"Criar partido no País virou uma festa", diz analista
Maurício Romão afirma que criadores de legenda agem como "se tivessem uma propriedade"
O registro do Partido Republicano da Ordem Social (Pros) e do Solidariedade dividiu a opinião pública. A criação das legendas agitou o mercado eleitoral e colocou ainda mais em dúvida a representatividade das siglas no País. Com a dança das cadeiras entre parlamentares, a fidelidade partidária está sendo cada vez mais questionada pela população.
De acordo com o analista político Maurício Romão, como todas as novas legendas tem os mesmos direitos das siglas mais antigas, criar um partido no País virou “uma festa”. “É um negócio, não tem nenhuma ideologia, nenhum conteúdo programático, são proprietários, o dono do partido tal, se envolve em discussões políticas como se tivesse uma propriedade. Toda essa sistemática é danosa para o nosso sistema, por isso que o sistema proporcional vive sobre crítica”, afirmou o especialista.
Segundo o deputado estadual Betinho Gomes, a portabilidade, aprovada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a criação de novas legendas, levou a um problema de representatividade partidária. “Agora ficou bom fazer partido, se conseguirem a adesão de um deputado federal o partido ganha força (...) O partido tem esforço nenhum, é só colher assinaturas e criá-lo e ter as mesmas regalias”, criticou.
Presidente do Solidariedade em Pernambuco, o deputado federal Augusto Coutinho relatou que o crescimento de legendas ajuda na democracia do País. “Essa discussão é uma bobagem. Na verdade o que pode estar em discussão é a questão do fundo partidário, porque com a criação de novos partidos o dinheiro desse mesmo fundo vai sofrer uma nova divisão”, frisou.