"Só não quero que me deem presentes de grego"
Presidenta quer saber de onde vêm recursos para a emenda 29 e a PEC 300
"Só não quero que me deem presentes de grego", disse hoje a presidente da República, Dilma Rousseff, recorrendo a uma expressão que tem origem em um episódio da Grécia Antiga para dizer que espera que o Congresso não aprove medidas que representam aumento de gastos na Saúde - Emenda 29 - e na segurança - PEC 300 - sem dizer de onde sairão os recursos. Presente de grego é um presente indesejável, que traz prejuízo a quem o recebe.
"Gostaria que aprovassem as despesas, mas que tivessem a firmeza e a coragem de apresentar a origem dos recursos, senão o País não vai andar para a frente", afirmou a presidente em entrevista a emissoras de rádio pernambucanas, ao chegar a Caruaru, na manhã de hoje, antes de seguir para cumprir agenda em Cupira e Garanhuns.
Para ela, o problema da saúde no Brasil não se resolve só com a Emenda 29, que fixa porcentuais mínimos para União, Estados e municípios investirem no setor. "Acho uma temeridade alguém achar que aprovando um porcentual de gastos vai resolver o problema da saúde", disse. A PEC 300, que tramita na Câmara, cria um piso nacional de salários para policiais e bombeiros.
Ao frisar que o seu governo tem compromisso com a saúde, educação e segurança de qualidade, ela continuou: "Quero saber como é que todos os investimentos necessários para garantir que nosso povo tenha saúde de qualidade vão sair, quero saber como vamos garantir que o Brasil tenha educação básica de qualidade". Ela observou que o momento é de crise internacional e "não é propício para que se aprovem despesas sem dizer de onde saem os recursos".
Em Cupira, a 168 quilômetros do Recife, a presidente, acompanhada de quatro
ministros - Fernando Haddad, da Educação, Mário Negromonte, de Cidades, Fernando Bezerra Coelho, da Integração Nacional, e Helena Chagas, da Comunicação Social - reforçou que o desafio do seu governo é o de ser capaz de "melhorar os serviços públicos". Ela assinou ordens de serviço para a construção de barragens para contenção de cheias e contratos de financiamento para a construção de 15,6 mil casas populares dentro do programa Minha Casa, Minha Vida para atender a 22 municípios atingidos pelas enchentes de 2010 na Zona da Mata pernambucana.