Mundo celebra a chegada de 2023 após ano turbulento

Por uma noite, muitos decidiram deixar de lado os orçamentos cada vez mais apertados devido à inflação e um vírus que ainda causa estragos na China para se juntar ao clima festivo do Réveillon

dom, 01/01/2023 - 13:05
DAVID GRAY Fogos de artifício celebram a chegada do ano novo em Sydney, na Austrália, em 1º de janeiro de 2023 DAVID GRAY

O mundo deu as boas-vindas a 2023 e deixou para trás um ano turbulento marcado pela guerra na Europa, alta dos preços, as mortes da rainha Elizabeth, Pelé e do papa emérito Bento XVI e a glória de Lionel Messi na Copa do Mundo.

Por uma noite, muitos decidiram deixar de lado os orçamentos cada vez mais apertados devido à inflação e um vírus que ainda causa estragos na China para se juntar ao clima festivo do Réveillon.

Sem as restrições sanitárias dos últimos anos, a praia de Copacabana recebeu multidões para a tradicional queima de fogos e uma dezena de atrações musicais.

É momento de emoção para o Brasil, que se despede com três dias de luto da lenda do futebol Pelé e aguarda, no dia 1º de janeiro, a chegada ao poder de Luiz Inácio Lula da Silva, após quatro anos de governo Bolsonaro.

"Há esperança de um novo governo que dê mais atenção à saúde das pessoas", disse a carioca Ana Carolina Rodrigues.

A Champs Elysées em Paris também ficou lotada, com cerca de um milhão de pessoas se reunindo para assistir aos fogos de artifício.

Sydney foi uma das primeiras grandes cidades a receber 2023, recuperando sua coroa de "capital mundial do Ano Novo", após dois anos de confinamento ou comemorações suspensas na Austrália devido à covid-19.

Em Madri, que há um ano era uma das poucas cidades europeias com festas de Ano Novo acontecendo sem restrições, milhares de pessoas estiveram na Puerta del Sol para comer doze uvas ao ritmo das badaladas da meia-noite.

E em Londres, uma multidão se reuniu às margens do Tâmisa para assistir pela primeira vez após três anos ao espetáculo de fogos de artifício e audiovisual de fim de ano, que desta vez homenageou a falecida rainha Elizabeth II.

Durante um serviço religioso em Roma, o Papa Francisco homenageou o "amado" papa emérito Bento XVI, falecido na véspera aos 95 anos.

Mas as celebrações se viram manchadas pela tragédia em Uganda, onde pelo menos nove pessoas morreram e várias outras ficaram feridas em um tumulto em um shopping center na capital, Kampala.

- "O ano da Ucrânia" -

Se 2022 ficará na memória por algo, será pelo retorno da guerra à Europa, abalada desde fevereiro pela invasão russa na Ucrânia .

"Foi o nosso ano. O ano da Ucrânia", disse o presidente Volodimir Zelensky em seu discurso de Ano Novo.

Mais de 300 dias após o início da invasão russa na Ucrânia, cerca de 7.000 civis morreram e mais de 10.000 ficaram feridos, segundo dados da ONU. Além disso, cerca de 16 milhões de ucranianos foram forçados a deixar suas casas.

Apesar do desgaste, toques de recolher, apagões e bombardeios russos que continuaram atingindo a capital ucraniana, Kiev, na véspera de Ano Novo, alguns estavam determinados a festejar.

"Nossos inimigos, os russos, podem destruir nossa calma, mas não podem destruir nosso espírito. Este ano é importante ter pessoas próximas", disse o cineasta Yaroslav Mutenko, de 23 anos, ao lado dos escombros deixados por um bombardeio em Kiev.

Na Rússia de Vladimir Putin, Moscou decidiu cancelar seus fogos de artifício. Moradora da capital, Irina Shapovalova, funcionária de uma casa de repouso de 51 anos, desejava apenas "um céu pacífico sobre nossas cabeças" em 2023.

Em seu discurso de Ano Novo, Putin afirmou que a "justiça moral e histórica" está do lado da Rússia, sujeita a pesadas sanções ocidentais por causa da guerra.

- Fogos de artifício -

Em Nova York, uma chuva de confete caiu sobre a multidão após a famosa queda da bola na Times Square, uma tradição que remonta a 1907.

Sob uma chuva fria, a turista mexicana Fabiola Cepeda esperou oito horas na emblemática praça. "Definitivamente vale a pena", afirmou.

No Oriente Médio, os Emirados Árabes Unidos receberam o novo ano com uma queima de fogos no Burj Khalifa, em Dubai, o arranha-céu mais alto do mundo, com 830 metros.

Luzes lasers acompanharam o espetáculo e formaram mensagens como “Abraços de novo”, em uma aparente referência às restrições anti-covid que começam a entrar para a história.

Mas o vírus não desapareceu, como mostra a situação na China que, depois de desmantelar sua estratégia de contenção, enfrenta um surto de infeções que sobrecarrega hospitais e crematórios e levou ao cancelamento de algumas festividades.

"Ainda estamos em um momento difícil", mas "a luz da esperança está diante de nós", disse o presidente chinês, Xi Jinping, em um discurso de Ano Novo televisionado.

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