onde o prefeito relatou mortos e feridos.

Em Odessa, um prédio pegou fogo após ser atingido pelos restos de um drone abatido.

As autoridades locais indicaram que houve um morto e três feridos em Lviv, uma cidade muito distante do "front" e onde os ataques têm sido muito raros nos últimos meses.

Iniciada em junho, a contraofensiva ucraniana fracassou, e o Exército de Kiev não fez avanços territoriais ao longo de 2023, quando não houve mudanças significativas na frente de batalha.

Em uma entrevista ao jornal alemão Süddeutsche Zeitung, o general alemão Christian Freuding, que supervisiona o apoio à Ucrânia por parte do Exército de seu país, reconheceu que a Rússia demonstrou "uma capacidade de resistência" maior do que a prevista pelos países ocidentais no início da guerra, em fevereiro de 2022.

Segundo Freuding, o Exército russo sofreu perdas "enormes", de cerca de 315 mil soldados mortos ou feridos, conforme uma estimativa dos serviços de Inteligência americanos, divulgada em 12 de dezembro e que este general alemão considerou verdadeira.

Um tribunal de Moscou condenou, nesta quinta-feira (28), a penas de cinco anos e meio a sete de prisão, dois poetas russos que participaram de uma leitura contra o conflito na Ucrânia, em mais um exemplo da repressão contra dissidentes no país.

Milhares de russos, opositores ou cidadãos comuns, foram condenados pela Justiça por criticar a ofensiva na Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, às vezes com penas especialmente severas.

Segundo comprovou um jornalista da AFP presente na audiência, os simpatizantes de Artiom Kamardin, de 33 anos, e de Yegor Shtovba, de 23, gritaram "Que vergonha!" quando a decisão foi anunciada.

"É de uma arbitrariedade absoluta", exclamou o pai de Artiom Kamardin, Yuri. "Todo mundo é igual perante a lei, mas alguns são mais iguais que outros", ironizou sua mãe, Elena.

Após o julgamento, ao menos dez pessoas foram detidas pela polícia em frente ao tribunal.

Artiom Kamardin e Yegor Shtovba foram detidos em setembro de 2022 após participarem de uma leitura pública em Moscou, perto do monumento ao poeta Vladimir Maiakovski, ponto de encontro de dissidentes desde a época soviética.

Nesta leitura, Kamardin declamou um poema, "Mate-me, miliciano", muito hostil ao separatistas do leste da Ucrânia.

- "Sete anos por uma poesia" -

No dia seguinte, foi detido durante uma batida em sua casa, na qual afirma ter sido agredido e violentado pelos policiais com um aparelho de halterofilismo.

Os dois poetas foram primeiro acusados de "incitação ao ódio", e depois, também indiciados por "chamado público a cometer atividades contra a segurança do Estado".

"Não sou um herói e ir para a prisão pelo que penso nunca esteve nos meus planos", disse Kamardin em suas alegações finais perante a corte, publicadas no Telegram por seus simpatizantes.

O réu pediu ao juiz que o deixasse "voltar para casa" e, em troca, prometeu se distanciar de qualquer "tema sensível".

Sua esposa, Alexandra Popova, disse à AFP estar indignada com a pena "tão severa" imposta a seu marido. "Sete anos por uma poesia, um delito não violento...", afirmou.

"Se tivéssemos tribunais normais, esta situação não aconteceria", acrescentou, antes de ser levada pela polícia juntamente com um amigo do poeta e dois jornalistas.

Três pessoas, incluindo um jornalista, continuavam detidas na noite desta quinta-feira antes de uma visita judicial, acusadas de participar de um comício, segundo o veículo de comunicação independente Sota.

A advogada do jornalista havia informado horas antes que os detidos foram acusados de "alteração da ordem pública" e podem pegar 30 dias de prisão.

Durante seu julgamento, Shtovba, condenado a cinco anos e meio de prisão, insistiu em que não violou a lei.

Um terceiro poeta, Nikolai Daineko, detido ao mesmo tempo que os dois primeiros, foi condenado, por sua vez, a quatro anos de prisão em maio, segundo a OVD-info.

O Ministério alemão das Relações Exteriores condenou o veredicto e lamentou que a liberdade de expressão esteja "sufocada" na Rússia.

Há anos, o poder russo reprime as vozes críticas, e a campanha se intensificou desde o início da ofensiva militar na Ucrânia.

Segundo o OVD-Info, cerca de 20.000 pessoas foram detidas na Rússia por sua oposição ao conflito na Ucrânia desde fevereiro de 2022.

A ONG Memorial tem contabilizados 633 presos políticos atrás das grades.

Um bombardeio russo na região de Kherson, no Sul da Ucrânia, matou quatro pessoas neste domingo, 24, incluindo um homem de 87 anos e sua mulher, de 81, após o prédio onde moravam ser atingido.

O ataque feriu outras nove pessoas, incluindo um jovem de 15 anos, e provocou incêndios em casas, numa instalação privada de saúde e num gasoduto local, disse o chefe da administração militar regional, Oleksandr Prokudin.

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"Não há feriados para o inimigo", escreveu Andrii Yermak, chefe de gabinete do presidente ucraniano, nas redes sociais. "Eles [os feriados] não existem para nós enquanto o inimigo matar o nosso povo e permanecer nas nossas terras."

O bombardeio em Kherson atingiu o centro da capital da região de mesmo nome. O ataque ocorreu enquanto a Ucrânia se prepara para celebrar oficialmente o Natal pela primeira vez no dia 25 de dezembro, tendo anteriormente comemorado a data em 7 de janeiro.

