PSTU divulga nota criticando Estaleiro Atlântico Sul

Partido teme que atraso de entrega de navio ponha em risco cinco mil empregos

sex, 08/06/2012 - 00:16

O Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU) divulgou uma nota pública em que critica a postura da administração do Estaleiro Atlântico Sul (EAS) em relação aos trabalhadores. A extensa nota pontua que com a entrega atrasada em quase dois anos do Navio João Cândido põe-se em risco a suspensão do contrato da Transpetro e, como consequência, a demissão de cinco mil trabalhadores.

“Esse fato pode também repercutir nas outras empresas metalúrgicas fornecedoras do EAS e isso quer dizer outras demissões”, diz a nota. No texto, o PSTU denuncia as condições de trabalho vivenciadas pelos contratados do EAS. “Para o partido isso é uma ofensa aos trabalhadores e aos seus familiares. Cada operário que se esgotou na produção do navio João Cândido sabe das condições em que ele foi produzido. Péssimas condições de trabalho, jornadas de trabalho estafantes, assédio moral por parte de encarregados e diretores, constantes acidentes de trabalho sub-notificados pelas empresas terceirizadas e pela direção do estaleiro”, criticou o partido.

O silêncio do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB) e da presidente Dilma Rousseff (PT), diante do impasse entre a Transpetro e o consórcio do estaleiro, é criticado por eles na nota. “Ou pior, afirmam que nessa situação tudo depende da relação contratual entre a Transpetro e o consórcio do estaleiro (composto pela Camargo Correia e a Queiroz Galvão e a Samsung, que se retirou do empreendimento) ninguém pode interferir. Para esses governantes só importa a lógica do capital, ou seja, o que vale é o lucro das empresas envolvidas com a indústria naval e o comércio de petróleo no país”, recriminou.

O partido alerta que as negociações por melhores condições de trabalho não devem negociações fechadas, sem a participação dos trabalhadores nas decisões.  “É preciso envolver toda a base da categoria para lutar. Os operários e as operárias de Suape não podem se contentar com acordos rebaixados feitos em negociatas a portas fechadas entre governo, empresários e sindicato. Podem e devem interferir para, inclusive, ter mais força e se colocar à disposição da categoria para se organizar”, pontua.

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