Senador tucano diz que Congresso está cheio de ladrões
Da tribuna, o senador Mário Couto (PSDB-PA) acusou colegas parlamentares de enriquecerem ilicitamente e de se valerem do mandato para continuar impunes. Sem citar nomes, Couto acusou "muitos políticos, não são poucos, que hoje estão aqui sentados nessas cadeiras" de serem milionários e de responderem a 30, a 40, a 50 processos que não são julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). "Por que o Supremo não aproveita a grande oportunidade que tem na mão e faz uma limpeza nacional?", questionou.
"Não é só o mensalão que existe no País, existe uma corrupção generalizada", denunciou. No entender do senador, o Supremo deveria fazer uma auditoria no patrimônio de deputados e senadores para saber de onde "saíram" esses bens. "Comparem, senhores ministros, aproveitem a grande oportunidade que o País está lhe dando, o País quer minimizar a corrupção neste Brasil inteiro".
Mário Couto disse que tem senadores donos de dez casas, de jatinhos, como o King Air, "que é a marca de um avião moderno que custa alguns milhões". "Tem senadores que têm televisão (emissora), tem jornal porque fizeram o seu patrimônio com o dinheiro do povo. É nisso que o Supremo tem de pôr a mão para a Nação brasileira poder aplaudir o Supremo. O mensalão é uma pequena parte da corrupção generalizada neste País".
Couto disse ainda que, além dos bens que ele já citou, há senadores que moram em apartamento e casas luxuosas e que têm "até dez famílias para manter". "Têm ainda 50 mil bois no pasto e nunca foram nada na vida. Não têm a menor condição de comprovar o seu patrimônio acima de R$ 100 milhões", revelou. "Eles estão livres, estão andando dentro do parlamento, estão fazendo projetos, estão perto de todos os outros senadores, quem sabe não olha para mim". "Está escrito na testa: ladrão! Está na testa bem grande: ladrão, eles não sentem nada, estão tirando da Nação, tiraram do povo".
A líder do PSB, senadora Lídice da Mata (BA), protestou contra as acusações de Couto que, segundo ela, atingiam todo o Senado. Ela pediu a retirada das acusações do colega das notas taquigráficas. "Se o senador tem alguma coisa contra algum político, contra algum senador, contra algum deputado, que diga, tenha a coragem de dizer a quem está acusando", propôs. O líder do PSDB, Alvaro Dias (PR), defendeu o colega dizendo que ele não quis generalizar, mas sim atingir "determinado alvo" que também deve ser julgado pelo STF.