A população é majoritariamente cristã ortodoxa - crença também majoritária na Rússia - e a religião segue o calendário juliano.

Alguns ucranianos ortodoxos celebraram o Natal em 25 de dezembro do ano passado, em resposta à invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022. A Igreja Ortodoxa Russa comemora o nascimento de Jesus em 7 de janeiro.

O Mosteiro das Cavernas, Patrimônio Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em Kiev, realizou a celebração de Natal em 7 de janeiro deste ano, mas a cerimônia foi realizada em língua ucraniana pela primeira vez nos 31 anos de independência do país.

O presidente Volodymyr Zelensky assinou legislação em julho, transferindo o feriado para 25 de dezembro, embora uma das duas organizações concorrentes da Igreja Ortodoxa da Ucrânia esteja mantendo a data de janeiro ditada pelo calendário juliano.

Para marcar a véspera de Natal, em 24 de dezembro, Zelensky dirigiu-se à nação em vídeo filmado em frente à iluminada Catedral de Santa Sofia, no centro de Kiev.

Ele garantiu aos ucranianos que lutam contra a invasão que "passo a passo, dia a dia, a escuridão está perdendo".

"Hoje, este é o nosso objetivo comum, o nosso sonho comum. E é precisamente para isso que serve a nossa oração comum hoje. Pela nossa liberdade. Pela nossa vitória. Pela nossa Ucrânia", disse Zelensky.

Mais ataques

Kherson não foi a única região da Ucrânia a ser atacada neste domingo. As forças russas lançaram 15 ataques de drones durante a noite, e 14 drones Shahed, de fabricação iraniana, foram destruídos nas regiões de Mykolaiv, Kirovohrad, Zaporíjia, Dnipro e Khmelnytsky, informou a força aérea ucraniana.

Enquanto isso, duas pessoas ficaram feridas durante bombardeio russo contra 20 cidades e vilarejos na região de Kharkiv, no Norte da Ucrânia, disse o governador Oleh Syniehubov.

Na Rússia, um homem ficou ferido na região de Bryansk depois que uma vila perto da fronteira com a Ucrânia foi atacada, disse o governador da região, Alexander Bogomaz. Fonte: Associated Press

Os presidentes da Rússia e da Ucrânia, Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, estabeleceram recentemente suas prioridades para 2024 em entrevistas coletivas anuais, nas quais apresentaram o balanço do conflito.

Com base nas declarações dos dois governantes, confira uma lista do que podemos esperar no próximo ano de uma guerra que começou em 24 de fevereiro de 2022 com a invasão russa.

- Guerra de desgaste -

Zelensky atribuiu o fracasso da contraofensiva de verão (hemisfério norte, inverno no Brasil) à falta de munições e de superioridade aérea. Duas carências que continuam afetando as forças ucranianas, quando o que surge é uma guerra de desgaste, com as forças russas novamente tomando a iniciativa em alguns pontos.

"Precisamos de apoio, porque simplesmente não temos munições", disse o presidente ucraniano, que não revelou mais detalhes sobre os planos de seu Exército para 2024.

Putin destacou que suas tropas estão "melhorando as posições em quase toda a linha de contato".

O presidente russo admitiu que os ucranianos conseguiram estabelecer uma cabeça de ponte na margem sul do rio Dnieper, mas afirmou que as tropas de Kiev estavam sendo "exterminadas" na área sob o fogo da artilharia de Moscou.

- Cansaço dos aliados ocidentais -

Putin, cuja reeleição em março é algo assegurado, também aposta na erosão do respaldo ocidental à Ucrânia, um tema que provoca divisões na Europa e nos Estados Unidos. Ele afirmou que o apoio político, diplomático, econômico e militar "poderia terminar", e de fato "parece que está acabando pouco a pouco".

Zelensky declarou, no entanto, acreditar que a ajuda continuará sendo enviada e, em particular, que os Estados Unidos "não trairão" a Ucrânia.

Ele, no entanto, reconheceu que teme uma guinada em Washington se Donald Trump retornar à presidência após as eleições de novembro de 2024.

"Se a política do próximo presidente (americano), independente de quem seja, for diferente em relação à Ucrânia, ou seja, mais fria ou menos generosa, penso que isso teria um impacto muito forte no curso da guerra", alertou Zelensky.

- Falta de soldados -

Diante da evidente falta de soldados na frente de batalha, de mais de mil quilômetros, Zelensky mencionou um plano do Exército que pretende convocar "entre 450.000 e 500.000 pessoas adicionais" em 2024, mas não revelou detalhes.

Para amenizar a falta de munições, ele também disse que o objetivo é produzir "um milhão de drones no próximo ano".

Putin considerou que "não é necessária" uma nova convocação depois da realizada em setembro de 2022, que foi muito impopular. Segundo ele, o país conseguiu recrutar 486.000 voluntários para aumentar o número de soldados do Exército em 2023, um esforço que prosseguirá.

Também prometeu seguir reforçando as capacidades militares do Exército, em uma Rússia que tem a economia concentrada no esforço de guerra e que pode ter recebido grandes quantidades de munições da Coreia do Norte.

- Sem negociações à vista -

Putin reiterou que a paz será possível apenas quando Moscou alcançar seus objetivos: "a desnazificação da Ucrânia, sua desmilitarização e o status de neutralidade".

Ele disse que Moscou e Kiev "estabeleceram" os critérios nas primeiras negociações em Istambul, no início do conflito, conversas que foram abandonadas em seguida.

