A Câmara de Vereadores do Recife se posicionou oficialmente, nesta quinta-feira (22), com relação aos atos de vandalismo que atingiram a Casa durante os protestos da Frente Lutas pelo Transporte Público (FLTP), nessa quarta (21) a favor do Passe Livre e da instalação da CPI do Transporte Público.

Durante a coletiva de imprensa, o primeiro secretário da Casa José Mariano, Augusto Carreras (PV), reafirmou que o legislativo estará de portas abertas para os estudantes caso eles queiram dialogar. No entanto, se houver atos de agressão e vandalismo a Casa fechará as portas. "Toda vez que a casa se sentir ameaçada vamos fechar as portas", durante a tarde de ontem (21) o expediente local foi suspenso.

De acordo com informações da assessoria de imprensa, os atos direcionados a Câmara duraram cerca de uma hora e foram quebradas muitas vidraças das janelas e uma das guaritas policiais, além disso, 15 bombas de um coquetel inflamável, improvisadas em bolas de festa, foram encontradas nas dependências do prédio.

Para Carreras, o ato de vandalismo é inadmissível. “O instrumento de pressão e válido, mas quando passa para o vandalismo deixa de ser pressão. Nós reconhecemos que uma parcela de pessoas queira discutir por uma causa justa, mas a maioria não", destacou. Acrescentando ainda que "a PM só interviu no ato quando foi coagida e perceberam que a casa poderia ser invadida", descreveu.

Segundo Carreiras cerca de seis vereadores estavam na Câmara – entre eles Marco Aurélio (PTC) e Raul Jungmann (PPS), membros da Comissão Especial criada para discutir o Passe Livre – aguardando que um grupo de estudantes liderasse algum tipo de negociação, o que não aconteceu.

Até a próxima semana um relatório com os danos causados ao prédio, contendo vídeos e fotos do local, será encaminhado a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco, que já está investigando o caso.

Fato anterior - No último dia 14, uma bomba artificial de coquetel inflamável foi arremessada na parte de trás do prédio da Casa Jose Mariano, por volta das 18h quando ainda estavam em expediente. Questionado sobre o fato não ter sido divulgado antes, Augusto alegou que os parlamentares acreditavam que "o ato fosse um episódio isolado” e não um aviso para o que seria a manifestação dessa quarta.

Vicente André Gomes (PSB) - Em nota, o presidente da Câmara “repudiou os atos de vandalismo” e esclareceu que “não foi procurado em nenhum momento ontem pelos representantes da FLTP”. Quanto a CPI do Transporte Público, Vicente reiterou que não apresentaram uma “justificativa jurídica”, por isso a Comissão foi indeferida. Já sobre a suspensão das atividades legislativas nessa quarta, o socialista afirmou que “cumprirá quantas vezes for necessária, para a proteção da integridade dos servidores da Casa”.

Carreras diz que a Câmara não vai aceitar coação. Acompanhe as declarações no vídeo:

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