Jarbas e Eduardo falam de paz

Os antigos rivais selaram de uma vez por todas a aliança entre o PMDB e o PSB no Recife

sab, 04/08/2012 - 14:50
Marionaldo Junior/LeiaJáImagens Socialistas e peemedebistas chegam juntos a inauguração do comitê de Jarbas Filho, em Casa Amarela Marionaldo Junior/LeiaJáImagens

O evento foi a inauguração do comitê de campanha do candidato a vereador do Recife, Jarbas Vasconcelos Filho (PMDB), em Casa Amarela, na manhã deste sábado (4). No entanto, o momento serviu para que o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) e o governador Eduardo Campos (PSB) pudessem explicar os motivos que os levaram a antepitar uma aliança, depois terem passado 22 anos em campos opostos politicamente.

Os discursos dos peemedebistas e dos socialistas estão afinados, na ponta da língua.  Paz na política e união para o Recife “avançar no ritmo de Pernambuco” permearam as falas do governador, do senador, do candidato a prefeito do Recife pelo PSB, Geraldo Julio e do candidato a vereador, Jarbas Filho (PMDB).

“Nós vínhamos conversando há algum tempo e constatamos que tínhamos mais convergências do que divergências políticas entre mim e o governador Eduardo Campos. Nossas divergências são especialmente relacionadas ao PT federal. Eu tenho meu posicionamento de independência em relação ao governo federal e Eduardo tem as dele, mas a minha posição é respeitada por ele e eu também respeito o posicionamento do governador”, explicou Jarbas.

O senador ainda frisou que a aliança entre o PMDB e PSB no Recife não foi feita as escondidas. “Estávamos conversando sobre uma aliança para 2014. Mas por que estamos juntos aqui hoje? O problema do Recife antecipou essa união que estava prevista para o amanhã e que foi feita hoje e queria dizer que essa aliança foi feita a luz do dia, sem subterfúgio. O governador não me pediu para que eu me rendesse nas minhas posições e nem eu pedi isso ao governador. Eu não pedi nem um espaço de poder a ele”, disse o senador.

Outro fato explicado por Jarbas foi o motivo da antecipação da aliança entre os dois partidos no Recife, que inicialmente seria selada em 2014. “Fizemos isso para salvar a posição que o Recife se encontra. Aqui o Partido dos Trabalhadores abusou da consciência, da conduta, da inteligência dos recifenses. Há 12 anos no poder, talvez por cansaço de material, lançaram um candidato para governar a cidade do Recife que era a mesma coisa do que dirigia a cidade naquela época. Inclusive usando o slogan: João (Paulo) é João (da Costa) e João foi João por apenas 90 dias de governo e o João (da Costa) ficou sozinho e incapacitado de governar a cidade”, criticou Jarbas complementando que a aliança foi estabelecida para atender o interesse público e “não em troca de barganha”.

Para deixar claro o clima de paz que rodeia a relação dos antigos rivais, Jarbas Vasconcelos disse que os “desaforos” trocados por ele e Eduardo são coisa do passado. “Pernambuco não podia continuar naquela coisa odienta, de passado, de 20 anos de troca de desaforos. Quem me perguntar em respondo e não vou me embaraçar em falar sobre a aliança que a gente fez e que estava fazendo para daqui a pouco, mas antecipou porque o espírito público da gente falou mais alto que qualquer outra coisa”, concluiu.

Eduardo Campos também iniciou seu discurso argumentando que os partidos se uniram para o bem do Recife, fez um resgate da história e disputas políticas travadas na capital pernambucana e no Estado. “Enfrentamos esses 22 anos de maneira muito corajosa, de parte a parte e que podia ser travado em outros termos. Mas esses 22 anos nos fizeram mais maduros, mais serenos e mais responsáveis. Pois a generosidade do povo de Pernambuco lhe (Jarbas) fez governador do Estado por duas vezes e a mim também. E quando olhamos para o futuro, para Geraldo, para Jarbinhas nós queremos que eles não repitam os erros que cometemos no passado, no calor da disputa”, disse Eduardo. “Nós temos responsabilidade sobre o Estado e isso nos indica que nós temos que promover paz política para o Recife avançar”, completou o governador.

Questionado, depois do discurso, se a aliança tem por objetivo antecipar o debate eleitoral de 2014, o governador disse que não. “Acho que é um desserviço antecipar o debate eleitoral. Nós (PSB) temos um compromisso com o projeto nacional, o PSB faz parte desse conjunto de forças que ajudou Lula nas crises, que ajudou Dilma ser eleita e que continua ajudando a presidente no Congresso Nacional. Estaremos junto com Dilma para que ela chegue a reeleição”, garantiu o socialista.

Reforçando o apoio ao PT pelo País, Eduardo lembrou que o PSB foi o primeiro partido a se aliar a candidatura de Fernando Haddad em São Paulo e disse que a união entre PMDB e PSB não azeda a relação do PSB com PT e com o ex-presidente Lula. “Conversei com ele (Lula) sobre a aliança entre o PMDB e o PSB no Recife e coloquei as circunstâncias. Até porque nem mesmo todo PT do Recife está junto nestas eleições”, avaliou.

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