"Há outras possibilidades: alcançamos um acordo ou resolvemos o problema pela força. É o que vamos tentar fazer", disse Putin.

Zelensky insistiu que o objetivo é recuperar o controle de todos os territórios ocupados pela Rússia no leste e sul do país, incluindo a Crimeia, anexada em 2014 por Moscou. "A estratégia não pode mudar", insistiu.

Também descartou qualquer negociação com Moscou. "Hoje não é pertinente. Não vejo que a Rússia esteja pedindo, não vejo em seus atos. E na retórica, eu vejo apenas insolência", afirmou.

- Quando acabará a guerra? -

Em tom firme, Putin prometeu a "vitória" aos compatriotas.

Ele disse que a Rússia acumulou bastante "margem de segurança para avançar". A sociedade russa está "fortemente consolidada" e a economia tem uma "reserva de força e estabilidade".

Zelensky pediu aos ucranianos que mantenham a "resiliência". Ele admitiu que não sabe se a guerra terminará em 2024: "Acho que ninguém tem a resposta".

O deputado Serhii "Sergei" Batryn, do partido do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, detonou granadas dentro de uma sala onde ocorria a reunião do conselho municipal de Keretsky, na manhã desta sexta (15). O debate era transmitido online no momento do atentado.

Conselheiro do partido "Servo do Povo", Sergei entrou na sede administrativa e, pouco tempo depois, tirou pelo menos duas granadas dos bolsos do casaco. Sem se distanciar da porta, ele aciona os explosivos e joga no meio da sala onde ocorria a reunião de urgência do Conselho de Defesa Regional para traçar medidas de operacionalidação da segurança.

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Sem entender o que acontecia, as pessoas que estavam presentes não esboçaram reação e, segundos depois, o local explodiu. A polícia e o serviço médico foram acionados.

A imprensa local aponta que 26 pessoas ficaram feridas, entre elas, seis em estado grave. O próprio Batryn teria passado por procedimentos de reanimação, mas não teria suportado a gravidade dos ferimentos. O incidente vai ser investigado como um possível ataque terrorista.

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O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orban, bloqueou nesta sexta-feira (14) uma ajuda à Ucrânia de 50 bilhões de euros (269 bilhões de reais), depois que os governantes da União Europeia (UE) contornaram a sua recusa a iniciar conversas para a adesão de Kiev ao bloco.

“Resumo do turno da noite: veto ao dinheiro adicional à Ucrânia, veto à revisão do orçamento plurianual europeu. Retomaremos o assunto no ano que vem, após os devidos preparativos”, publicou Orban nas redes sociais.

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O presidente russo, Vladimir Putin, declarou nesta quinta-feira (14), na abertura de uma grande coletiva de imprensa, que a Rússia confia que pode "avançar", apesar das sanções econômicas e do conflito na Ucrânia, onde afirma que a ofensiva chegará ao fim apenas quando Moscou alcançar seus "objetivos".

Durante uma grande coletiva de imprensa para fazer um balanço do ano, o presidente russo se mostrou convencido de que o tempo estará a seu favor na Ucrânia em 2024 e de que os reveses sofridos por seu Exército ficaram no passado.

Este evento foi anulado no ano passado, quando as tropas russas sofreram reveses e a economia se ressentiu pelas sanções das potências ocidentais.

Quase dois anos depois do início da ofensiva iniciada em fevereiro de 2022, Putin expressou, no entanto, sua satisfação com as operações lançadas pelo Exército russo desde o fim da fracassada contraofensiva dos ucranianos.

"Em quase todas as linhas de frente, nossas Forças Armadas melhoram suas posições. Quase todas estão em fase ativa", declarou.

Putin, de 71 anos e que foi eleito presidente da Rússia pela primeira vez em 2000, compareceu com um semblante relaxado. Na semana passada, anunciou sua intenção de se apresentar para um novo mandato em março de 2024, com o qual pode permanecer no Kremlin até pelo menos 2030.

- Firme em seus objetivos -

O presidente reafirmou que seus objetivos no país vizinho continuam os mesmos: "a desnazificação e a desmilitarização da Ucrânia e seu 'status' de neutralidade".

"Haverá paz, quando alcançarmos nossos objetivos", afirmou, insistindo em que a solução "será negociada, ou obtida com a força".

Também garantiu que não há planos para uma nova mobilização militar na Rússia, após a que foi feita no outono de 2022. "Atualmente não é necessário", considerou.

Pouco depois, indicou que 617.000 soldados se encontram hoje "na zona de hostilidade", mas não revelou as baixas desde o início da ofensiva em 24 de fevereiro de 2022. O governo americano estima que haja cerca de 315.000 soldados russos feridos, ou mortos.

Questionado sobre a resistência da economia às sanções, Putin disse que há uma "margem de segurança suficiente", graças à "forte consolidação da sociedade russa", à "estabilidade do sistema financeiro e econômico do país" e ao "aumento das capacidades militares" de Moscou.

Esta margem é "suficiente não apenas para sentir confiança, mas também para avançar", assegurou.

Ele disse que espera um crescimento do PIB de 3,5% este ano. "Isto significa que estamos em dia e demos um grande passo à frente", afirmou.

Moscou continua vendendo seus hidrocarbonetos, gerando receita suficiente para financiar o esforço bélico e centralizar a economia na produção de armas e munições.

- Pressão militar na Ucrânia -

No "front", a contraofensiva ucraniana lançada em junho fracassou, e as forças de Moscou retomaram a liderança, ganhando terreno nas últimas semanas.

