Dilma defende reforma do Conselho de Segurança da ONU

Em discurso, a presidente afirmou que o conselho perdeu o controle internacional

ter, 25/09/2012 - 13:12
Roberto Stuckert Filho/PR Dilma foi a primeira governante a discursar Roberto Stuckert Filho/PR

Além de destacar a crise econômica mundial e criticar os conflitos armados no Oriente Médio, durante discurso na abertura da Assembleia geral da ONU, nesta terça-feira (25), a presidente Dilma defendeu a reforma do Conselho de Segurança da ONU, que atualmente conta com 15 integrantes, sendo apenas cinco permanentes.

"As guerras e os conflitos regionais cada vez mais intensos, as trágicas perdas de vidas humanas e os imensos prejuízos materiais para os povos envolvidos demonstram a urgência para a reforma institucional da ONU e, em especial, do seu Conselho de Segurança", ressaltou. "Não podemos permitir que esse conselho seja substituído, como vem ocorrendo, por colisões que se formam a sua revelia, fora do seu controle e à margem do direito internacional. O uso da força sem a autorização do Conselho, uma clara ilegalidade, vem tomando ares aceitáveis. Mas, definitivamente, não é uma opção aceitável".

Dilma também declarou que o Brasil sempre apoiará as medidas indicadas pela ONU, mas que o Conselho de Segurança precisa ser reformado para retomar o controle internacional. "Queremos ações legitimas, fundadas na legalidade internacional".

Rio+20

A presidente Dilma Rousseff também citou o êxito da Rio+20 em consolidar um novo paradigma ambiental, focado em "deter, incluir, proteger e preservar, ou seja, a síntese do desenvolvimento sustentável". "O documento aprovado no Rio de Janeiro preserva o legado de 1992, como constitui pontos de partida para uma agenda de desenvolvimento sustentável para o século XXI, com foto na erradicação da pobreza, no uso consciente dos recursos naturais e nos padrões sustentáveis de produção e consumo".

Ela também cutucou os Estados Unidos e a China ao cobrar que os maiores emissores de gases do efeito estufa assumam a responsabilidade de cumprir as metas internacionais. "O governo brasileiro está comprometido com as metas de controle das emissões de gases do efeito estufa e com o combate sem trégua ao desmatamento da floresta amazônica. Em 2009, assumimos compromissos e os transformamos em legislação. Esperamos que os países historicamente mais responsáveis pela mudança do clima e mais dotados de meios para enfrentá-la cumpram também as suas obrigações perante a comunidade internacional".

Segurança no Trânsito

Dilma elogiou ainda a iniciativa da ONU em promover uma campanha de segurança no trânsito. "Nosso governo está desenvolvendo uma ampla campanha de conscientização em parceria com a Federação Internacional de Automobilismo", informou a presidente. A campanha permanente foi lançada na semana passada.

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