ACSP: Confiança do consumidor registra nova queda em abril

No entanto, índice sinaliza um aumento de 9,9% na comparação com o mesmo mês de 2022

por Camily Maciel qui, 27/04/2023 - 15:20
Divulgação / ACSP Divulgação / ACSP

O Índice Nacional de Confiança (INC), elaborado para a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) pela PiniOn, caiu para 100 pontos em abril, sinalizando uma redução de 3,0% em relação a março, mas registrando um aumento de 9,9% na comparação com o mesmo mês de 2022. Esta é a terceira queda mensal consecutiva do INC. 

Com isso, a confiança do consumidor parece de volta ao campo da neutralidade (100 pontos), interrompendo assim, a tendência crescente – iniciada em maio de 2021. A pesquisa INC – ACSP/PiniOn foi realizada com uma amostra de 1.700 famílias, a nível nacional, residentes em capitais e cidades do interior. A diminuição do INC ocorreu nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste, enquanto nos casos do Centro-Oeste e Sul houve aumento e estabilidade, respectivamente, provavelmente devido ao desempenho favorável do agronegócio. Na análise por classes sociais, a redução da confiança foi generalizada. 

Para o economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal da Associação Comercial de São Paulo (IEGV/ACSP), Ulisses Ruiz de Gamboa, “a piora da percepção das famílias se aprofundou em relação à sua situação financeira atual, com diminuição na segurança no emprego. As expectativas positivas sobre a situação financeira futura das famílias e as evoluções do país e da região de moradia apresentam recuo mais expressivo em relação a março”.  

É importante também destacar, segundo o economista, que a deterioração da percepção sobre a situação atual e o menor otimismo em relação ao futuro refletiu na queda da proporção de entrevistados interessados em comprar itens de maior valor, como carro e casa, e bens duráveis, tais como geladeira e fogão, ou mesmo realizar investimentos. Sobre o recuo do INC pelo terceiro mês consecutivo, Ulisses acrescenta que “a tendência decrescente se deve à continuidade da desaceleração da atividade, reduzindo a geração de empregos. A inflação ainda elevada também explica esse resultado”, complementou. 

 

 

 

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