Apenas na noite de quarta-feira, o Exército russo lançou 42 drones contra o sul da Ucrânia. Kiev afirmou que derrubou 41 deles, mas a magnitude do ataque ilustra a crescente pressão militar de Moscou.

O Exército ucraniano lançou nove drones contra a Rússia, que afirmou que todos foram derrubados.

Vladimir Putin comparou a situação na Ucrânia com a guerra entre Hamas e Israel.

"Vejam a operação militar especial e vejam o que está ocorrendo em Gaza e verão a diferença. Não há nada parecido na Ucrânia", assegurou.

"O que acontece [em Gaza] é uma catástrofe", afirmou.

Apesar das tentativas do Ocidente de isolá-lo, o presidente russo iniciou seu retorno ao cenário internacional com recentes viagens aos Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, onde foi recebido com honrarias, apesar da ordem de prisão contra ele determinada pelo Tribunal Penal Internacional (TPI).

O Congresso dos Estados Unidos bloqueou nesta quarta-feira (6) um pacote de US$ 106 bilhões (cerca de R$ 520 bilhões) em recursos para Ucrânia e Israel devido à oposição de republicanos, que, em troca, exigem reformas para frear a entrada de migrantes pela fronteira com o México.

Este bloqueio é um duro golpe para o presidente democrata Joe Biden, que horas antes solicitou a aprovação destes recursos em um discurso solene.

"Isto não pode esperar", disse. "Francamente, acredito que é surpreendente que tenhamos chegado a este ponto, no qual os republicanos no Congresso estão dispostos a dar a Putin o maior presente que ele poderia esperar", acrescentou.

O presidente advertiu que se Putin, que ordenou a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022, derrotar seu vizinho pró-Ocidente, "ele não vai parar por aí".

O líder russo "seguirá em frente, deixou isso bem claro". Além disso, se a Rússia atacar um membro da Otan, "então teremos algo que não buscamos e que não temos hoje: tropas americanas lutando contra tropas russas", frisou.

Os Estados Unidos são o país que mais proporciona apoio militar a Kiev, com mais de 110 bilhões de dólares (cerca de R$ 540 bilhões, na cotação atual) desde a invasão russa.

Mas a promessa do presidente democrata de continuar com o apoio financeiro à Ucrânia está em perigo, um cenário catastrófico para Kiev, no momento em que sua contraofensiva vacila.

- 'Concessões' -

Os ucranianos insistem em que precisam de mais armas.

Mas os congressistas conservadores, que ainda apoiam publicamente a Ucrânia, condicionam esta ajuda a um claro endurecimento da política migratória diante das chegadas de migrantes através da fronteira com o México.

Antes da votação, Biden disse que estava disposto a fazer "concessões significativas" aos republicanos. As negociações continuam.

À espera de que deem frutos, Washington anunciou nesta quarta uma nova ajuda militar a Kiev de 175 milhões de dólares (R$ 858 milhões) procedentes dos cofres do Executivo. Serão destinados a equipamentos de defesa aérea, mísseis e munições de artilharia.

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, cancelou na terça-feira, no último minuto, um discurso por videoconferência dirigido aos membros do Congresso americano, mas falou nesta quarta com os líderes dos países do G7.

Putin conta com o "colapso" do apoio ocidental à Ucrânia, disse Zelensky aos mandatários, e reconheceu que o Exército russo "aumentou significativamente a pressão" no front.

"A Rússia só espera uma coisa: que a unidade do mundo livre desmorone no próximo ano. A Rússia acredita que os Estados Unidos e a Europa vão mostrar fraqueza e não vão manter seu apoio à Ucrânia no nível apropriado", disse o presidente ucraniano.

Antecipando um risco de enfraquecimento do apoio a seu país, Zelensky viajou a Washington em setembro, onde se reuniu com Joe Biden e falou com congressistas.

Sua visita, entretanto, não teve o efeito desejado. Mergulhado em crises internas que levaram à destituição do ex-presidente da Câmara dos Representantes, o Congresso acabou não dando sinal verde para novos recursos para sua ofensiva.

Ao contrário da maioria dos democratas, o senador Bernie Sanders, autoproclamado socialista, votou contra o pacote por "profundas preocupações" sobre o envio de dinheiro ao "governo de extrema direita" do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.

A diretora de Orçamento da Casa Branca alertou, nesta segunda-feira (4), ao Congresso dos Estados Unidos que não chegar a um acordo sobre novos fundos para a Ucrânia antes do fim do ano "enfraqueceria" Kiev no campo de batalha.

Em uma carta ao presidente da Câmara de Representantes, a diretora do Gabinete de Gestão e Orçamento, Shalanda Young, disse que o tempo está se esgotando rápido para apoiar a luta da Ucrânia contra a invasão russa.

"Quero ser clara: sem ação do Congresso, até o final do ano ficaremos sem recursos para adquirir mais armas e equipamento para a Ucrânia", escreveu Young. "Cortar o fluxo de armas e equipamentos americanos afundará a Ucrânia no campo de batalha", acrescentou.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu ao Congresso em outubro que aprovasse 106 bilhões de dólares (521 bilhões de reais na cotação atual) em financiamento para a segurança nacional, incluindo apoio à Ucrânia e à guerra de Israel contra o Hamas.

Mas o Congresso está paralisado há meses devido às disputas internas republicanas, e os legisladores da extrema direita se opõem particularmente a qualquer ajuda adicional a Kiev à medida que a guerra se arrasta.

