Chefe diplomático da UE acusa Israel de criar o Hamas
Durante evento na Universidade de Valladolid, Espanha, o político espanhol defendeu a criação de dois Estados como solução para o conflito israelense-palestino, que ganhou força com o ataque realizado pelo Hamas em outubro passado
O chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, acusou nesta sexta-feira (19) Israel de ter criado e financiado o movimento palestino Hamas, que enfrenta na Faixa de Gaza.
Durante evento na Universidade de Valladolid, Espanha, o político espanhol defendeu a criação de dois Estados como solução para o conflito israelense-palestino, que ganhou força com o ataque realizado pelo Hamas em outubro passado.
Essa opção, também defendida pelos Estados Unidos, é rejeitada pelo premier de Israel, Benjamin Netanyahu, acusado por Borrell de tê-la boicotado nos últimos 30 anos. "Acreditamos que uma solução de dois Estados deve ser imposta do exterior para trazer a paz. Embora, insisto, Israel reafirme sua rejeição", assinalou o representante diplomático da UE.
“Para impedi-la, chegaram eles mesmos a criar o Hamas, que foi financiado pelo governo de Israel para tentar enfraquecer a Autoridade Palestina do Fatah. Mas, se não interviermos fortemente, a espiral de ódio e violência continuará, geração após geração, de funeral em funeral, quando florescerem as sementes do ódio que estão sendo plantadas em Gaza hoje", acrescentou Borrell.
Em junho de 2007, o Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza, após uma quase guerra civil contra o Fatah, de Mahmud Abbas, sucessor de Arafat e presidente da Autoridade Palestina, que administra parcialmente a Cisjordânia ocupada.
Nos últimos anos, o Catar enviou milhões de dólares em ajuda a Gaza, apesar do bloqueio israelense àquele território, o que gerou críticas a Netanyahu, acusado de ter favorecido o financiamento do movimento Hamas, que controla a Faixa. O primeiro-ministro nega essas acusações.