Feministas usam conferência para pressionar Dilma
Na reforma ministerial que nos bastidores se cogita, a especulação é que a Secretaria de Mulheres será absorvida pela Secretaria de Direitos Humanos
O debate sobre a reforma ministerial vai provocar reflexos na 3ª Conferência Nacional de Política para as Mulheres, que começa na próxima segunda-feira, em Brasília. Já se prevê que uma das principais decisões do encontro será um vigoroso recado à presidente Dilma Rousseff: a militância feminista - assim como o PT - vai deixar claro que se opõe à ideia de extinção da Secretaria de Políticas para as Mulheres.
De acordo com informações que circulam nos bastidores do Planalto, a presidente cogita reduzir o número de pastas na reforma ministerial, prevista para janeiro de 2012. A Secretaria de Mulheres poderá ser absorvida pela Secretaria Especial de Direitos Humanos. A previsão da reação feminista se baseia nos relatórios das conferências estaduais, que chegaram nos últimos dias a Brasília. Realizadas em todo o País, entre outubro e novembro, quando os rumores sobre o possível desmonte da Pasta se intensificaram, todas elas abordaram o assunto, direta ou indiretamente. Alguns dos relatórios repudiam a fusão e exigem que a Secretaria tenha confirmado o seu status de ministério, equiparando-se às outras pastas.
Os relatórios, aos quais a reportagem teve acesso, mostram que, em vez de extinção, a militância propõe o inverso: o fortalecimento da Secretaria. "Ao apresentarem propostas sobre o que deve ser prioritário dentro do 2º Plano Nacional de Políticas para as Mulheres, as representações estaduais destacam, invariavelmente, o fortalecimento de todos os organismos que desenvolvem políticas para as mulheres, tanto no plano federal quanto nos Estados e municípios", observa Nina Madsen, técnica da Secretaria que coordena a sistematização das propostas.
Também se menciona que a provável extinção do organismo, hoje comandado pela petista Iriny Lopes, contraria o esforço que ocorre no País para que toda prefeitura e governo estadual criem sua coordenadoria ou secretaria específica para cuidar de ações para mulheres. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.