O novo presidente republicano da Câmara, Mike Johnson, um aliado pouco conhecido do ex-presidente Donald Trump, assumiu o cargo em outubro, depois que seu antecessor, Kevin McCarthy, foi deposto por legisladores da extrema direita.

Sob o mandato de Johnson, o Congresso evitou por pouco uma paralisação do governo durante o feriado de Ação de Graças, em novembro, mas o acordo para manter as luzes acesas até meados de janeiro deixou de fora a ajuda aos principais aliados dos EUA.

A carta da diretora de Orçamento da Casa Branca afirma que janeiro será tarde demais e os fundos para a Ucrânia já estarão esgotados. "Não existe nenhum fundo mágico disponível para lidar com este momento. Estamos sem dinheiro... e quase sem tempo", alertou Young.

Na sua opinião, a incapacidade de chegar a um acordo sobre mais financiamento não só põe em risco as conquistas da Ucrânia até hoje, mas aumenta as chances de vitórias militares russas. "Este não é o problema do próximo ano. A hora de ajudar uma Ucrânia democrática a combater a agressão russa é agora. É hora de o Congresso agir", escreveu.

A Ucrânia tem pressionado por mais ajuda externa, à medida que as forças russas intensificam os ataques no leste depois de deter a contraofensiva de Kiev.

À medida que a guerra entra no seu terceiro inverno (hemisfério norte), a linha da frente permaneceu praticamente estática durante o último ano, apesar de um reforço maciço das forças ucranianas com equipamento militar ocidental nos meses de calor.

O secretário de Estado americano, Antony Blinken, garantiu nesta quarta-feira (29), em Bruxelas, que Washington e seus aliados continuarão apoiando firmemente a Ucrânia na guerra contra a Rússia.

Na sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Blinken admitiu que há quem "questione se os Estados Unidos e outros aliados realmente continuam apoiando a Ucrânia, enquanto entramos no segundo inverno da brutalidade de Putin".

"A resposta da Otan é clara e inabalável. Devemos continuar apoiando a Ucrânia e assim faremos", acrescentou o chefe da diplomacia dos Estados Unidos.

As declarações de Blinken acontecem enquanto crescem os receios de que uma redução do apoio militar à Ucrânia possa forçar o país a buscar algum tipo de acordo com a Rússia, a partir de uma posição de fragilidade.

Reunidos desde terça-feira (28) em Bruxelas, os ministros das Relações Exteriores da Otan insistiram que a aliança permanece convencida da necessidade de manter o apoio militar à Ucrânia.

Na sede da Otan, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, reafirmou que seu país "não recuará" na guerra contra a Rússia, apesar dos progressos mínimos alcançados na linha de frente e das dúvidas sobre a continuidade do apoio ocidental.

"Temos que continuar lutando. A Ucrânia não recuará", disse o chefe da diplomacia ucraniana antes de uma reunião, antes de insistir que "nosso objetivo estratégico, que é a integridade territorial dentro de fronteiras reconhecidas internacionalmente desde 1991, permanece inalterado".

Os países ocidentais indicam que não fazem pressão para a Ucrânia negociar com a Rússia, apesar do principal comando militar da Ucrânia ter admitido que os combates chegaram a um impasse.

"Esperamos que o Congresso dos EUA também encontre uma solução que seja do interesse do povo americano, que é apoiar Israel e a Ucrânia", disse Kuleba.

Para o chanceler ucraniano, "a melhor forma de evitar enviar os seus próprios soldados para a guerra é ajudar outro país a travar a sua própria guerra".

A Ucrânia solicitou a adesão à Otan para poder beneficiar-se da proteção oferecida pela aliança militar, mas recebeu como resposta promessas vagas, sem qualquer calendário.

A Otan prefere pedir aos seus membros que mantenham a ajuda militar à Ucrânia, já que adicionar esse país agora poderia arrastar toda a aliança para uma guerra contra a Rússia.

Kuleba observou que, devido ao significativo apoio ocidental durante a guerra, a Ucrânia já está sendo transformada em "um exército da Otan, de fato", em termos de "capacidade técnica, abordagens de gestão e princípios".

"Defender a Europa sem a Ucrânia é uma tarefa inútil", destacou Kuleba.

Os países que formam a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) se comprometeram, nesta terça-feira (28), a manter o apoio militar à Ucrânia, apesar das dúvidas sobre a posição dos Estados Unidos.

O temor generalizado na Otan é de que uma diminuição da ajuda militar à Ucrânia acabe por forçar Kiev a estabelecer algum tipo de acordo com a Rússia para pôr fim ao conflito que eclodiu em fevereiro do ano passado.

"Vamos reafirmar o nosso apoio à Ucrânia, que continua enfrentando a guerra de agressão por parte da Rússia", disse o secretário de Estado americano, Antony Blinken, durante uma reunião com ministros das Relações Exteriores desta aliança militar.

Até o momento, os Estados Unidos forneceram 40 bilhões de dólares (quase 196 bilhões de reais na cotação atual) em ajuda à segurança ucraniana, embora a oposição republicana em Washington, relutante em continuar a financiar a ex-república soviética, tenha levantado dúvidas sobre a continuidade desse apoio.

Nesta terça-feira, o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, expressou sua confiança de que os EUA continuarão fornecendo suporte militar a Kiev.

"Tenho confiança de que os Estados Unidos seguirão proporcionando apoio porque é do interesse da segurança dos Estados Unidos fazê-lo", disse ele antes de se juntar à reunião na sede da Otan em Bruxelas.

Stoltenberg destacou as promessas de ajuda da Alemanha e dos Países Baixos de cerca de 10 bilhões de euros (11 bilhões de dólares ou 53,5 bilhões de reais) como prova de que a organização permanece firme em sua posição.

"Embora a linha de frente [na Ucrânia] não tenha se movido muito, os ucranianos conseguiram infligir enormes baixas às forças russas", disse o secretário-geral na segunda-feira.

A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, afirmou nesta terça-feira que a questão de manter o apoio à Ucrânia não se trata de discutir se esse país "ainda pode fazer progresso militar, mas de salvar vidas".

Já a chanceler francesa, Catherine Colonna, analisou que a Ucrânia enfrenta alguns dos bombardeios mais pesados desde o início da invasão russa.

O chefe da diplomacia da Letônia, Kristjanis Karins, afirmou, por sua vez, que Kiev precisava de mais "mísseis de longo alcance para reduzir as capacidades logísticas da Rússia".

Para Melanie Joly, chefe da diplomacia do Canadá, a Ucrânia não deveria mudar sua estratégia na guerra. "Temos uma boa estratégia, mas precisamos implementá-la", comentou.

O chanceler ucraniano, Dmytro Kuleba, se reuniu com vários dos seus homólogos da Otan para discutir o caminho para uma eventual adesão à aliança militar.

Apesar da pressão ucraniana, a aliança transatlântica ainda não enviou um convite formal para tal adesão.

Operações militares da guerra na Ucrânia foram impactadas por instabilidades climáticas que afetam a região do Mar Negro desde o fim de semana. Mais de 2 milhões de pessoas ficaram sem eletricidade na Crimeia, na Rússia e na Ucrânia e cerca de 20 morreram em consequências das tempestades, que já são consideradas as piores em mais de 100 anos na Crimeia e no sul da Rússia.

A tempestade intensificou-se no domingo (26) sobre o Mar Negro, gerando rajadas de vento próximas de 120 km/h, ondas de cerca de 9 metros e quantidades paralisantes de neve. Relatos nas redes sociais mostraram ondas ferozes e inundações em Sochi e Balaklava, bem como o desabamento de uma casa na Crimeia.

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Pelo menos 14 pessoas morreram na Rússia e autoridades ucranianas disseram os fenômenos climáticos derrubaram árvores, linhas de energia e inundaram áreas costeiras.

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, disse que pelo menos cinco pessoas morreram na região de Odessa, no sul do país, e que engenheiros estavam trabalhando para restaurar a eletricidade nas regiões em que foram cortadas. Da mesma forma, autoridades locais relataram a morte de duas pessoas na Crimeia.

Na manhã desta terça-feira, 28, quase 100 mil pessoas ainda estavam sem energia na Península da Crimeia e algumas ainda não tinham abastecimento de água, disse o governador empossado pela Rússia, anunciando que várias regiões ainda estavam em estado de emergência. A Crimeia, que foi anexada da Ucrânia pela Rússia em 2014, é um importante centro militar e logístico para a Rússia enquanto prossegue a sua guerra na Ucrânia.

Operações militares prejudicadas

Os danos causados pela tempestade afetaram "o ritmo das operações militares ao longo da linha da frente na Ucrânia", mas não interromperam totalmente a atividade militar, afirmou o Instituto para o Estudo da Guerra.

O grupo de pesquisa com sede em Washington (EUA) informou que a tempestade forçou a Rússia a devolver todos os seus navios de guerra e porta-mísseis às suas bases, e sugeriu que a ameaça de minas à deriva no Mar Negro aumentará porque a tempestade dispersou os campos minados.

Houve também relatos de que a tempestade danificou ferrovias em áreas costeiras, o que poderia ter um impacto nas capacidades logísticas dos militares russos na Crimeia ocupada e no sul da Ucrânia.

Ventos de 108 km/h foram previstos para terça-feira na Crimeia, no sul da Rússia e em partes do noroeste da Rússia, informou a agência de notícias estatal Tass.

A tempestade também fez com que a região de Moscou ficasse coberta de neve na segunda-feira, acumulando montes de até 25 centímetros e profundidade, três vezes mais pesados que o normal, disse a agência de notícias Tass. (Com agências internacionais).

A Uefa definiu, em sorteio realizado nesta quinta-feira, os confrontos da repescagem para a Eurocopa, com a possibilidade de confronto entre Israel e Ucrânia, protagonistas dos noticiários em razão das guerras em seus territórios. Serão duas fases eliminatórias. A primeira tem seis confrontos e a segunda terá três, que definirão o trio que se juntará aos demais classificados para a principal competição europeia de seleções.

Todos os jogos da primeira fase, chamada pela Uefa de semifinais, serão disputados em 21 de março, enquanto as partidas decisivas estão marcadas para cinco dias depois, dia 26. Israel enfrentará a Islândia e, caso vença o duelo, irá enfrentar o vencedor do embate entre Ucrânia e Bósnia-Herzegovina. O chaveamento também definiu que a Polônia de Robert Lewandowski terá a Estônia como adversária e enfrentará a seleção que sobreviver ao duelo entre País de Gales e Finlândia. Os ouros confrontos são Geórgia x Luxemburgo e Grécia x Casaquistão.

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Por causa das guerras, israelenses e ucranianos têm jogado longe de suas nações, mas, no caso da primeira fase da repescagem, apenas Israel terá de se preocupar com definir um local de jogo, pois será o mandante da partida contra a Islândia, diferentemente da Ucrânia, que jogará como visitante contra a Bósina-Hezergovina. Locais neutros para os playoffs não precisam ser confirmados até algumas semanas antes dos jogos. A Ucrânia disputou recentemente jogos na Alemanha e Israel escolheu a Hungria para mandar suas partidas.

As 12 equipes entraram nos playoffs com base em seus resultados e classificações nos grupos da Liga das Nações disputados no ano passado. As posições nos grupos das Eliminatórias para o Euro 2024 deste ano não afetou a classificação para o sorteio de quinta-feira.

Israel, que se tornou membro da UEFA em 1994, busca se classificar para a Eurocopa pela primeira vez em sua história. Já Ucrânia, vista como uma das mais fortes entre as 12 seleções da repescagem, está de volta aos playoffs de um grande torneio de futebol depois de perder para o País de Gales por 1 a 0 no ano passado, na disputa por uma vaga na Copa do Mundo do Catar, em partida que teve de ser adiada depois que a Rússia invadiu a Ucrânia.

Confira o chaveamento da repescagem para a Eurocopa.

Caminho A

Polônia x Estônia

País de Gales x Finlândia

Caminho B

Bósnia x Ucrânia

Israel x Islândia

Caminho C

Geórgia x Luxemburgo

Grécia x Casaquistão

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, conversou nesta quarta-feira, 22, com o presidente eleito da Argentina, Javier Milei, ocasião em que disse que agradeceu pela "posição clara" do argentino. Em sua conta na rede social "X", o ucraniano disse que não há "equilíbrio entre o bem e o mal". Segundo ele, há "apenas um apoio claro à Ucrânia. Isto é bem notado e apreciado pelos ucranianos".

Zelensky disse ainda que os dois discutiram como poderiam desenvolver as relações entre a Ucrânia e a Argentina, bem como os laços da Ucrânia com outros países latino-americanos. "Informei o presidente eleito sobre o nosso progresso na implementação da Fórmula da Paz e salientei a importância da participação da Argentina nos nossos esforços conjuntos de paz", disse o ucraniano. "Convidei também o presidente eleito, Milei, a visitar a Ucrânia e a enviar um forte sinal político", concluiu Zelensky.

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Atual campeã, a Itália garantiu o direito de defender o título na fase final da Eurocopa-2024 ao empatar sem gols com a Ucrânia nesta segunda-feira, na BayArena, em Leverkusen, na Alemanha. Com o resultado, os italianos terminaram em segundo lugar no Grupo C, com 14 pontos. Os ucranianos terminaram com os mesmos 14, mas perderam a vaga pelos critérios de desempate.

A partida contou com boas participações dos goleiros Donnarumma, da Itália, e o ucraniano Trubin. A Itália procurou o ataque na maior parte do tempo, mas esbarrou no organizado esquema defensivo dos 'mandantes'.

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Os italianos comemoraram muito o resultado. No ano passado, a Itália falhou em conseguir vaga para a Copa do Mundo pela segunda edição seguida. A Ucrânia, que ainda tem chance de ir à Euro pela repescagem, não disputou nenhum jogo em casa por causa da guerra com a Rússia.

A Inglaterra, que já tinha garantido o primeiro lugar do grupo, empatou com a Macedônia do Norte 1 a 1. Enis Bardhi abriu o placar no final do primeiro tempo, e Harry Kane igualou para os ingleses.

Outros dois confrontos diretos nesta segunda definiram classificações para Euro. A República Checa venceu a Moldávia por 3 a 0 e se junta a Albânia, do técnico brasileiro Silvinho, com as melhores do Grupo E. A Eslovênia também garantiu presença na competição ao derrotar o Casaquistão por 2 a 1.

Nesta terça-feira acontece a definição da última vaga direta para a fase final. Pelo Grupo D, a Croácia recebe a Armênia, enquanto o País de Gales enfrenta a Turquia em Cardiff. Os turcos já estão classificados. Os croatas chegam para a rodada final com 13 pontos, e os galeses têm 11.

As últimas vagas da Euro-2024 serão definidas em março. A repescagem reúne 12 seleções, determinadas pelo desempenho na Liga das Nações, que disputam 3 vagas. A Euro-2024 acontece de 14 de junho a 14 de julho, em dez sedes na Alemanha.

Em uma cidade onde edifícios danificados estão por toda a parte, uma pizzaria destruída se destaca como uma lembrança dolorosa das vidas e dos meios de subsistência apagados em um instante.

Um míssil balístico russo atingiu o popular restaurante no leste da Ucrânia em junho, matando 13 pessoas, inclusive uma premiada escritora ucraniana e vários adolescentes. Sete das vítimas eram funcionários.

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Agora, flores frescas e bilhetes foram colocados no lugar onde ficava a entrada. Uma camiseta que fazia parte do uniforme dos garçons está pendurada perto do memorial improvisado, com os dizeres "Nunca esqueceremos".

"Como empresário, é claro que lamento a perda da propriedade, mas há algo que não pode ser devolvido: as vidas humanas", diz Dmytro Ihnatenko, proprietário da RIA Pizza.

O edifício bombardeado em Kramatorsk ressalta os enormes riscos para comerciantes nessa cidade da linha de frente na região de Donetsk. Mas isso não vem impedindo muitos outros comerciantes de reabrirem as portas para os clientes no último ano.

A câmara legislativa da cidade estima que 50 restaurantes e 228 lojas estejam atualmente abertos em Kramatorsk, o triplo de estabelecimentos abertos na mesma época no ano passado. Acredita-se que a maioria sejam estabelecimentos que já existiam e fecharam no começo da guerra, e agora reabriram.

"Compreendemos que é um risco que estamos assumindo porque esta é a nossa vida", diz Olena Ziabina, administradora do restaurante White Burger em Kramatorsk. "Onde estivermos, precisamos trabalhar. Trabalhamos aqui. Esta é a nossa escolha consciente."

A rede White Burger funcionava principalmente nas regiões de Donetsk e Luhansk antes da guerra. Porém, após a invasão russa na Ucrânia em fevereiro de 2022, só teve condições de reabrir em Kramatorsk. Dois restaurantes foram abertos na capital, Kiev, e em Dnipro, para manter a rede em funcionamento

O restaurante de Kramatorsk tem o melhor desempenho da rede em termos de lucratividade, embora os preços sejam 20% mais baixos que no restaurante da capital.

Após o ataque à RIA Pizza, os operadores do White Burger não cogitaram fechar o restaurante de Kramatorsk, segundo Ziabina. "Chorei muito", conta, lembrando-se do dia em que soube do ataque.

A economia de Kramatorsk se adaptou à guerra. A cidade abriga o quartel-general regional do exército ucraniano, e muitos cafés e restaurantes são frequentados principalmente por soldados, além de jornalistas e pessoal das organizações humanitárias.

As mulheres ucranianas frequentemente viajam para lá para se reunirem por alguns dias com maridos e namorados.

Os soldados brincam que Kramatorsk é sua Las Vegas, proporcionando todos os "luxos" de que precisam, como boa comida e café. Mas os restaurantes só oferecem cerveja não alcoólica, devido à proximidade da cidade com o campo de batalha.

As ruas da cidade ficam quase todas vazias, a não ser pelos veículos militares. Os moradores que permaneceram evitam grandes aglomerações e lugares cheios.

Ainda assim, já vão longe os primeiros dias, quando lojas, restaurantes e cafés de Kramatorsk foram todos fechados. Dezenas de milhares de pessoas ficaram sem trabalho, e fábricas fecharam.

"Provavelmente, graças aos militares, ainda podemos voltar para esta cidade", diz Oleksandr, que pediu para ser identificado apenas pelo primeiro nome por questões de segurança.

Ele é cofundador de uma das várias lojas militares em Kramatorsk que atendem aos soldados. Oleksandr conta que pratica preços apenas 1 grívnia (14 centavos) acima do preço do fabricante. Ele diz que o objetivo não é ganhar dinheiro, mas fornecer aos militares o equipamento necessário.

Muitos moradores comemoram as novas oportunidades de trabalho trazidas pela reabertura de lojas e restaurantes.

Mas há menos opções para pessoas idosas, diz Tetiana Podosionova, de 54 anos. Ela trabalhou na Fábrica de Máquinas de Kramatorsk por 32 anos, mas a fábrica foi fechada em razão dos riscos de segurança quando a guerra começou.

"Eu tinha esperança de trabalhar na fábrica até me aposentar", conta Podosionova. A maioria dos empregos atualmente é em lojas e restaurantes, onde ela não tem experiência.

Ela finalmente encontrou um emprego no Aquário Amazing Fish, que retomou as operações alguns meses após o início da guerra. O aquário tem centenas de peixes exóticos e dezenas de papagaios, e permanece aberto para distrair os moradores, frequentemente estressados pelos ataques de mísseis.

Cada negócio reaberto, porém, traz riscos. Ihnatenko, o proprietário da pizzaria, ainda vai todos os dias ao restaurante destruído quando está em Kramatorsk. Ele não sabe explicar. Parece cansado. Sua voz é pouco mais do que um sussurro.

Como muitos outros empresários, ele considerou a bem sucedida contra-ofensiva ucraniana na região vizinha de Kharkiv um sinal de que a vida poderia voltar a Kramatorsk.

"Parecia mais seguro aqui", explicou, de pé sobre os escombros de seu restaurante.

Ele não tem planos de reconstruir e reabrir novamente.

Sua experiência trágica mostra os desafios enfrentados pelos empresários ao manter as portas abertas.

"Um míssil pode vir a qualquer momento", diz.

A defesa aérea russa abateu 36 drones ucranianos sobre o Mar Negro e a península da Crimeia durante a noite de sábado (28) informou o Ministério da Defesa da Rússia neste domingo (29).

"Os sistemas de defesa aérea em vigor destruíram 36 veículos aéreos não tripulados ucranianos sobre o Mar Negro e a parte noroeste da península da Crimeia", escreveu o ministério no Telegram.

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As autoridades locais na região sul de Krasnodar, que faz fronteira com o Mar Negro, disseram que um incêndio eclodiu em uma refinaria de petróleo na madrugada de domingo, mas não especificaram a causa. "As razões para o incidente estão sendo estabelecidas", disse um comunicado das autoridades locais, em meio a alegações de meios de comunicação de que o incêndio havia sido causado por um ataque de drone ou por destroços de um drone abatido.

Ataques de drones e bombardeios nas regiões de fronteira com a Rússia e na Crimeia anexada a Moscou são uma ocorrência regular. As autoridades ucranianas negam responsabilidade pelos ataques ao território russo ou à península da Crimeia.

Na Ucrânia, a força aérea do país disse no domingo que havia abatido cinco drones explosivos Shahed de fabricação iraniana lançados pela Rússia durante a noite.

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